Lucas se adiantou na corrida pela vaga e j� coletou mais de 15 assinaturas de congressistas desde abril - para se candidatar, bastaria a assinatura de um l�der partid�rio. Acompanhado pelo seu pai, o advogado Alexandre Rivas, ele circula h� dias pelos corredores das Casas abordando deputados e senadores. Na noite desta quarta-feira, o assistente jur�dico protocolou o documento junto a Secretaria-geral da Mesa.
O jovem ganhou visibilidade nos bastidores por ser um dos principais respons�veis pela defesa de Cunha no Conselho de �tica. O processo se arrastou por oito meses gra�as �s manobras de aliados do peemedebista, na maioria assessorados por Rivas. Seu nome, por exemplo, aparece como real autor do parecer de Arthur Lira (PP-AL) para tentar mudar as regras de cassa��o de mandato e beneficiar Cunha.
Entre os que apoiaram a indica��o de Rivas est�o representantes do "centr�o", como os l�deres do PR, Aelton Freitas (MG), do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB), e o atual l�der do governo, Andr� Moura (SE), ent�o l�der do PSC; e at� mesmo membros de partidos contr�rios a Cunha, como o atual l�der da minoria, Jos� Guimar�es (PT-CE), do DEM, Pauderney Avelino (AM), do PPS, Rubens Bueno (PR) e, assinando como l�der do PT, Givaldo Vieira (ES).
A indica��o de Rivas provocou a rea��o de alguns advers�rios de Cunha. Para Chico Alencar (PSOL-RJ) a nomea��o representaria um pr�mio pela atua��o do jovem a favor do peemedebista. "Ele pode ter um not�rio saber jur�dico, mas mais not�ria ainda � a liga��o que ele tem com Cunha", afirmou. Em outubro do ano passado, Alencar acusou o jovem de buscar documentos contr�rios a ele a mando do presidente afastado da Casa.
Revoltado com a indica��o, o deputado do PSOL procurou diversos l�deres para convenc�-los a desfazerem o apoio � candidatura de Rivas. O l�der do PPS j� anunciou que tentar� tirar a sua assinatura, apesar de a secretaria-geral considerar que n�o � mais poss�vel, considerando que o documento foi protocolado hoje. Rubens e outros parlamentares alegam que n�o sabiam da rela��o de Rivas com Cunha ao assinar o documento.
Rivas, por outro lado, diz que fez um trabalho "t�cnico e competente, independe de pol�tica, e foi reconhecido por isso". "Eu n�o tive o apoio de Cunha, pelo contr�rio. O candidato dele � o Renato Ramos." Segundo o assistente t�cnico, Ramos tamb�m conta com o apoio do l�der do PSD, Rog�rio Rosso (DF). "Minha candidatura foi feita com base no que os deputados viram no Conselho de �tica", defendeu.
Questionado sobre a sua pouca idade para se tornar um dos 15 conselheiros no controle do Judici�rio, Rivas disse ter "qualifica��o acad�mica" e "voca��o para identificar o direito de maneira cr�tica". Formado h� pouco mais de um ano, ele atua em cargos na C�mara desde 2012. Come�ou na Corregedoria Parlamentar, passou para a lideran�a do Solidariedade e se tornou assessor t�cnico da Comiss�o Mista de Or�amento na semana passada.
Em maio, ao anunciar a sa�da de Gustavo do Vale Rocha do CNJ, outro aliado de Cunha, para assumir o cargo de subchefe para Assuntos Jur�dicos da Casa Civil, o Broadcast Pol�tico adiantou que Renato Ramos seria indicado por Cunha para ocupar a vaga. Na �poca, ele ocupava um cargo no gabinete da presid�ncia da Casa. Mestrando e professor no UniCEUB, o advogado tamb�m foi por alguns anos assessor no Superior Tribunal de Justi�a.
Ramos foi um dos principais assessores do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) na elabora��o do relat�rio de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O advogado tamb�m atuou contra o pedido de impedimento do presidente em exerc�cio, Michel Temer. Em abril, Ramos enviou ao ministro do Supremo, Marco Aur�lio Mello, uma manifesta��o em que defendia o arquivamento do pedido.
O CNJ possui mandato de dois anos, prorrog�veis pelo mesmo per�odo, sendo nove magistrados, dois membros do Minist�rio P�blico, dois advogados e dois cidad�os de "not�vel saber jur�dico e reputa��o ilibada". Cabe � C�mara indicar um dos cidad�os "de not�vel saber jur�dico e reputa��o ilibada". Ao Senado, cabe a outra indica��o. O Conselho � presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, atualmente Ricardo Lewandowski.