
"Em 2006 Jacques Wagner era o azar�o, o terceiro colocado nas pesquisas de inten��o de voto para o governo da Bahia. O apoio financeiro dado por Gabrielli foi o que permitiu Jacques Wagner vencer a elei��o, contra os progn�sticos iniciais", afirmou Cerver�, em seu termo de colabora��o 31, fechado com a Procuradoria Geral da Rep�blica e tornado p�blico nesta quinta-feira, 2, por ordem do ministro Teori Zavascki - relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
Ex-diretor da �rea Internacional de 2005 a 2008 e executivo da BR Distribuidora de 2009 a 2014, Cerver� afirmou que Wagner "teve participa��o decisiva na indica��o de Gabrielli para a presid�ncia da Petrobras".
"Ambos integravam a chamada 'Rep�blica dos Caranguejos, ao lado de Marcelo D�da (governador de Sergipe, morto em 2013) e Humberto Costa (senador de Pernambuco)", disse. Todos os citados s�o membros do PT.
Cerver� afirma que o termo veio da disputa pela presid�ncia da Petrobras, em 2005, com a sa�da de Eduardo Dutra. "Houve uma disputa grande para o cargo. O nome de Gabrielli foi apoiado pela 'Rep�blica dos Caranguejos", contou o delator. Ele disputava com Rodolfo Landim, ent�o presidente da BR, que teria sido apoiado pela presidente afastada Dilma Rousseff e por Aloizio Mercadante (PT-SP).
Cerver� n�o apresenta provas em sua dela��o desses supostos repasses feitos para a campanha de Jaques Wagner, por a��o de Gabrielli - que tamb�m � da Bahia. Mas deu pistas sobre o suposto caminho do dinheiro.
"Esse apoio financeiro se deu por recursos obtidos atrav�s do trading internacional da Petrobras, que era controlado pela �rea de Abastecimento", afirmou, apontando para a diretoria ent�o sob presid�ncia do engenheiro Paulo Roberto Costa.
"Esse trading � o que opera a comercializa��o de petr�leo e derivados no mercado internacional. O grupo que controlava o trading internacional era ligado a Rog�rio Manso, ent�o assessor de S�rgio Gabrielli."
O assessor foi apontado como "uma esp�cie de emin�ncia parda". “Manso era da diretoria anterior, mas foi mantido como assessor de S�rgio Gabrielli pelo fato de 'produzir propinas enormes'.O definiu o grupo de trading internacional como 'impenetr�vel, um bunker'.
Cerver� explicou que os volumes comercializados pela �rea de venda de combust�veis e derivados no mercado internacional "s�o gigantescos" e qualquer "altera��o de centavos no pre�o de comercializa��o de um barril" resulta em grandes diferen�as de valor na aquisi��o final. "A� reside uma grande margem para propinas, por se tratar de um grande volume de recursos e de dif�cil controle", afirmou o ex-diretor de Internacional da estatal. "Grande parte desses recursos foi usada na campanha de Jacques Wagner em 2006", afirmou.
Cerver� apontou, ainda, como fonte de recursos suspeitos na campanha de Wagner, em 2006, a constru��o do pr�dio da Petrobras em Salvador para servir de sede do setor financeiro da estatal.
"(O neg�cio) tamb�m gerou aportes para a campanha de Jacques Wagner", diz o delator, que atribuiu a decis�o de levar o setor para a Bahia e de construir o pr�dio ao ex-presidente da estatal. "N�o havia nenhuma necessidade de mudan�a da �rea financeira da Petrobras para Salvador", disse.
Cerver� diz ter certeza de que Gabrielli repassou recursos para a campanha de Wagner. "Foi uma decis�o de S�rgio Gabrielli para beneficiar a candidatura de Jacques Wagner e sua pr�pria futura e eventual candidatura. Tem certeza de que a transfer�ncia da �rea financeira da Petrobras para Salvador foi para atender pretens�es eleitorais de Jacques Wagner e S�rgio Gabrielli, mediante levantamento de recursos para suas campanhas." O delator disse n�o ter "informa��es mais detalhadas sobre como se deu esse levantamento de recursos".
Defesas
O ex-ministro Jaques Wagner n�o foi localizado para comentar o caso. Jos� S�rgio Gabrielli, defendeu-se em nota: "O delator Nestor Cerver� faz um conjunto de aleivosias e insinua��es, sem nenhum fato concreto que indique qualquer comportamento ilegal e inadequado de minha parte", disse.