A dela��o de Pedro Corr�a ainda n�o foi homologada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Opera��o Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a reportagem, o relato do ex-deputado, preso em 2015 por ordem do juiz federal S�rgio Moro, preenche 72 anexos que somam 132 p�ginas e implicam ao menos 18 pol�ticos, entre deputados, senadores, ministro do TCU, ex-ministros e ex-presidentes.
Corr�a admite que recebeu propina de quase vinte �rg�os do governo ao longo de sua vida pol�tica, tendo come�ado a captar dinheiro il�cito ainda na d�cada de 1970, em contratos do extinto Inamps. Ele relata casos envolvendo outros delatores, como o ex-senador Delc�dio Amaral.
Segundo ele, o ent�o presidente da Petrobras, Jos� Eduardo Dutra, teria dito a Lula que n�o era da tradi��o da estatal preencher cargos por indica��o pol�tica. Mas Lula, afirmou o delator, ordenou a nomea��o de Paulo Roberto Costa para a Abastecimento - primeiro bols�o de propinas instalado na Petrobras, segundo a Lava Jato.
Pedro Corr�a citou, ainda, o presidente afastado da C�mara Eduardo Cunha (PMDB/RJ), o presidente do PSDB A�cio Neves, o ministro do TCU que reprovou as contas de Dilma Rousseff Augusto Nardes e at� o ex-prefeito de S�o Paulo, Paulo Maluf (PP).
Em um dos depoimentos, de acordo com Veja, parlamentares do PP foram reclamar com Lula sobre o avan�o do PMDB nas propinas que eram pagas � diretoria de Abastecimento, cota do PP no esquema de corrup��o na Petrobras. Na ocasi�o, o petista teria dito aos deputados do PP que eles estavam "com as burras cheias de dinheiro" e que tamb�m tinha que “atender os outros aliados".
J� em rela��o � Dilma, Pedro Corr�a teria afirmado que ela se reuniu com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em 2010 e teria pedido "apoio financeiro".
O ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da Uni�o, segundo o delator, teria recebido dinheiro do Mensal�o quando ainda exercia mandato de deputado pelo PP.
Nardes foi o relator das contas de Dilma no Tribunal de Contas e o primeiro a votar pela rejei��o delas pelas chamadas pedaladas fiscais que, posteriormente, foram utilizadas como justificativa para o processo de impeachment aberto no Congresso.
O presidente do PSDB A�cio Neves foi citado, mais uma vez, como suposto destinat�rio de propina em uma obra da estatal de energia Furnas. � revista, o tucano alegou que o assunto j� foi arquivado pela Procuradoria-Geral da Rep�blica e classifica a cita��o como "absurda, mentirosa, irrespons�vel e cretina".
Paulo Maluf, que j� tem dois mandados internacionais de pris�o, aparece pela primeira vez citado na Lava Jato como destinat�rio de R$ 20 milh�es do esquema de corrup��o na Petrobras para, supostamente, atrapalhar as elei��es para a prefeitura de S�o Paulo em 2004.
Rea��o do Instituto Lula
Segundo o Instituto Lula, Pedro Corr�a foi condenado pelo juiz Sergio Moro a mais de 20 anos de cadeia por ter praticado 72 crimes de corrup��o e 328 opera��es de lavagem de dinheiro. "Foi para n�o cumprir essa pena na cadeia que ele aceitou negociar com o Minist�rio P�blico Federal uma narrativa falsa envolvendo o ex-presidente Lula, inventando at� mesmo di�logos que teriam ocorrido h� 12 anos", destacou o instituto.
E destacou: "� repugnante que policiais e promotores transcrevam essa farsa em documento oficial, num formato claramente direcionado a enxovalhar a honra do ex-presidente Lula e de um dos mais respeit�veis pol�ticos brasileiros, o falecido senador Jos� Eduardo Dutra, que n�o pode se defender dessa cal�nia."
De acordo com o instituto, O Estado de Direito n�o comporta esse tipo de "manipula��o, insidiosa e covarde, nem por parte dos agentes p�blicos nem dos meios de comunica��o que dela se aproveitam numa campanha de �dio e difama��o contra o ex-presidente Lula".
"A utiliza��o desse recurso nojento � mais uma evid�ncia de que, ap�s dois anos de investiga��o, a Lava Jato n�o encontrou nenhuma prova ou sequer ind�cio de participa��o de Lula nos desvios da Petrobras, porque o ex-presidente sempre agiu dentro da lei. E por isso apelam a dela��es mentirosas", rebateu o Instituto Lula.