
As viagens permitiram que ele superasse seus �ltimos antecessores no cargo em valores de di�rias recebidas. De junho de 2014, quando fez a primeira viagem representando a institui��o, a mar�o de 2016 - �ltimo dado dispon�vel no site do Tribunal -, Toffoli recebeu R$ 153.989,13 em di�rias para viagens nacionais e internacionais. Dividido pelo per�odo que passou � frente do TSE, o valor seria o equivalente a R$ 6,4 mil a mais mensais recebidos pelo ministro pelas viagens.
O ministro recebe atualmente o sal�rio de integrante do STF, teto do funcionalismo p�blico, no valor de R$ 33,7 mil. Seu antecessor, ministro Marco Aur�lio Mello, que ficou no cargo de novembro de 2013 a maio de 2014, n�o tem registros de recebimento de valores em di�rias no curto per�odo que passou � frente do TSE pela terceira vez. A ministra C�rmen L�cia, que exerceu o cargo de abril de 2012 a novembro de 2013, recebeu R$ 1.132,00 no em di�rias de viagens custeadas pelo Tribunal.
No m�s seguinte ao de sua posse, em junho de 2014, Toffoli viajou para Angola. Ainda no mesmo ano, enquanto o TSE organizou as elei��es presidenciais brasileiras, o ministro foi para M�xico, Indon�sia - na Ilha de Bali, e Fran�a. Em 2015, o roteiro incluiu Canad�, Estados Unidos, duas visitas � Su�cia, mais duas idas ao M�xico, duas visitas � Rep�blica Dominicana, Peru, It�lia, Gr�-Bretanha, Chile, Espanha e �ndia. Nos quatro meses e meio em que chefiou o Tribunal em 2016, voltou ao Peru e foi � Rom�nia.
A aus�ncia em sess�es do Supremo Tribunal Federal � justificada perante a Corte em raz�o da representa��o do Tribunal Eleitoral em miss�es oficiais para fora do Pa�s. Foi assim que Toffoli n�o participou, por exemplo, de um dos �ltimos julgamentos do STF sobre o rito do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, no qual os ministros protagonizaram intenso debate at� a madrugada. Toffoli estava, na ocasi�o, em Bucareste, na Rom�nia, onde deu palestra sobre “Lei Eleitoral e Novas Tecnologias” a alunos da Faculdade de Direito.
A �nfase dada �s rela��es internacionais por meio da Justi�a Eleitoral tem justificado as viagens do ent�o presidente da Corte Eleitoral. Interlocutores do ministro argumentam que ele colocou a Justi�a Eleitoral brasileira em “outro patamar”. Em discurso na ter�a-feira, o novo presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, deu destaque positivo ao trabalho de Toffoli perante a comunidade internacional.
“Considerando a import�ncia da Justi�a Eleitoral brasileira, a sua singularidade, a tarefa dif�cil de realizar elei��es para essa multid�o de eleitores, o que singulariza nossa Justi�a, uma das maiores democracias efetivas do mundo e Vossa Excel�ncia abriu o di�logo com v�rias institui��es, como a recente integra��o do Brasil ao Idea, que nos permite agora dialogar com as principais democracias do mundo em p� de igualdade”, afirmou Gilmar Mendes, em refer�ncia ao processo de ades�o do Brasil ao Instituto Internacional para a Democracia e a Assist�ncia Eleitoral (Idea), articulado por Toffoli.
O ex-ministro do TSE, advogado Torquato Jardim, � um dos nomes que apoia o trabalho internacional de Toffoli. Segundo o advogado, a coopera��o internacional do TSE era “intermitente” nos �ltimos anos e Toffoli retomou a tentativa de firmar uma coopera��o internacional permanente do Judici�rio Eleitoral brasileiro no �mbito internacional. Jardim faz elogios � decis�o do ex-presidente da Corte.
O TSE afirma em relat�rio sobre a atua��o internacional do �rg�o que a gest�o de Toffoli “redimensionou a proje��o internacional da Justi�a Eleitoral brasileira (...) em tr�s vertentes, a saber, participa��o em foros multilaterais, miss�es de observa��o eleitoral e coopera��o internacional, com �nfase na interlocu��o com a Am�rica Latina e a �frica”. Ainda segundo o artigo elaborado pela �rea internacional da Corte, as “m�ltiplas participa��es do TSE em encontros internacionais” atendem interesses externos de conhecer a experi�ncia eleitoral brasileira e, ao mesmo tempo, “abrem espa�o para que nossa Justi�a Eleitoral seja uma voz influente no debate em curso sobre os desafios atuais da democracia”.