
As investiga��es da Opera��o Custo Brasil s�o decorrentes da Opera��o Pixuleco, outra fase da Lava-Jato, deflagrada em agosto de 2015, que apurou um suposto esquema de pagamento de propina - entre 2010 e 2015 - de R$ 100 milh�es. Entre os envolvidos no esquema, segundo a Receita, h� agentes pol�ticos, servidores do Minist�rio do Planejamento, escrit�rios de advocacia e empresas de fachada criadas para operacionalizar o repasse dos recursos.
O acordo de coopera��o t�cnica entre o Minist�rio do Planejamento para gest�o da margem consign�vel dos servidores, alvo da Lava Jato, foi assinado na gest�o do ministro Paulo Bernardo. O petista comandou o minist�rio de mar�o de 2005 a janeiro de 2011 no governo do presidente Luiz In�cio Lula da Silva. No primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff foi ministro das Comunica��es.
Sob o comando de Bernardo, o Minist�rio do Planejamento assinou acordo com o Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previd�ncia Complementar (SINAPP) e a Associa��o Brasileira de Bancos (ABBC). Essas entidades contrataram a empresa Consist Software Limitada para desenvolver o sistema de gest�o da margem consign�vel. Em troca, a empresa recebia um porcentual por empr�stimo consignado fechado por servidores da pasta.
As investiga��es mostraram que ap�s o contrato, a Consist repassou entre 2010 e 2013 a quantia de R$ 5 milh�es ao escrit�rio de advocacia Guilherme Gon�alves & Sacha Reck que respondeu pela coordena��o jur�dica das �ltimas tr�s campanhas da mulher do ex-ministro, Gleisi Hoffmann(PT/PR), e atuou para o pr�prio Bernardo em outras causas n�o eleitorais.
O escrit�rio de advocacia recebeu, ainda, R$ 1,2 milh�o de outra empresa da Consist, a SWR Inform�tica. O advogado Guilherme Gon�alves ainda recebeu R$ 957 mil da Consist ap�s migrar para outra banca em Curitiba, base pol�tica do casal.
Na dela��o, o ex-l�der do governo no Senado disse que Paulo Bernardo "sempre foi, desde a �poca que passou pelo Mato Grosso do Sul e at� mesmo antes, considerado um 'operador' de Gleisi Hoffmann". Segundo ele, "Paulo Bernardo sempre foi visto como um operador de muita compet�ncia".
Questionado sobre o que quer dizer com a express�o "operador", Delc�dio respondeu. "Ele (Bernardo) tinha uma capacidade forte de alavancar recursos para a campanha (de Gleisi)".
"Que diz isto porque acredita que em 2010 Paulo Bernardo j� captava recursos para Gleisi Hoffmann; que n�o h� incompatibilidade entre Paulo Bernardo ser ministro do Planejamento � �poca (2010) e ser operador de Gleisi; que, ao contr�rio, por ser Paulo Bernardo ministro, ele tinha bastante for�a para capta��o de recursos, at� porque uma das responsabilidades dele, como ministro do Planejamento, era gestionar o or�amento da Uni�o e, como tal, tinha muita for�a", aponta Delc�dio em seu depoimento.