Bras�lia - Alvo de pedido de pris�o na Opera��o Turbul�ncia, deflagrada pela Pol�cia Federal na ter�a-feira, 21, em Pernambuco e Goi�s, o empres�rio Paulo C�sar de Barros Morato foi encontrado morto na noite desta quarta-feira, 22, em um motel em Olinda, na regi�o metropolitana do Recife.
Como n�o h� sinais aparentes de viol�ncia e investigadores encontraram comprimidos no quarto, a pol�cia suspeita que o empres�rio tenha sofrido um enfarte ou se suicidado.
A di�ria do quarto de Morato venceu no in�cio da tarde de ontem e funcion�rios tentaram telefonar para o empres�rio. Por n�o haver resposta, eles chamaram a Pol�cia Civil, que investiga o caso. A Pol�cia Federal acompanha as apura��es, mas s� as assumir� caso haja ind�cios de que a morte dele esteja relacionada �s apura��es da Opera��o Turbul�ncia.
Morato era alvo da opera��o e constava da lista de foragidos da Interpol. Investigadores est�o preocupados com o fato de o grupo investigado ser muito forte pol�tica e economicamente. H� informa��es de que os investigados j� ingressaram com pedidos de habeas corpus na Justi�a de Pernambuco.
A Pol�cia Federal apontou Morato como "testa de ferro" de um esquema de lavagem de dinheiro que desviou, desde 2010, cerca de R$ 600 milh�es, segundo as investiga��es. A "lavanderia" foi descoberta a partir de investiga��o sobre os propriet�rios do avi�o usado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) na campanha presidencial de 2014.
Uma das linhas de apura��o � o uso do esquema de lavagem de dinheiro para caixa 2 de campanhas de Campos ao governo do Estado, em 2010, e � Presid�ncia em 2014, quando disputou na chapa que tinha a ex-ministra e ex-senadora Marina Silva (atualmente na Rede) na vice. O PSB e a ex-ministra afirmam que n�o houve irregularidades durante a campanha da dupla.
'Empresa fantasma'
Os investigadores apontam Morato como "respons�vel" pela C�mara & Vasconcelos, empresa que comprou a aeronave que caiu em agosto de 2014, em Santos (SP), no acidente que matou Campos durante a campanha presidencial. A empresa, apontada como fantasma pela Pol�cia Federal, recebeu cr�ditos de quase R$ 19 milh�es remetidos pela construtora OAS.
O empres�rio tamb�m seria "ligado a outras firmas receptoras de recursos provenientes das empresas de fachada utilizadas no esquema de lavagem de dinheiro engendrado por Alberto Youssef com rela��o ao pagamento de vantagens indevidas decorrentes da execu��o de obras da Petrobras", conforme as investiga��es. Youssef � delator da Opera��o Lava Jato.
Ele ainda era acusado de cooptar outros laranjas para o esquema. "N�o s� comp�e o quadro societ�rio de empresas fantasmas ou empresta sua pr�pria conta pessoal para recebimento e movimenta��o dos recursos esp�rios, mas tamb�m coopta outros "laranjas" para o mesmo mister", informam as investiga��es.
Os advogados do empres�rio chegaram a afirmar, na ter�a-feira, dia da Opera��o Turbul�ncia, que t�o logo Morado fosse localizado, ele se apresentaria �s autoridades.