Em sua dela��o premiada, o ex-diretor da Transpetro S�rgio Machado revelou a exist�ncia de um grande esquema de corrup��o quando ele ainda era l�der do PSDB no Senado, em 1998, para eleger o hoje presidente da sigla A�cio Neves � presid�ncia da C�mara em 2000 e estruturar uma ampla base de apoio para o governo Fernando Henrique Cardoso no Congresso. O pr�prio A�cio, de acordo com Machado, teria recebido na �poca R$ 1 milh�o em dinheiro vivo. Em nota, A�cio afirma que as acusa��es contra ele s�o cal�nias e n�o s�o verdadeiras e "n�o possui sequer sustenta��o nos fatos pol�ticos ocorridos � �poca".
"Que decidiram (os tr�s no encontro) que iriam dar entre R$ 100 mil e R$ 300 mil � cada candidato", relata Machado, que diz ter recebido propinas de empresas doadoras de campanhas tucanas, e tamb�m ter procurado o ent�o ministro das Comunica��es e coordenador da campanha de FHC Luis Carlos Mendon�a de Barros para captar recursos il�citos.
"Que eles (campanha de FHC) nos garantiram que parte desses recursos il�citos, � �poca cerca de R$ 4 milh�es de reais, viriam da campanha nacional atrav�s do ent�o ministro das Comunica��es Luis Carlos Mendon�a de Barros", afirma Machado, segundo o qual parte do dinheiro il�cito vinha "do exterior", sem dar mais detalhes de como era operacionalizado e qual a origem dele.
"Que esses recursos il�citos nos foram entregues em v�rias parcelas em esp�cie, por pessoas indicadas por ele (Luis Carlos Mendon�a de Barros). Que a maior parcela dos cerca de R$ 7 milh�es arrecadados � �poca, foi destinada ao ent�o deputado federal A�cio Neves, que recebeu R$ 1 milh�o em dinheiro".
Machado diz que o tucano recebia estes recursos de um amigo de Bras�lia "que o ajudava nessa log�stica" e afirmou apenas que a pessoa era um jovem moreno que "andava sempre com roupas casuais e uma mochila".
Al�m do esquema montado por Mendon�a Barros, Machado citou tamb�m o caixa dois da Camargo Corr�a para campanhas tucanas no per�odo e admitiu que chegou a receber na �poca R$ 350 mil em dinheiro vivo da empreiteira. Todo o esfor�o do esquema il�cito, que tamb�m teria financiado as campanhas municipais do PSDB em 2000, segundo o delator, permitiu ao PSDB eleger a segunda maior bancada da C�mara.
"Que a partir dessa articula��o e capta��es feitas em 1998 e 2000 na elei��o para prefeito, o PSDB conseguiu eleger 99 deputados", segue Machado. Segundo ele, por�m, o ent�o presidente Fernando Henrique Cardoso era contra a articula��o para que A�cio se elegesse presidente da C�mara, pois temia na �poca um racha de sua base.
Apesar disso, A�cio acabou sendo eleito presidente da Casa.
Outro lado
Em nota, A�cio afirma que as acusa��es contra ele s�o cal�nias e n�o s�o verdadeiras e “n�o possui sequer sustenta��o nos fatos pol�ticos ocorridos � �poca”."S�o acusa��es falsas e covardes de quem, no af� de apagar seus crimes e conquistar os benef�cios de uma dela��o premiada, n�o hesita em mentir e caluniar. Qualquer pessoa que acompanha a cena pol�tica brasileira sabe que, em 1998, sequer se cogitava a minha candidatura � presid�ncia da C�mara dos Deputados, o que s� ocorreu muito depois. Essa elei��o foi amplamente acompanhada pela imprensa e se deu exclusivamente a partir de um entendimento pol�tico no qual o PSDB apoiaria o candidato do PMDB � presid�ncia do Senado e o PMDB apoiaria o candidato do PSDB � presid�ncia da C�mara dos Deputados. A afirma��o feita n�o possui sequer sustenta��o nos fatos pol�ticos ocorridos � �poca" , afirma a nota.