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Estado de Minas

Empreiteiro confirma cobran�a de propina na CPI da Petrobras

De acordo com Jos� Ant�nio Sobrinho, empres�rio que pagasse propina a parlamentares n�o era chamado para depor na CPI da Pterobras


postado em 27/06/2016 08:07 / atualizado em 27/06/2016 08:11

S�o Paulo - O empres�rio Jos� Antunes Sobrinho, s�cio do Grupo Engevix, declarou ao juiz federal S�rgio Moro que, durante uma reuni�o, em 2014, na casa do ent�o senador Gim Argello (PTB-DF), em Bras�lia, ouviu pedido de "doa��o" no valor de R$ 5 milh�es em troca de n�o ter de depor na CPI Mista da Petrobras, em curso no Congresso naquele ano. "Pagou n�o seria chamado", disse Sobrinho.

"Deixando de pagar seria chamado", afirmou o empres�rio ao comentar a "estrat�gia de press�o". Segundo ele, Gim Argello agia em nome da CPI Mista da Petrobras, chantageando empreiteiros. "O encontro foi num fim de tarde, uns 40 minutos", relatou o s�cio da Engevix.

"Nessa reuni�o estavam ele (Gim Argello) e dois assessores. O assunto foi a poss�vel participa��o da Engevix nesse clube de empresas dispostas a repassar R$ 5 milh�es", disse.

Sobrinho dep�s na sexta-feira, 24, como testemunha na a��o penal contra o ex-senador, preso em abril deste ano, na Opera��o Vit�ria de Pirro, 28.ª etapa da Lava Jato. Em maio, Gim Argello foi denunciado pelo Minist�rio P�blico Federal por cobrar dinheiro de empreiteiras para que executivos fossem "blindados" em CPIs.

R�u da Lava Jato, Sobrinho negocia dela��o premiada com o Minist�rio P�blico Federal. Delatores da Lava Jato j� relataram a cobran�a de dinheiro de empreiteiras por integrantes de CPIs em troca da n�o convoca��o de executivos. O senador cassado Delc�dio Amaral (sem partido-MS) afirmou que parlamentares da CPI Mista da Petrobras de 2014 teriam pedido "recursos" para derrubar ou n�o colocar em vota��o requerimentos "desfavor�veis aos empres�rios".

Ex-executivo da Andrade Gutierrez, Gustavo Barreto relatou almo�o em junho de 2014 na casa de Gim Argello, onde foi discutido um acerto para "n�o prejudicar as empreiteiras".

Na audi�ncia de sexta-feira, realizada na Justi�a Federal em Curitiba, Moro questionou se Gim Argello cobrou R$ 5 milh�es de cada empresa ou R$ 5 milh�es de todas as empresas citadas na CPI Mista da Petrobras. "Cinco milh�es para cada empresa que viesse a participar, ou seja, se s�o oito empresas seriam R$ 40 milh�es", respondeu Sobrinho.

A Opera��o Vit�ria de Pirro descobriu que a UTC Engenharia, do empreiteiro Ricardo Pessoa, atendeu � solicita��o do ex-senador e pagou R$ 5 milh�es. A OAS, outra empreiteira alvo da Lava Jato, pagou R$ 350 mil, que foram parar na conta de uma igreja no Distrito Federal frequentada por Argello.

Sobrinho disse que ouviu o pedido, mas afirmou que a Engevix n�o pagou nada. Nem por isso ele e seu s�cio, G�rson de Mello Almada, foram chamados para depor na comiss�o.

'Colabora��o'

O empres�rio afirmou que soube da "press�o" da CPI durante um encontro em Bras�lia com o empreiteiro L�o Pinheiro, dono da OAS. "Ele (L�o Pinheiro) disse da preocupa��o muito grande das empresas envolvidas na Lava Jato e que gostaria de saber do interesse da Engevix, se n�s t�nhamos interesse de participar de um grupo de empresas que faria uma colabora��o para que a CPMI fosse barrada, de forma que os executivos n�o fossem chamados a prestar depoimento."

Sobrinho foi questionado sobre as empresas que teriam sido "convidadas" a contribuir para se livrarem da CPI. "Al�m da OAS, a Toyo Setal, a UTC, a Camargo Corr�a, a Odebrecht. N�o sei se Galv�o ou Queiroz Galv�o. Ele (L�o Pinheiro) disse que n�s (Engevix) est�vamos convidados a participar. A ideia colocada � que seria paga uma quantia em dinheiro de alguma maneira, sob a coordena��o do ex-senador Gim Argello", afirmou. "Nessa �poca tinha eclodido a Lava Jato. Eu passei o assunto para o meu s�cio G�rson de Mello Almada. Internamente t�nhamos um consenso de n�o atender (� chantagem)."

O empres�rio disse que, em julho, recebeu liga��es de assessores de Gim Argello cobrando uma defini��o. Quem o procurou tamb�m foi o lobista J�lio Camargo, delator da Lava Jato que revelou pagamento, em 2011, de US$ 5 milh�es em propinas para o presidente afastado da C�mara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"No in�cio de julho (de 2014) fui procurado por J�lio Camargo. Ele disse: ‘Voc�s n�o est�o dando nenhum retorno para o Gim Argello’. Expliquei ao J�lio da decis�o de n�o me envolver com isso, com essa situa��o. O J�lio me pediu que desse uma satisfa��o (a Gim Argello). Depois, o J�lio me ligou e pediu que eu escutasse o senador pelo menos", afirmou Sobrinho. O criminalista Marcelo Bessa, que defende o ex-senador Gim Argello, n�o foi localizado.


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