O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, denunciou ao Supremo Tribunal Federal o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) por crimes de lavagem de dinheiro e evas�o de divisas em raz�o de conta atribu�da a ele na Su��a.
A Su��a transferiu ao Brasil todos os documentos e extratos banc�rios envolvendo o ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (RN). Ele pediu demiss�o nessa quinta-feira do cargo depois de ter sido informado que os dados sobre sua conta banc�ria no pa�s europeu j� eram de conhecimento dos investigadores da for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato.
Alves foi o terceiro ministro da gest�o Temer a cair e, em uma carta, explicou que n�o queria criar "constrangimentos" para o presidente em exerc�cio, Michel Temer.
A investiga��o come�ou em Berna, na Su��a, sob a suspeita de que a conta tenha sido alimentada por recursos de propinas. A conta de Alves, por�m, � uma das mais de mil contas hoje bloqueadas pelos su��os em seus bancos locais relacionadas com a Lava Jato.
Mas, para os su��os, o caminho adotado foi o mesmo seguido no caso do deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para a procuradoria su��a, n�o faria sentido processar o brasileiro, lev�-lo a um julgamento em Berna e, em seguida, jamais conseguir sua puni��o. O motivo � que o Brasil n�o extradita seus nacionais.
A ideia negociada com os procuradores da Rep�blica brasileiros foi a de transferir o caso para o Brasil a fim de que Alves, agora, seja investigado e julgado em seu pr�prio Pa�s. Para os su��os, a transfer�ncia do caso tamb�m permitir� que a Justi�a no Brasil possa agir de forma r�pida, garantindo assim que as provas e mesmo os recursos n�o sejam perdidos.
Henrique Alves j� havia sido citado anteriormente na dela��o premiada do ex-presidente da Transpetro S�rgio Machado, homologada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nela, o delator da Lava Jato contou que entregou R$ 1,55 milh�o para Alves. Segundo ele, o dinheiro tinha origem em propinas pagas por empres�rios que mantinham contratos com a Transpetro. Os pagamentos teriam sido feitos pela empresa Queiroz Galv�o nos anos de 2008 (R$ 300 mil), 2012 (R$ 250 mil) e 2014 (R$ 500 mil) e pela empresa Galv�o Engenharia, em 2010 (R$ 500 mil).
Ainda em sua dela��o, Machado afirmou que Henrique Alves "era uma pessoa com quem sempre manteve rela��o cordial". Ele afirmou que Alves, ent�o deputado do PMDB, levou a ele algumas empresas da �rea de tecnologia ou servi�os at� a Transpetro para que Machado as contratasse, mas nenhuma negocia��o avan�ou.
"Eu sempre o ajudava em �poca de campanha quando ele me ligava pedindo um encontro. Eu sempre o ajudei por meio de doa��es oficiais, cujo origem eram vantagens indevidas pagas pelas empresas contratadas pela Transpetro."
Machado contou que telefonou v�rias vezes para Alves. Ele afirmou ainda que manteve encontros com o ex-ministro na sede da Transpetro. Ainda segundo o delator, quando era preciso fazer a doa��o oficial, o dinheiro normalmente era repassado aos partidos, que depois, enviavam o dinheiro aos pol�ticos. Ainda segundo Machado, "foram repassados ao PMDB pouco mais de R$ 100 milh�es cujo origem eram vantagens il�citas".
Nota
Em nota divulgada na quinta-feira(16) a assessoria do ex-ministro informou que ele desmente as acusa��es de Machado. Sobre as investiga��es feitas pela Sui�a, Alves informou: "Refuto qualquer ila��o a respeito de conta no exterior em meu nome." A nota do ex-ministro do Turismo prossegue afirmando: "N�o fui citado a prestar esclarecimentos". Alves disse ainda que est� "como sempre estive, � disposi��o da Justi�a, at� porque sou o principal interessado em ver todas essas quest�es esclarecidas". Por fim, o pol�tico afirmou que acredita "nas institui��es do nosso Estado Democr�tico de Direito".