O ex-ministro Jos� Dirceu, condenado semana passada a 23 anos de pris�o por envolvimento em desvios da Lava-Jato, foi citado hoje novamente na 30ª fase da opera��o. De acordo com os delegados e procuradores federais que investigam as irregularidades, Dirceu e seu irm�o, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, tamb�m condenado no mesmo esquema, recebia propinas de empresas que forneciam sondas para a Petrobras por meio de uma empresa de fachada, a Credencial Engenharia, e tamb�m atrav�s do escrit�rio de advocacia Rocha e Maia. Juntos eles teriam recebidos cerca de R$ 1,3 milh�o em propinas. A Credencial e o escrit�rio j� tinham aparecido anteriormente na 20ª fase da opera��o.
De acordo com os investigadores, a Credencial recebia propinas das empresas que mantinham contratos com a Petrobras e repassada a Dirceu e Luiz Eduardo por meio de “contratos de consultoria ideologicamente falsos” celebrados com a JD Consultoria, empresa que pertence aos dois. Para a PF n�o h� d�vidas sobre o fato de a Credencial ser uma empresa de fachada.
Entre os ind�cios est�o o fato dela, apesar de teoricamente atuar na �rea de engenharia, n�o funciona em um galp�o e sim na casa de um dos s�cios. Ela tamb�m nunca registrou a contrata��o de funcion�rios, nem direta e nem indiretamente, e todo dinheiro que entrava na conta da empresa era sacado rapidamente na boca do caixa. Outro ponto, de acordo com os delgados, � o fato de ela ter mudado muitos vezes seu objeto social. A Credencial, classificada pela PF como “empresa noteira”, j� foi fornecedoras de bens diversos, entre eles perfumaria, at� a presta��o de servi�os de engenharia.
No caso da Interoil, a empresa firmou contratos com a Petrobras e, em seguida, com o escrit�rio de advocacia que, por sua vez, contratou a JD Consultoria por cerca de R$ 1,2 milh�o. A Credencial firmou um contrato com a empresa de Dirceu por R$ 670 mil.
O esquema que beneficiou o ex-ministro Dirceu e seu irm�o teria recebido esses valores por meio do esquema comandado por Renato Duque, ex-diretor de servi�os da Petrobras, e do lobista J�lio Camargo. Duque e o lobista tamb�m receberam dinheiro dessa esquema, garantem os investigadores da Lava-Jato.
Para a PF, h� ind�cios de que essas fornecedoras de tubos para a Petrobras, que firmaram contratos na casa dos R$ 5 bilh�es com a estatal, teriam pago cerca de R$ 40 milh�es em propinas no Brasil e no exterior. Outras empresas n�o citadas nominalmente na coletiva dada hoje pelos integrantes da Lava-Jato tamb�m s�o investigadas.
Batizada de V�cio, a nova fase da opera��o remete, de acordo com a PF, " � sistem�tica pr�tica de corrup��o por determinados funcion�rios da estatal e agentes pol�ticos, que aparentam n�o atuar de outra forma sen�o atrav�s de atos lesivos ao estado". "O termo ainda remete a ideia de que alguns setores do estado precisam passar por um processo de desintoxica��o do modo corrupto de contratar, presente na a��o de seus representantes.