Bras�lia - Senadores do governo e da oposi��o se uniram para criticar a a��o de busca e apreens�o na casa de Gleisi Hoffmann (PT-PR), que classificaram de "excesso", e blindar a colega. Na noite desta quinta-feira, 23, o Senado protocolou uma reclama��o no Supremo Tribunal Federal contra o juiz de primeira inst�ncia Paulo Bueno de Azevedo, por promover busca e apreens�o "ilegal" em um apartamento funcional da Casa, ocupado por Gleisi.
Na pe�a, solicitada � Advocacia-Geral do Senado, pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e pelo vice-presidente, Jorge Viana (PT-AC), os parlamentares defendem a nulidade do ato de busca e apreens�o, "solicitando que sejam eliminadas todas as provas decorrentes do ato". "Proteger as inviabilidades de seus membros n�o � outra coisa sen�o resguardar a pr�pria autonomia desta Casa", diz um trecho da pe�a.
Renan solicitou que a Advocacia-Geral entre com uma representa��o disciplinar no Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) contra o juiz. Na decis�o, Paulo Bueno de Azevedo argumentou que o fato de a mulher de Bernardo ser senadora "n�o impede a busca e apreens�o, pois, do contr�rio, ser casado ou residir com alguma autoridade equivaleria a uma verdadeira imunidade a investiga��es criminais".
Na Comiss�o Especial do impeachment do Senado, houve sil�ncio ontem em rela��o ao caso. Nenhum senador trouxe o tema para debate e a sess�o seguiu com normalidade. Antes de iniciar a reuni�o, os senadores advers�rios Lindbergh Farias (PT-RJ) e C�ssio Cunha Lima (PSDB-PB) conversaram sobre o assunto no que pareceu um pacto de n�o agress�o.
"� um constrangimento. Por mais que o embate pol�tico seja duro, h� uma fam�lia por tr�s disso. N�o h� motivo para tripudiar, n�o tenho raz�o para soltar fogos pela pris�o de ningu�m. H� um limite de embate pol�tico e de respeito � pessoa humana", afirmou o tucano.
Cunha Lima, que � advogado de forma��o, chamou a a��o de "abuso". Segundo ele, um juiz de primeiro grau n�o tem autoriza��o para comandar busca e apreens�o no apartamento funcional de uma senadora da Rep�blica e a ordem deveria ter vindo do Supremo.
'Solidariedade'
Outros senadores - entre eles alvos da Opera��o Lava Jato - se revezaram na tribuna do plen�rio em defesa da petista. Valdir Raupp (PMDB-RO) defendeu n�o s� a senadora, mas todos os colegas investigados pela Lava Jato e, at� mesmo, o governo da presidente afastada Dilma Rousseff. O PMDB tem o maior n�mero de senadores com inqu�ritos na opera��o.
"Quero externar a nossa mais sincera solidariedade � senadora Gleisi, nossa colega de trabalho, ativa, guerreira, determinada e que j� vinha sofrendo, assim como eu, assim como tantos outros parlamentares que sofrem j� h� algum tempo. N�o cabe a n�s tamb�m culpar o governo passado nem o governo atual pelo o que aconteceu com tantas autoridades. Mas os excessos existem", disse Raupp.
Um dos maiores inc�modos para Gleisi foi o fato de os dois filhos do casal, Jo�o, de 14 anos, e Gabriela, de 10, terem presenciado a pris�o do ex-ministro. "Vieram coercitivamente busc�-lo em casa, na presen�a de nossos filhos menores. Um desrespeito humano sem tamanho, desnecess�rio. N�o havia nada em nossa casa que podia ser levado. Mesmo assim levaram o computador do meu filho adolescente", declarou. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.