S�o Paulo - Procuradores da for�a-tarefa Lava-Jato em Curitiba denunciaram o ex-assessor parlamentar do ex-deputado Jos� Janene (ex-PP, morto em 2010) e ex-tesoureiro do Partido Progressista Jo�o Claudio Genu pelos crimes de forma��o de organiza��o criminosa, corrup��o passiva e lavagem de dinheiro envolvendo valores desviados do esquema de corrup��o na Petrobr�s. A for�a-tarefa aponta que ele teria recebido R$ 6 milh�es do esquema, mesmo enquanto era julgado pelo STF no mensal�o
Tamb�m foram denunciados Lucas Amorin Alves, Jayme Alves de Oliveira Filho, Rafael �ngulo Lopes e Carlos Rocha ("Cear�") pela participa��o no esquema, al�m de Cl�udia Gontijo Genu, esposa do ex-assessor parlamentar, pelo crime de lavagem de dinheiro.
As investiga��es apontaram que Genu era um dos benefici�rios e articuladores do esquema de desvio de recursos da estatal petrol�fera, recebendo um porcentual fixo da propina destinada ao PP.
De acordo com os procuradores, o ex-assessor permaneceu associado de forma est�vel e permanente � organiza��o criminosa que vitimou a Petrobras pelo menos at� a deflagra��o da Lava-Jato em 17 de mar�o de 2014.
Como provas, o Minist�rio P�blico Federal (MPF) apresentou planilhas de propina, depoimentos de diversos colaboradores, e-mails e conversas pelo aplicativo Whatsapp que demonstram a inger�ncia de Genu nos neg�cios do grupo criminoso, dentre outras evid�ncias.
Al�m disso, a partir dos registros da portaria dos escrit�rios de Alberto Youssef, os investigadores identificaram diversas visitas de Jo�o Claudio Genu ao doleiro entre 2011 e 2014.
Ainda � imputado a Genu o crime de corrup��o passiva por ter atuado com Paulo Roberto Costa, ent�o diretor de abastecimento da Petrobras, para solicita��o e aceita��o de propina no valor de R$ 357.945.680.52 entre 2007 e 2012.
Esse montante correspondia a 1% dos contratos celebrado entre a �rea de abastecimento da companhia e as empreiteiras Engevix, Galv�o Engenharia, Camargo Corr�a, UTC Engenharia, Mendes J�nior e OAS.
Para promover o desvio de recursos p�blicos, as empreiteiras celebravam contratos fict�cios com empresas de fachada de Youssef, em montante que chegou a R$ 62.146.567,80. Na sequ�ncia, Youssef fazia saques em esp�cie ou opera��es de d�lar-cabo para disponibilizar recursos aos benefici�rios finais do esquema criminoso.
Segundo a den�ncia, do valor total desviado entre meados de 2008 e 3 de julho de 2013, Genu recebeu diretamente R$ 4.393.195, 125 mil euros (R$ 475.000 mil) e US$ 390 mil (R$ 1.365.000) por interm�dio de remessas peri�dicas de dinheiro em esp�cie feitas por Youssef.
Para concretizar o neg�cio, na maioria das vezes, o doleiro se servia dos emiss�rios Rafael �ngulo, Jayme Alves e Carlos Rocha, o "Cear�", todos denunciados por corrup��o passiva. Em outras oportunidades, o doleiro tamb�m utilizava a estrutura de lavagem de dinheiro montada no Posto da Torre, em Bras�lia, para o envio de propina. Neste caso, Genu contou com a ajuda do seu s�cio, Lucas Amorin Alves, tamb�m denunciado, para a retirada dos valores no local.
Por fim, o ex-tesoureiro do PP e sua esposa tamb�m foram denunciados pelo crime de lavagem de dinheiro. De acordo com o MPF, para ocultar os recursos il�citos e dar apar�ncia l�cita a eles, Genu disponibilizou recursos em esp�cie para Cl�udia adquirir joias no valor de R$ 134 mil em uma loja especializada de Bras�lia, entre 2013 e 2014.
As joias n�o foram declaradas pelo casal, que n�o possu�a disponibilidade de recursos para a aquisi��o e n�o declarou os bens � Receita Federal. Para o MPF, a esposa de Genu tinha conhecimento direto que o dinheiro se tratava de produto de crime, considerando que, na �poca, o ex-assessor parlamentar j� tinha sido condenado no processo do Mensal�o pelo saque em esp�cie de aproximadamente R$ 1,1 milh�o das contas das empresas de Marcos Valerio no Banco Rural.
Os procuradores ainda pedem que seja fixado um valor m�nimo de repara��o do dano em R$ 357.945.680,52, que corresponde � estimativa da propina envolvida no esquema pelo qual os investigados foram denunciados.
Para o procurador da Rep�blica Diogo Castor de Mattos, "este � mais um caso em que um tesoureiro de um partido envolvido no esc�ndalo � denunciado, o que refor�a o car�ter partid�rio e, mais do que isso, pluripartid�rio do hiperb�lico esquema de corrup��o que vem sendo desvendado pela Lava-Jato".