A presidente Dilma Rousseff afirmou, durante cerim�nia do Plano Safra da Agricultura Familiar, no Pal�cio do Planalto, que n�o ir� renunciar. Segundo ela, mais de uma vez pediram que deixasse o cargo voluntariamente, mas isso, enfatizou, seria mais confort�vel para os que querem ocupar o seu lugar. "Se eu renunciar, se esconde para debaixo do tapete esse impeachment sem base legal e, portanto, esse golpe. � confort�vel para os golpistas que a v�tima desapare�a", disse.
A plateia, formada por movimentos sociais do campo, aplaudia e a todo instante gritava palavras de ordem: "N�o vai ter golpe, vai ter luta" e "no meu Pa�s eu boto f� porque ele � governado por mulher." "� confort�vel que a injusti�a n�o seja vis�vel. Pois eu quero dizer para voc�s: a injusti�a vai continuar vis�vel", disse ao falar que n�o renunciaria. "N�s estamos fazendo hist�ria porque a democracia �, sem sombra de d�vida, o lado certo da hist�ria", afirmou.
Representantes dos movimentos sociais tamb�m discursaram, com cr�ticas ao processo de impeachment. Eles tamb�m fizeram cr�ticas diretas ao vice-presidente Michel Temer, que deve assumir o lugar de Dilma caso o Senado aprove a admissibilidade do processo de impeachment, em 12 de maio; e ao presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deu in�cio ao processo na C�mara. "Temer e Cunha, a batata de voc�s est� assando", afirmou Anderson Amaro, da Via Campesina. "Golpistas, n�o os deixaremos governar nem um s� dia at� estabelecermos a normalidade democr�tica", disse. Al�m dele tamb�m discursaram os presidentes da Confedera��o Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e da Federa��o Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf).
Plano Safra
Dilma anunciou hoje que o Plano Safra da Agricultura Familiar 2016/2017 vai oferecer R$ 30 bilh�es em cr�dito para o financiamento da produ��o, conforme antecipou o Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado. No ciclo passado, a oferta havia sido menor, de R$ 28,9 bilh�es, mas os recursos contratados devem alcan�ar R$ 22 bilh�es at� o fim da safra. Os juros para itens agroecol�gicos e produtos que integram a cesta b�sica como arroz, feij�o, batata, trigo, caf� e leite recuaram de 5,5% ao ano para 2,5%. Al�m desses agricultores, criadores de gado leiteiro, abelhas, peixes, ovelhas e cabras tamb�m poder�o acessar financiamento a juros de 2,5%. Para assentados da reforma agr�ria as taxas ficar�o entre 0,5% e 1,5%. Parte das opera��es pode ter taxa de at� 5,5% a depender dos limites e outras condi��es. "Os juros reais do Plano safra s�o negativos, ou seja, abaixo da infla��o", destacou o ministro do Desenvolvimento Agr�rio, Patrus Ananias.
Os limites de cr�dito para as opera��es de custeio passaram de R$ 100 mil na safra passada para R$ 250 mil neste novo ciclo. J� nas contra��es de investimento, os valores aumentaram de R$ 150 mil para R$ 330 mil. Patrus Ananias ressaltou "a conquista" dos 14 �ltimos anos na agricultura familiar e afirmou que o plano anunciado hoje pelo governo, mesmo "diante do cen�rio econ�mico e pol�tico, atesta o elevado compromisso do nosso governo - sob a lideran�a da Dilma - com a agricultura familiar e a produ��o de alimentos saud�veis", afirmou. "Empreendemos grandes esfor�os para que a agricultura familiar e a reforma agr�ria tenham avan�os."
Al�m de Patrus, participaram do evento os ministros da Fazenda, Nelson Barbosa; da Justi�a, Eug�nio Arag�o; Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini; Mulheres, Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos, Nilma Lino; Desenvolvimento Social, Tereza Campello; Trabalho e Previd�ncia, Miguel Rossetto e da Integra��o Nacional, Jos�lio de Andrade Moura.
O an�ncio do lan�amento do Plano Safra da Agricultura Familiar foi antecipado pelo governo. No ano passado, Dilma anunciou os recursos apenas no dia 22 de junho. O mesmo acontecer� com o Plano Safra para a agricultura empresarial que, em 2015, foi divulgado em 2 de junho, e ser� lan�ado por Dilma amanh�. A presidente decidiu intensificar suas agendas e promover uma s�rie de an�ncios de medidas nos dias que antecedem a vota��o do impeachment no Senado, que pode afast�-la por at� 180 dias.