A sess�o desta segunda-feira, 2, ser� dedicada a ouvir especialistas indicados pela acusa��o. Senadores do PSDB, que dizem n�o ser "benefici�rios do impeachment" nem condutores do processo, assinaram os convites para trazer � comiss�o professores e pesquisadores que corroborem a acusa��o de crime de responsabilidade pelas pedaladas fiscais (atrasos de repasses do Tesouro a bancos p�blicos) e por decretos or�ament�rios editados sem aval do Congresso.
O procurador no Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) J�lio Marcelo de Oliveira ser� um dos principais nomes da audi�ncia. Seis meses antes do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deflagrar o processo de impeachment, ele havia assinado representa��o em que pedia a investiga��o das pedaladas ficais.
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso, que defende o processo de impeachment, tamb�m vai compor a mesa. Ao lado dele, o professor da USP Jos� Maur�cio Conti levar� seus argumentos j� conhecidos sobre a transforma��o do Or�amento "em pe�a de fic��o".
No dia seguinte, ser� a vez dos especialistas convidados por senadores da base de apoio ao governo. Foram convidados os professores Geraldo Luiz Mascarenhas Prado e Ricardo Lodi Ribeiro, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e o advogado Marcello Laven�re, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que assinou a den�ncia do impeachment do ent�o presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.
As duas sess�es, no entanto, pouco devem alterar o rumo dos trabalhos da comiss�o. Pelo Placar do Impeachment publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, apenas o presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB), afirma estar indeciso. Dos demais 20 senadores do grupo, 15 deram declara��es p�blicas favor�veis a processar Dilma por crime de responsabilidade e 5 s�o contr�rios.
O debate mais acalorado est� reservado para quarta-feira, quando o senador Ant�nio Anastasia apresentar� seu relat�rio sobre o caso. O tucano tem sido alvo recorrente dos governistas, especialmente ap�s as revela��es de que, em sua administra��o no governo de Minas, Anastasia tamb�m editou decretos de cr�dito suplementar sem autoriza��o do Legislativo, mesma acusa��o que pesa contra Dilma.
Senadores petistas est�o prontos para, caso o relat�rio do tucano se confirme favor�vel ao impeachment, afirmar que Anastasia estaria fazendo um atestado contra sua pr�pria administra��o estadual.
Se o parecer for votado pela comiss�o na sexta-feira, 6, deve seguir para o plen�rio do Senado at� o dia 11. Nessa ocasi�o, a aprova��o depender� do apoio de 41 dos 81 senadores - caso isso ocorra, Dilma � afastada do cargo e o vice Michel Temer assume o governo interinamente por 180 dias, per�odo no qual a petista ser� julgada de fato.