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Estado de Minas

Coluna Luiz Carlos Azedo

Na democracia, n�o h� sa�da para as crises sem passar pelo Congresso. O impeachment, por�m, avan�a como pau de enchente na comiss�o especial do Senado


postado em 22/06/2016 11:00 / atualizado em 22/06/2016 08:28

(foto: Arte: Soraia Piva)
(foto: Arte: Soraia Piva)

A crise do  establishment


A Opera��o Lava-Jato, com as dela��es premiadas, amea�a p�r em xeque todo o espectro pol�tico nacional, ao criminalizar as doa��es eleitorais das empreiteiras envolvidas no esc�ndalo da Petrobras aos partidos pol�ticos. N�o h� lideran�a nacional que n�o tenha sido citada at� agora, seja em dela��es premiadas, seja em listas apreendidas nos escrit�rios de empreiteiras e lobistas. Ontem, at� o ex-governador Eduardo Campos, que faleceu tragicamente num acidente a�reo em Santos, no come�o da campanha eleitoral de 2014, foi alvo de uma opera��o do Minist�rio P�blico Federal (MPF). Sobrou para a ex-senadora Marina Silva, que o substituiu como candidata do PSB.

Com dezenas de senadores e mais de uma centena de deputados, al�m de governadores, ex-governadores, ministros e ex-ministros citados na Lava-Jato, o establishment pol�tico nacional est� sendo volatilizado pela crise �tica. Reputa��es pol�ticas v�o sendo liquefeitas, seja pelas den�ncias do Minist�rio P�blico, seja pela guerra midi�tica entre militantes a favor e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O Congresso Nacional nunca esteve t�o acuado e desmoralizado: na C�mara, o presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) esperneia, rumo � cassa��o pelos pr�prios pares. Sua situa��o se torna cada vez mais dif�cil no Supremo Tribunal Federal; no Senado, Renan Calheiros (PMDB-RJ), em rota de colis�o com o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, tamb�m foi emparedado pela Lava-Jato. Tem mais de 10 inqu�ritos e uma den�ncia no STF.

A situa��o n�o � mais dram�tica porque o presidente interino, Michel Temer, vem dando demonstra��es de que a pol�tica, apesar de tudo, � a arte das artes e a ci�ncia das ci�ncias. Embora citado em alguns depoimentos da Lava-Jato, at� agora a acusa��o mais grave contra ele � a do ex-presidente da Transpetro S�rgio Machado, que o acusa de pedir dinheiro para a campanha do ex-deputado Gabriel Chalita � Prefeitura de S�o Paulo, em 2012, mas at� agora n�o conseguiu provar o fato. A proeza de Temer foi montar uma boa equipe econ�mica, sob o comando do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o que lhe garantiu credibilidade junto aos agentes econ�micos, em que pese desgastes provocados por aumentos salariais concedidos aos servidores federais e, agora, pela rolagem da d�vida dos estados. Sua capacidade de negocia��o com o Congresso e os governadores contrasta com a inapet�ncia revelada pela presidente afastada, Dilma Rousseff, cuja volta ao poder se torna cada vez mais inimagin�vel, ainda mais diante da radicaliza��o de seu discurso pol�tico.

Cen�rios


Na democracia, n�o h� sa�da para as crises sem passar pelo Congresso. O impeachment, por�m, avan�a como pau de enchente na comiss�o especial do Senado, se enrosca numa quest�o de ordem aqui, num recurso acol� e muito blablabl�, sob a tutela do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. O povo assiste bestificado o desfile das 40 testemunhas de defesa de Dilma. O PT, o PCdoB, o PDT e o PSOL, partidos que defendem sua volta ao Pal�cio do Planalto, comandam o coro do “Fora, Temer!”, enquanto os “coxinhas” que protagonizaram o impeachment acompanham a chicana petista pela televis�o. Camisas da Sele��o Brasileira e bandeiras do Brasil est�o no arm�rio.

H� dois cen�rios poss�veis: o primeiro � com a efetiva��o de Michel Temer na Presid�ncia, fortalecido pelo fato de que seus advers�rios foram derrotados e os aliados inconvenientes est�o ficando pelo caminho. O segundo � o caos, com Temer alvejado pela Opera��o Lava-Jato e seu governo desestabilizado pela ru�na completa do establishment pol�tico. Essa � a aposta das for�as contr�rias ao impeachment. Com o presidente da C�mara afastado e o presidente do Senado no limbo, o pr�ximo na linha sucess�ria � o presidente do STF, Ricardo Lewandowski. S� h� um precedente desse tipo na hist�ria do Brasil: a destitui��o de Get�lio Vargas, em 29 de outubro de 1945, pelo ministro da Guerra, Goes Monteiro, e seu candidato a presidente da Rep�blica, Eurico Gaspar Dutra. Assumiu a Presid�ncia o ministro Jos� Linhares, o sucessor direto pela Constitui��o de 1937, que manteve as elei��es presidenciais de 2 de dezembro de 1945 e convocou uma Assembleia Nacional Constituinte.


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