
Bras�lia – Preso com o ex-marqueteiro do PT Jo�o Santana, na 23ª fase da Opera��o Lava-Jato, denominada Acaraj�, o engenheiro e lobista polon�s Zwi Skornicki fechou com o Minist�rio P�blico Federal (MPF) acordo de dela��o premiada com o objetivo de diminuir a pena. Um dos filhos dele, Bruno Skornicki, alvo de condu��o coercitiva, tamb�m est� negociando a colabora��o. A informa��o preocupou os aliados da presidente afastada Dilma Rousseff, que tenta reverter vota��o no Senado para retornar ao poder. Os investigadores querem comprovar repasses de propina para abastecer a campanha de reelei��o da petista, em 2014. Skornicki, assim como Santana e a mulher, M�nica Moura, al�m de outras cinco pessoas, viraram r�us na Lava-Jato e respondem pelos crimes de corrup��o, organiza��o criminosa e lavagem de dinheiro.
O lobista � respons�vel pela intermedia��o de contratos na Petrobras que somam R$ 6 bilh�es. A expectativa do Minist�rio P�blico Federal � de que o polon�s ofere�a provas contundentes de como o dinheiro sujo abasteceu campanhas pol�ticas. Ele � representante no Brasil no estaleiro Keppel e, de acordo com o MPF, foi citado por delatores como um forte operador do esquema de pagamento de subornos. Segundo reportagem publicada ontem pelo site do jornal O Globo, Skornicki disse � Lava-Jato que Jo�o Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, lhe pediu US$ 4,5 milh�es para ajudar a financiar a campanha pela reelei��o de Dilma Rousseff, em 2014. O pagamento foi realizado diretamente para o marqueteiro Jo�o Santana e n�o foi declarado � Justi�a Eleitoral.
A Pol�cia Federal investigou inicialmente o destino de US$ 7,5 milh�es recebidos na Su��a por Jo�o Santana. A maior parte dos recursos – 60% – teria sido remetida, em 2013 e 2014, ao exterior por Skornicki, utilizando a empresa Shellbill Finance S.A. A Lava-Jato j� sabe que pelo menos US$ 3 milh�es, depositados entre abril de 2012 e mar�o de 2013, foram repassados para um conta de Santana a partir de uma articula��o de offshores controladas pela construtora Norberto Odebrecht.
Foi na casa de Zwi Skornicki que policiais federais encontraram, na 9ª fase da Opera��o Lava-Jato, em fevereiro de 2015, uma carta escrita por M�nica Moura. Ela encaminha dados de duas contas, uma que recebia em euro e outra em d�lar, no exterior. Na mesma carta, a mulher de Santana diz que enviou o modelo de contrato e que apagou, por motivos �bvios, o nome da empresa.
Os investigadores da Lava-Jato descobriram que o patrim�nio do engenheiro Zwi Skornicki aumentou 35 vezes em 10 anos. Passou de R$ 1,8 milh�o para R$ 63 milh�es. Quando foi preso, policiais federais recolheram em suas resid�ncias 15 carros antigos e diversas obras de arte de pintores famosos.
A PF ainda n�o tem provas de que os recursos foram repassados para pagamento de servi�os prestados por Santana durante as campanhas presidenciais de Dilma. A dela��o de Skornicki pode ser a pe�a que faltava para fechar a investiga��o. Na �poca da pris�o de Jo�o Santana, chamou a aten��o dos policiais o fato de Santana ter declarado legalmente o recebimento de aproximadamente R$ 170 milh�es por servi�os eleitorais prestados no Brasil desde 2005 e ter escondido o recebimento de valores menores no exterior.
Na �poca da pris�o, a defesa de Jo�o Santana alegou que todos os recursos em contas do exterior do marqueteiro eram provenientes de campanhas feitas fora do Brasil. Os advogados atestaram que n�o havia nenhum valor referente a pagamentos por servi�os prestados no pa�s.
Voos fretados
A presidente afastada, Dilma Rousseff, viajar� hoje para Campinas (SP) em voo fretado pelo PT. A decis�o foi tomada ap�s a Casa Civil restringir o uso, por Dilma, das aeronaves da For�a A�rea Brasileira (FAB). A interpreta��o dada pelo governo em exerc�cio � de que ela s� poder� utilizar os avi�es da FAB para o deslocamento entre Bras�lia e Porto Alegre, onde tem fam�lia.
A petista chegou a cogitar fazer os deslocamentos em avi�es de carreira, mas percebe que a ideia seria invi�vel. Dilma tem direito a uma equipe de guarda-costas e assessores, o que poderia causar transtornos no deslocamento pelos aeroportos. Al�m disso, n�o prosperou a inten��o de que todos os assentos pr�ximos � presidente afastada fossem comprados, para evitar hostilidades. (Colaborou Paulo Tarso Lyra)