"� como se fosse um jogo de futebol. Em um time est�o a 'rep�blica de Curitiba', o Congresso e os coxinhas. No outro est�o os movimentos sociais, setores da sociedade que estavam fora da pol�tica e o governo. O problema � que o governo no �ltimo ano s� fez gol contra. Isso (o pacote de bondades) n�o significa que fez um gol a nosso favor. Mas hoje ela (Dilma) pode marcar um de p�nalti", comparou Jo�o Paulo Rodrigues, da coordena��o nacional do Movimento dos Sem Terra (MST).
A presidente anunciou um reajuste m�dio de 9% no Bolsa Fam�lia, corre��o de 5% na tabela do Imposto de Renda, contrata��o de 25 mil unidades do Minha Casa Minha Vida (1,2% dos 2 milh�es de casas prometidas), amplia��o de 5 para 20 dias da licen�a paternidade dos funcion�rios p�blicos, cria��o de um Conselho Nacional do Trabalho formado por governo, empregados e patr�es, e a libera��o do Plano Safra para a agricultura familiar.
Com isso, tentou agradar aos movimentos por moradia, MST e sindicatos, principais defensores de seu mandato nas ruas. Antes de subir ao palco, Dilma disse a sindicalistas que sua presen�a era uma forma de prestigiar e "prestar reconhecimento" aos movimentos que "lutaram pela democracia". Segundo Dilma, as medidas estavam previstas no Or�amento da Uni�o e "n�o prejudicam o cen�rio fiscal".
Al�m de anunciar o "pacote de bondades", Dilma voltou a martelar a tecla de que � v�tima de "golpe" e atacou o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hostilizado pela plateia estimada em 100 mil pessoas pelos organizadores - a Pol�cia Militar n�o calculou o p�blico.
A presidente comparou os decretos de suplementa��o or�ament�ria pelos quais � acusada de crime de responsabilidade a medidas da gest�o tucana. "O Fernando Henrique Cardoso, em 2001, assinou 101 decretos. Para ele n�o foi nenhum golpe nas contas p�blicas. Isso se chama ter dois pesos e duas medidas."
Sem voz
Lula, um dos principais articuladores da reaproxima��o entre governo e movimentos, havia confirmado presen�a no ato que, no governo, era tratado como "�ltimo grande com�cio de Dilma". Entretanto, o ex-presidente n�o apareceu no palco da CUT. Aos dirigentes da central sindical, alegou problemas com a garganta.
O ex-presidente enfrentou um c�ncer na laringe em 2011 e tem apresentado dificuldades para falar nos �ltimos dias - nos �ltimos discursos p�blicos, mostrou forte rouquid�o. Por ordem m�dica, Lula tem procurado poupar a voz e feito sess�es de fonoaudiologia.
No ato de domingo, por�m, tamb�m houve explica��o pol�tica para Lula n�o acompanhar Dilma no palanque da CUT. "Seguramente o ex-presidente queria dar mais protagonismo � Dilma para o an�ncio das medidas", disse o ministro da Educa��o, Aloizio Mercadante.
A CUT e movimentos sociais promoveram atos em diversas capitais, como Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre. Parlamentares aliados do governo protestaram contra o processo de impeachment de Dilma e criticaram Cunha e Temer. Em Bel�m, houve confronto no centro da cidade entre manifestantes favor�veis e contr�rios ao afastamento da presidente.