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Estado de Minas

Lava-Jato investiga pagamentos de bilion�rio mexicano a Dirceu

A for�a-tarefa da Lava-Jato, em Curitiba, investiga a atua��o de Dirceu nos neg�cios do bilion�rio mexicano Ricardo Salinas


postado em 14/06/2016 10:07 / atualizado em 14/06/2016 10:32

Ex-ministro José Dirceu(foto: Heuler Andrey)
Ex-ministro Jos� Dirceu (foto: Heuler Andrey)
S�o Paulo - Condenado no �ltimo m�s a 20 anos de pris�o no esquema de desvios na Petrobras, o per�odo de calv�rio que o ex-ministro Jos� Dirceu (Casa Civil, governo Lula) ter� que enfrentar alvo de processos da Opera��o Lava-Jato est� longe do fim. Novas frentes de investiga��o sobre a rede de influ�ncias que o petista mantinha no governo federal, desde 2003, resultar�o em mais den�ncias criminais da Procuradoria da Rep�blica.

Desde abril, por exemplo, a for�a-tarefa da Lava-Jato, em Curitiba, investiga a atua��o de Dirceu nos neg�cios do bilion�rio mexicano Ricardo Salinas. Dono do Grupo Salinas - que inclui a maior rede de lojas varejistas do M�xico (Grupo Elektra), o Banco Azteca e uma emissora de TV e operadoras de telefonia -, o magnata pagou R$ 1,7 milh�o para a JD Assessoria e Consultoria.

O Grupo Salinas chegou ao Brasil em 2008. O ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva viajou � Recife, capital de Pernambuco, em mar�o daquele ano para receber o bilion�rio mexicano e discursar na inaugura��o da primeira unidade do Azteca.

A ideia era reproduzir no Brasil o neg�cio de sucesso criado no M�xico e espalhado para outros pa�ses latinos, com apoio do governo e de olho na expans�o no mercado consumidor das classes C, D e E brasileiro. As lojas da rede Elektra - que vende eletrodom�sticos e m�veis - vinham com banco pr�prio para financiar os compradores.

No ano passado, as 35 lojas espalhadas pelo Nordeste quebraram. O Banco Central decretou em janeiro a liquida��o extrajudicial do Banco Azteca. Desde ent�o, a atua��o de Dirceu no neg�cio do Grupo Salinas est� sob suspeita. Um grupo de ex-funcion�rios da Elektra, no Brasil, acionou a Procuradoria da Rep�blica, em Pernambuco, com pedido de investiga��o sobre irregularidades no caso e colocando sob suspeita os pagamentos feitos pelo grupo mexicano para a JD Assessoria e Consultoria.

A not�cia de irregularidades chegou �s m�os da for�a-tarefa da Lava-Jato, em Curitiba, no final de 2015. Nela, o procurador da Rep�blica Jo�o Paulo Holanda Albuquerque relata que "o Banco Azteca utilizava as contas dos funcion�rios e dos clientes para lavar dinheiro sujo, mediante a ado��o de procedimento por meio do qual, para cada conta s�cio aberta, automaticamente abria-se uma conta denominada Guardadito que seria utilizada para a pr�tica de crimes".

Rep�blica de Curitiba


A for�a-tarefa da Lava-Jato, que quebrou o sigilo banc�rio da JD Assessoria - empresa que passou a ser usada por Dirceu, ap�s ele deixar o governo Lula, em 2005 -, havia identificado o pagamento do Grupo Salinas. Os procuradores de Curitiba apontam que as consultorias do ex-ministro ocultaram propinas da Petrobras e possivelmente de outros contratos.

Foi identificado que a JD Assessoria e Consultoria "teria recebido R$ 3,62 milh�es em cr�ditos de opera��es de c�mbio". Ap�s informa��o prestada pelo Banco do Brasil, a for�a-tarefa identificou as origens de tais recursos. Parte deles, vindos da Elektra del Milenio SA, do Grupo Salinas.

Dirceu foi condenado pelo juiz federal S�rgio Moro - dos processos da Lava-Jato, em Curitiba - a 20 anos de pris�o. A pena inicial foi de 23 anos, a maior at� aqui nos processos do esc�ndalo Petrobras, mas ela acabou sendo reduzida, levando em conta a idade do ex-ministro, que est� com 70 anos.

Primeiro ministro-chefe da Casa Civil nos governos do PT, Dirceu foi presidente do partido e principal acusado no esc�ndalo do mensal�o. Condenado em 2012 no esquema de compra de apoio parlamentar do governo Lula no Congresso - denunciado pelo deputado Roberto Jefferson, em 2005 -, ele cumpria pena em regime domiciliar quando foi preso pela segunda vez acusado na Lava-Jato.

O ex-ministro ainda � investigado em outras frentes na Lava-Jato, por recebimentos milion�rios de empresas de medicamentos e do setor de comunica��o e marketing.

Defesas


O criminalista Roberto Podval, que defende o ex-ministro Jos� Dirceu, n�o foi localizado para comentar o caso. Em outra ocasi�o, ele afirmou que os servi�os prestados pela JD Assessoria e Consultoria para o Grupo Salinas foram legais e por neg�cios fora do Brasil.

O empres�rio mexicano Ricardo Salinas chegou a ser arrolado como testemunha de defesa de Dirceu, no processo em que foi condenado pelo juiz federal S�rgio Moro. Em documento enviado � Justi�a, sua defesa defensor explicou: "Carlos Slim � empres�rio do grupo Telmex, para quem Jos� Dirceu prestou consultoria; Ricardo Salinas trabalha no grupo Salinas, com o qual Jos� Dirceu mantinha contato para a prospec��o de neg�cios; e, por fim, Luis Nino Rivera, poder� atestar a rela��o profissional entre a JD Assessoria e Consultoria Ltda. e a empresa Elektra Del Mil�nio, assim como os servi�os de consultoria prestados a essa empresa."


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