Pressionada pela base eleitoral na Bahia e disputada por grupos pr� e contra Cunha, a deputada viu "consist�ncia" no relat�rio. "Ele foi cir�rgico, decente, n�o tirou proveito pol�tico para ter visibilidade. Ele foi t�cnico."
No parecer que pede a cassa��o de Cunha, apresentado na quarta-feira ao Conselho de �tica, Rog�rio diz que h� provas fartas de que o peemedebista mentiu � CPI da Petrobr�s no ano passado, ao negar que tivesse contas no exterior. O relator aponta a pr�tica de condutas graves e il�citas, como o recebimento de propina do esquema de corrup��o na estatal, com base nas investiga��es da Opera��o Lava Jato.
O colegiado passou por uma s�rie de mudan�as em sua composi��o, e segue dividido. Cunha conta com o apoio de dez dos 21 deputados titulares do colegiado. O grupo que defende a cassa��o do mandato soma nove votos e, para empatar o placar, precisa da ades�o de Tia Eron. Se a deputada confirmar o voto pela cassa��o, o desempate vir� do presidente do conselho, Jos� Carlos Ara�jo (PR-BA), advers�rio de Cunha.
Nas �ltimas semanas, Tia Eron tem evitado acompanhar todas as sess�es do colegiado, para evitar o ass�dio. Ela marca presen�a, assiste aos primeiros minutos das reuni�es e sai. Anteontem, ouviu a leitura das primeiras p�ginas do relat�rio, mas preferiu uma conversa individual com o relator para definir sua posi��o.
Nesse di�logo, Tia Eron quis entender os motivos que levaram o relator a pedir a cassa��o e se emocionar no fim da leitura do parecer. Rog�rio contou � deputada que havia sido aliado de Cunha - inclusive na campanha do peemedebista pela presid�ncia da C�mara - e que admirava sua atua��o pol�tica na Casa, mas que, ao se deparar com provas contundentes, n�o poderia ignorar os fatos. A pr�pria Tia Eron votou em Cunha para o comando da Casa e, ao chegar ao Conselho de �tica, disse que a C�mara "produziu como nunca" sob a gest�o de Cunha.
Press�o
Tia Eron admitiu que vem sendo sondada por colegas sobre seu voto, mas disse impor limites �s press�es e n�o escondeu certo inc�modo com quem tenta enquadr�-la. "A press�o comigo n�o vai funcionar. Sei lidar com mecanismos de press�o."
Mas ela reconhece que a influ�ncia maior vem dos eleitores, principalmente nas redes sociais. "Me perguntam: ‘O que � isso? Voc� votando l� com o Cunha?’".
Aliado de primeira hora de Cunha, o vice-l�der da bancada do PMDB, Carlos Marun (MS), diz que o esfor�o na pr�xima semana ser� em derrotar o relat�rio. O passo seguinte, afirma ele, � aprovar outro parecer com puni��o mais branda, possivelmente pedindo a suspens�o do deputado.