Bras�lia – O vice-presidente Michel Temer enfrenta s�rias dificuldades para atender todos os interesses envolvidos na composi��o do futuro governo, caso a presidente Dilma seja afastada do cargo. Irritado, ele proibiu o vazamento do nome de seus ministros, para evitar especula��es e intrigas. “Ele est� com medo de que, ao assumir, n�o tenha mais nenhuma surpresa para anunciar”, ironizou um peemedebista do Senado. Hoje, o vice-presidente se encontra com o presidente do PSDB, senador A�cio Neves (MG), que apresentar� o conjunto de propostas que a legenda pretende ver atendidas na gest�o do peemedebista. O partido condiciona o apoio � discuss�o sobre implanta��o do parlamentarismo.
Em rela��o aos tucanos, o equil�brio tamb�m � t�nue. Serra pretende ser candidato ao Planalto em 2018 e deve ser confirmado ministro das Rela��es Exteriores. Outro presidenci�vel � Geraldo Alckmin que, em tese, estaria contemplado com Alexandre de Moraes, secret�rio de Seguran�a de S�o Paulo, na Advocacia-Geral da Uni�o (AGU). Restaria atender a um nome indicado por A�cio, que poderia ser o do deputado Bruno Ara�jo (PSDB-PE) para um Minist�rio dos Direitos Humanos. Outra cotada, a tamb�m deputada Mara Gabrilli (SP), perde espa�o por ser de S�o Paulo, como Serra.
O PMDB do Rio tamb�m se sente no direito de indicar o ministro, pois, � deles o comando da sede dos jogos ol�mpicos. Deste que a Autoridade P�blica Ol�mpica foi criada, houve embates entre Paes e Cabral — que na �poca era governador do estado — com o governo federal, por causa de diverg�ncias quanto � legisla��o ou ao protagonismo na organiza��o. Curiosamente, o primeiro presidente da APO indicado por Dilma Rousseff foi Henrique Meirelles, nome encaminhado como ministro da Fazenda de Temer. Desgastado com os eternos embates com Paes e Cabral, Meirelles renunciou � presid�ncia da Autoridade Ol�mpica e retomou suas atividades na iniciativa privada. O problema na disputa travada pelo PMDB fluminense, � que Henrique Alves, assim como Moreira, tamb�m � ligado diretamente ao futuro presidente.
Nessa segunda-feira (2), emiss�rios de Temer ofereceram o comando do Minist�rio da Ci�ncia e Tecnologia ao PRB, em troca da Agricultura, pasta que o partido cobi�ava inicialmente. A oferta teria agradado a c�pula do PRB. A legenda tamb�m sinalizou ao vice-presidente que aceitaria o comando do Minist�rio da Integra��o Nacional em um eventual governo do peemedebista.Essa foi a terceira oferta de minist�rio feito por Temer ao PRB em troca da Agricultura. Na semana passada, emiss�rios do vice haviam oferecido a Previd�ncia Social e a Secretaria de Portos ao partido. A c�pula do PRB, no entanto, descartou de imediato a oferta da Previd�ncia Social. Alegou que a pasta traria desgaste por causa da reforma previdenci�ria que Michel Temer sinaliza querer fazer.
J� em rela��o � Secretaria dos Portos, a c�pula da sigla afirmou que s� aceitaria se ganhasse outro minist�rio. Interlocutores de Temer, contudo, disseram n�o ser poss�vel dar duas pastas ao PRB e ofereceram Ci�ncia e Tecnologia. Ap�s receber sinaliza��o positiva da dire��o do PRB sobre o minist�rio, emiss�rios do vice-presidente ficaram de dar uma resposta definitiva ao partido at� hoje. J� o Minist�rio Agricultura deve ficar com o PP. A sigla dever� referendar um nome t�cnico para comandar a Sa�de. O m�dio paulista Raul Cutait � um dos mais cotados.
PSDB imp�e condi��es
Previsto para ser entregue a Temer nesta ter�a-feira, o documento elaborado pela c�pula do PSDB estabelece como um dos temas centrais o in�cio das discuss�es para a implanta��o do sistema parlamentarista a partir de 2018. O ano coincide com a elei��o para a Presid�ncia da Rep�blica. Chamado internamente de “carta de princ�pios”, o documento foi fechado em reuni�o da c�pula do PSDB realizada em Bras�lia nessa segunda-feira (2) e tem 15 itens. O item que aborda o novo regime consta do trecho que trata sobre a necessidade de realizar uma reforma pol�tica. “Defendemos a cria��o de cl�usula de desempenho eleitoral, o voto distrital e a forma��o das bases de discuss�o para a implementa��o do parlamentarismo a partir de 2018”, disse A�cio Neves.
O tucano deve entregar a carta pessoalmente a Temer, ap�s reuni�o com integrantes da Executiva do partido. No documento, a c�pula do PSDB tamb�m defende a “expressa” redu��o do n�mero de minist�rios e cargos comissionados. O tema foi inserido como um dos itens priorit�rios num momento em que ainda n�o h�, dentro da legenda, consenso sobre como participar do novo governo Temer.
A possibilidade de o senador Jos� Serra (PSDB-SP) vir a ocupar um minist�rio na nova gest�o dever� ser considerada indica��o “pessoal” de Temer e n�o do partido. Al�m de Serra, o deputado Bruno Ara�jo (PSDB-PE), tamb�m � cotado para assumir um posto no novo governo. Na parte que trata do cen�rio econ�mico, o documento do PSDB defende que um dos caminhos para sair da atual crise � a amplia��o das concess�es e privatiza��es.
MEIRELLES Temer deu carta branca para o seu futuro ministro da Fazenda no eventual governo montar a equipe econ�mica. Os dois se reuniram nessa segunda-feira (2) pela terceira vez nos �ltimos 10 dias, no Pal�cio do Jaburu, em Bras�lia. Nessas reuni�es frequentes que tem tido com Meirelles, Temer costuma fazer avalia��es sobre o atual cen�rio econ�mico do pa�s e definir estrat�gias para que o Brasil retome o crescimento. Segundo assessores do vice, ele deu autonomia a Meirelles para indicar o presidente do Banco Central e os comandos dos bancos oficiais (Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econ�mica Federal). Meirelles apresentou quatro nomes para o BC: Carlos Kawall, ex-secret�rio do Tesouro Nacional, Ilan Goldfajn, Afonso Bevilaqua e M�rio Mesquita. Os tr�s �ltimos s�o ex-diretores do BC. Conforme esses mesmos interlocutores, o vice definiu tamb�m que o senador Romero Juc� (PMDB-RR) ficar� � frente do Minist�rio do Planejamento.