Em peti��o ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, atribuiu ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva "articula��es esp�rias para influenciar o andamento da Opera��o Lava-Jato". Segundo Janot, "embora afastado formalmente do governo, o ex-presidente Lula mant�m o controle das decis�es mais relevantes".
"Os di�logos interceptados com autoriza��o judicial n�o deixam d�vidas de que, embora afastado formalmente do governo, o ex-presidente Lula mant�m o controle das decis�es mais relevantes, inclusive no que concerne as articula��es esp�rias para influenciar o andamento da Opera��o Lava-]ato, a sua nomea��o ao primeiro escal�o, a articula��o do PT com o PMDB, o que perpassa o pr�prio relacionamento mantido entre os membros destes partidos no concerto do funcionamento da organiza��o criminosa ora investigada", crava Janot.
"Com isso, quer-se dizer que, pelo panorama dos elementos probat�rios colhidos at� aqui e descritos ao longo dessa manifesta��o, essa organiza��o criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma t�o ampla e agressiva no �mbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse. Nesse sentido, foram os diversos relatos dos colaboradores e os pr�prios di�logos interceptados."
As afirma��es de Janot constam de peti��o do procurador-geral da Rep�blica ao Supremo, no dia 28 de abril, em que ele pede a inclus�o do ex-presidente Lula, dos ministros Jaques Wagner, Edinho Silva, e Ricardo Berzoini, no inqu�rito m�e da Opera��o Lava Jato perante � Corte.
Al�m de Lula e dos ministros, s�o citados os senadores Jader Barbalho (PMDB-PA) e Delc�dio Amaral (ex-PT-MS), e os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Eduardo da Fonte (PP-PE), Aguinaldo Ribeiro, Andr� Moura, Arnaldo Faria de S�, Altineu Cort�s e Manoel Junior, al�m do ex-ministro Henrique Eduardo Alves, o assessor da Presid�ncia, Giles de Azevedo, a ex-ministra Erenice Guerra, o ex-ministro Antonio Palocci, o pecuarista Jos� Carlos Bumlai, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o banqueiro Andr� Esteves, o ex-ministro Silas Rondeau, o empres�rio Milton Lyra, o lobista Jorge Luz, o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, o ex-presidente da Petrobras Jos� S�rgio Gabrielli, o doleiro Lucio Bolonha Funaro, Alexandre Santos, Carlos Willian, Jo�o Magalh�es, Nelson Bornier e a ex-deputada Solange Almeida, aliada de Eduardo Cunha.
O inqu�rito conta atualmente com 39 investigados, entre parlamentares e operadores do esquema de corrup��o da Petrobras. Caso o ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF, aceite o pedido de Janot, o inqu�rito passar� a ter 69 investigados.
Defesa
A defesa de Paulo Okamotto, representada pelo criminalista Fernando Augusto Fernandes, s�cio do Fernando Fernandes Advogados, afirma: "Ainda n�o tivemos acesso a integralidade do pedido do Procurador Geral para verificar a legalidade. Quanto a seus fundamentos, o Supremo dever� impedir investiga��es sem justa causa e fora dos contornos legais. No entanto, respeitados o juiz natural e a Constitui��o, n�o se receia qualquer investiga��o."
J� o deputado Eduardo Cunha afirma: "O Procurador Geral da Rep�blica, desde a vota��o do processo de impeachment, tem procurado me incluir em qualquer inqu�rito existente. A a��o persecut�ria n�o vai deixar escapar nem multa de tr�nsito. O instituto legal do inqu�rito est� sendo desmoralizado pelo uso das prerrogativas da fun��o numa persegui��o sem limites contra mim".