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Estado de Minas

Delator diz que deu R$ 21 milh�es ao PT e PMDB

Engenheiro Luiz Carlos Martins disse em dela��o premiada que se comprometeu a pagar propina a pol�ticos do PT e PMDB em troca de contratos para obras da Usina de Belo Monte


postado em 15/06/2016 07:31 / atualizado em 15/06/2016 08:14

Vista aérea da Usina de Belo Monte, no Norte do Pará(foto: Roberto Stuckert Filho )
Vista a�rea da Usina de Belo Monte, no Norte do Par� (foto: Roberto Stuckert Filho )

S�o Paulo - O engenheiro Luiz Carlos Martins, ligado � Camargo Corr�a e delator da Opera��o Lava-Jato, relatou compromisso de R$ 21 milh�es em propina com PT e PMDB sobre as obras da Usina de Belo Monte. O engenheiro fechou dela��o premiada na Lava-Jato em meados do ano passado e prestou novo depoimento em 30 de mar�o deste ano.

Martins reiterou todas as informa��es prestadas em sua colabora��o. Ele relatou que, em 2011, levou ao ent�o presidente da Camargo Corr�a, Dalton Avancini, a "cobran�a" que lhe havia sido feita pelo ent�o presidente da Andrade Gutierrez Energia, Fl�vio Barra.

"No sentido de que 1% dos valores desembolsados no contrato das obras civis de Belo Monte deveria ser encaminhado ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Partido do Movimento Democr�tico Brasileiro (PMDB); que, complementando, afirma que a participa��o da Camargo Corr�a no empreendimento compreendia 16% no cons�rcio construtor (CCBM), pelo que lhe caberia o pagamento de R$ 21 milh�es a t�tulo de propina aos citados partidos, 50% para cada", relatou.

O engenheiro disse que, ao levar "tal demanda" a Avancini, foi orientado a tratar exclusivamente dos pagamentos relacionados ao PMDB, "sendo que os valores a serem direcionados ao PT o pr�prio presidente disse que iria resolver", afirmou.

Martins afirmou ainda que cogitou comprar R$ 1 milh�o em suco de fruta para maquiar suposta propina ao senador Edison Lob�o (PMDB-MA), nas obras da usina. No depoimento prestado � Pol�cia Federal, em Bras�lia, no fim de mar�o, ele detalhou que a "operacionaliza��o dos pagamentos" a Lob�o e envolveu a empresa AP Energy Engenharia e Montagem LTDA. Lob�o era ent�o ministro de Minas e Energia.

"O 'caminho' utilizado para fazer o dinheiro chegar ao destinat�rio, o ent�o ministro de Minas e Energia Edison Lob�o, foi mencionado em reuni�o do Conselho Diretor do CCBM (Cons�rcio Construtor Belo Monte); que, especificamente, recorda-se que foram cogitados v�rios 'caminhos', sendo que um deles envolvia Luiz Fernando Silva, que teria sido secret�rio estadual no Maranh�o e que teria v�nculos com o ent�o ministro Lob�o", relatou.

Enquanto discutia a dificuldade remeter o dinheiro ao Maranh�o para pagar a propina, "em um momento o de descontra��o, surgiu a ideia de aquisi��o de R$ 1 milh�o em suco de fruta". A ideia n�o foi para frente.

Martins contou que passou a procurar uma empresa com atividade compat�vel com a Camargo Corr�a, que pudesse fazer a intermedia��o dos valores. Segundo ele, "a remessa de valores ao Maranh�o ficou ao encargo da AP Energy ou de outras empresas ligadas a ela".

Defesas

O criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende Lob�o, afirmou que o senador "desconhece essa empresa". "Nunca ouviu falar, n�o conhece essas duas pessoas que seriam os donos da empresa. Realmente n�o tem a menor no��o de por que houve a cita��o." Citado, Dalton Avancini fez acordo de dela��o premiada antes e delatou o pr�prio Luiz Carlos Martins. A reportagem n�o localizou a defesa da empresa AP Energy. Tamb�m n�o foi localizado o defensor de Luiz Fernando Silva. Procurados, PT e PMDB n�o se manifestaram at� a conclus�o desta edi��o.

Delfim


O engenheiro Luiz Carlos Martins afirmou tamb�m que o PMDB determinou propina de 10% ao economista Delfim Netto, ex-deputado federal do partido, sobre as obras da Usina de Belo Monte. O executivo declarou que pagou R$ 160 mil em 4 parcelas.

Em 25 de junho do ano passado, o engenheiro relatou que durante uma reuni�o, em 2012, o ent�o presidente da Andrade Gutierrez Energia, Fl�vio Barra, "informou que do valor de 1% da propina que deveria ser dividida entre as empresas, ao inv�s de ser 50% para o PT e 50% para o PMDB, seria na verdade 45% para cada, e 10% seria destinado a Delfim Neto". "Todos reclamaram disso, mas Fl�vio informou que era uma determina��o do agente pol�tico do PMDB", declarou o executivo.

Os advogados Ricardo Tosto e Maur�cio Silva Leite, defensores de Delfim, informaram que o ex-ministro recebeu por servi�os de consultoria. "Delfim Netto informa que prestou servi�os de consultoria na �rea econ�mica e que recebeu os respectivos honor�rios."


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