
"Tiramos �gua com balde nas m�os quando n�s acusamos criminalmente conduta a conduta. O que precisamos, se queremos evitar que novos esc�ndalos de corrup��o aconte�am, � mudar as condi��es, mudar o sistema."
Deflagrada em mar�o de 2014, a Lava-Jato � a maior investiga��o do Pa�s de combate � corrup��o. "Nos preocupa que, mesmo revelado tudo isso, mesmo dois anos depois do come�o das investiga��es n�o existiu movimento concreto e consistente de reforma pol�tica. N�o existiu nenhum movimento concreto de bandeiras erguidas com pessoas caminhando no Congresso, nas grandes institui��es, por reforma do sistema de Justi�a, que � feito para n�o funcionar e que est� funcionando episodicamente", afirmou o procurador.
Em pelo menos duas ocasi�es nos �ltimos dez dias, a for�a-tarefa da Lava-Jato expressou publicamente sua preocupa��o em rela��o a expectativa popular de que a troca de presidentes resolva os crimes do colarinho branco. Para o procurador, na pr�tica, o Minist�rio P�blico Federal tem visto e comprovado que "as condi��es hoje no Brasil
"Favorecem a corrup��o"
"Por isso temos clamado por altera��es legislativas que mudem o sistema de Justi�a criminal, tornando efetivo e n�o gerando a impunidade, que � a regra na maioria dos casos, e reformas pol�ticas que tornem o ambiente menos prop�cio � pr�tica continuada de crimes de corrup��o."
Uma delas � a proposta de 10 Medidas de Combate � Corrup��o, apresentada pelo Minist�rio P�blico Federal, a partir de uma iniciativa de dois procuradores da Lava-Jato, em Curitiba, que endurece as puni��es a criminosos do colarinho branco.
"Sem mudan�a do sistema, o que vai acontecer � que vamos continuar enxugando gelo, dando murro em ponta de faca. Esse caso Lava-Jato, que n�o podemos contar vantagem, porque ainda n�o se encerrou, � sem d�vida um ponto fora da curva."