Bras�lia, 08 - Com a expectativa de que o afastamento da presidente Dilma Rousseff ser� sacramentado pelo Senado nesta semana, o eventual governo interino de Michel Temer ter� de refor�ar a negocia��o com os senadores a fim de garantir uma puni��o definitiva da petista no julgamento previsto para ocorrer at� o m�s de setembro.
A avalia��o da maioria dos parlamentares com os quais o Estad�o conversou nos �ltimos dias � de que, mesmo sendo necess�ria uma maioria simples para afast�-la, Dilma poder� ser retirada temporariamente do cargo com um �qu�rum de condena��o�, isto �, ao menos 54 dos 81 integrantes da Casa.
Contudo, a repeti��o desse placar - que impediria o retorno dela ao Planalto - depender� principalmente do sucesso da gest�o do peemedebista e de eventuais desdobramentos da Opera��o Lava Jato que possam atingir o presidente interino ou o n�cleo do governo.
Sob a condi��o do anonimato, cinco senadores afirmaram � reportagem que, mesmo sem concordar at� o momento que a petista cometeu crime de responsabilidade, est�o decididos a votar para afastar temporariamente a presidente do cargo. Eles alegam uma s�rie de motivos: impopularidade, press�o do eleitorado em seus Estados, as den�ncias de corrup��o e a avalia��o de que, no momento, a petista n�o tem mais condi��es de reverter a crise econ�mica.
Condi��es
O apoio � gest�o do vice, entretanto, n�o ser� incondicional. H� quem j� agora afirme reservadamente que, se o desempenho de Temer for aqu�m do esperado, com aumento do desemprego e a Lava Jato no seu encal�o, poder� mudar o voto e absolver Dilma no futuro. Um dos senadores ouvidos pela reportagem afirma que, se isso ocorrer, o melhor seria trabalhar pela aprova��o de uma proposta no Congresso que antecipe as elei��es presidenciais.
Outro ingrediente que pode dificultar o mandato do peemedebista, segundo senadores, � o fato de ele estar dando prioridade �s negocia��es com a C�mara, onde o impeachment j� foi admitido, em detrimento do Senado, respons�vel por julgar Dilma. Dias atr�s, o l�der do PMDB do Senado e tesoureiro do partido, Eun�cio Oliveira (CE), alertou pessoalmente Temer para n�o deixar de olhar a �nova� base aliada na Casa.
Em um encontro na resid�ncia oficial semana passada, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) - desafeto do vice -, queixou-se do desprest�gio da bancada de peemedebistas at� o momento. �Se no governo Dilma t�nhamos tr�s ministros e ainda acalmava o Garibaldi Alves (o primo dele, Henrique Eduardo Alves, era ministro do Turismo), passa a ter zero e vamos topar?�
O senador Blairo Maggi (PR-MT) admite que a tarefa de Temer n�o � f�cil e que s�o necess�rios poucos votos para absolver Dilma. Ele disse que a petista j� tem 21 votos - para ela se livrar s�o necess�rios pelo menos mais sete apoios. �� um placar apertado. O governo (Temer) n�o pode errar daqui para l�. Se ele errar e n�s chegarmos daqui a 180 dias e a popula��o entender que est� pior do que est� agora, h� um risco (de Dilma ser absolvida)�, afirmou Blairo, que ontem revelou ter aceitado o convite do presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), para se filiar ao partido e assumir o Minist�rio da Agricultura na gest�o de Temer.
Peso
Senadores admitem que o afastamento do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinado pelo Supremo Tribunal Federal pode desestabilizar a gest�o Temer. Cunha foi o principal articulador do impeachment de Dilma no Congresso e tem ajudado na montagem do futuro governo.
Petistas apostam que Cunha poder� se virar contra o vice-presidente. �Se o Cunha resolver entrar no rol dos delatores, acho que o governo Temer acaba no mesmo dia�, disse o l�der do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE). As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
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Senadores amea�am reavaliar apoio a Temer em seis meses
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