
De acordo com interlocutores diretos de Temer, o presidente em exerc�cio n�o teme ser citado, mas afirmam que h� preocupa��o com rela��o a outros nomes do partido. Caso haja novas suspeitas, a solu��o tende a ser a mesma: afastamento imediato.
Com a sa�da de Juc�, Temer agora tem cinco ministros com investiga��es em curso no Supremo Tribunal Federal. Ele questionou todos, quando foram convidados, se teriam alguma pend�ncia judicial. A resposta de Juc� teria sido tranquilizadora, assim como dos demais, segundo interlocutores. Temer, ent�o, teria avisado a cada um e repetiria isso, na primeira reuni�o ministerial, de que n�o aceitaria qualquer tipo de desvio de "ordem moral", dizem. Reiterou ainda que, se houvesse problemas, o titular da pasta seria afastado.
Um dos casos que preocupam, por exemplo, � o de Henrique Eduardo Alves (Turismo). A casa do ministro foi alvo de busca e apreens�o da Pol�cia Federal em dezembro do ano passado em uma das fases da Lava Jato.
Apesar de lamentar a perda de uma pe�a fundamental do seu governo, considerado um operador pol�tico importante neste momento de articula��o para a aprova��o de medidas no Congresso, Temer e seus auxiliares respiraram aliviados com a decis�o de Juc� de se afastar do cargo. O ministro comunicou sua decis�o a Temer assim que ele chegou ao Congresso para se reunir com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Bastidores
Na manh� desta segunda-feira, 23, Juc� foi ao Pal�cio do Jaburu, resid�ncia do presidente em exerc�cio, e disse a Temer que, se a grava��o sa�sse integralmente, todos veriam que n�o haveria problemas. Pediu ainda que o presidente permitisse que ele se explicasse publicamente, o que foi feito em uma coletiva, no in�cio da tarde.
Mas o estrago j� estava feito e o governo precisava agir r�pido. Temer informou que a defesa da Opera��o Lava Jato � ponto de honra para ele, assim como o combate � corrup��o. Juc� ponderou que, da forma como estava sendo apresentada a grava��o, todos ficavam em �nico balaio e que ele queria mostrar que, quem deve, precisa pagar, mas quem n�o deve precisava se defender. O ministro salientava ainda que queria se explicar e que, depois, ent�o, Temer decidiria. O presidente em exerc�cio disse que iria avaliar. "Vamos esperar o decorrer do dia", afirmou Temer a seus interlocutores, j� tendo certeza de que manter um ministro sob investiga��o e sob tiroteio, em um momento em que seu governo precisa mostrar for�a no Congresso para aprova��o de medidas econ�micas, seria muito prejudicial.
A avalia��o era de que a perman�ncia de Juc� no posto contaminaria o governo Temer e a sua busca por credibilidade, por causa do seu discurso de posse, quando defendeu a Opera��o Lava Jato.
Caciques
O entendimento dentro do PMDB � o de que Machado, para se livrar das acusa��es das quais � alvo na Lava Jato, entregou caciques do partido, como o ex-presidente Jos� Sarney e os senadores Renan Calheiros (AL), Romero Juc� (RR), Edison Lob�o (MA) e Jader Barbalho (PA).
Segundo relatos, Machado, cearense que tem rela��o com o grupo h� pelo menos 20 anos, chegou a tentar realizar um encontro com Jader em S�o Paulo, que s� n�o foi poss�vel em raz�o de o senador, na ocasi�o, estar internado no Hospital S�rio Liban�s. Apesar de n�o ter conseguido falar com Jader, integrantes da c�pula do Senado t�m como certo que Renan e Sarney n�o escaparam das grava��es.