S�o Paulo - O "advogado/conselheiro" Atan de Azevedo Barbosa, de 77 anos, afirmou em depoimento � Pol�cia Federal que fez transfer�ncias para a conta do ex-gerente executivo da Petrobras Pedro Barusco "como cortesia". Atan Barbosa, funcion�rio aposentado da estatal, foi citado em dela��o premiada como um dos operadores de propina do esquema de corrup��o instalado na companhia petrol�fera, entre 2004 e 2014, sob a senha "Tadeu".
Em 2 de junho deste ano, Atan Barbosa foi questionado pela delegada federal Renata da Silva Rodrigues, da for�a-tarefa da Lava Jato, sobre a conta Heatherley Business.
"Perguntado novamente sobre sua vincula��o com a Heatherley Business, tendo em vista que vasto material foi apreendido em posse do declarante vinculando-o � referida conta, afirma que por ocasi�o de sua primeira oitiva estava confuso e que experimentava tamb�m sequelas decorrentes de um AVC; que n�o se lembrava da referida conta, por isso acabou afirmando que a desconhecia; que afirma que, de fato, a conta Heatherley Business pertence ao declarante desde 1973, tendo aberto ela para receber rendimentos enquanto trabalhou na Europa; que trabalhou na Europa at� 1992, inclusive tendo fabricado guaran� nesse per�odo, por meio de ind�strias locais; que quando saiu da Europa, a conta passou a ter pouca movimenta��o, mas mantinha um saldo razo�vel, de cerca de US$ 2 milh�es", disse o advogado em seu depoimento.
No dia 24 de novembro de 2014, o delator Pedro Barusco afirmou � PF que em 17 de junho de 2008 abriu uma empresa chamada Rhea Comercial INC, com sede no Panam�, sob a conta 606419. O ex-gerente da Petrobras declarou que a conta "acumulou ativos at� mar�o/2014 num total de US$ 14.283.402,06".
"Desse montante US$ 11.687.863,00 foram relativos a dep�sitos de propinas e o restante foram rendimentos banc�rios, sendo que US$ 1.977.350 foram pagos por empresas offshores de Atan Barbosa, operador”, apontou Barusco.
O ex-diretor disse ainda que usava siglas para se referir a nomes de operadores que depositaram propinas em seu favor. "Essas siglas eram usadas contemporaneamente aos fatos para a contabilidade das propinas: 'Tadeu � Atan Barbosa'", afirmou.
A delegada questionou Atan Barbosa por qual motivo realizou transfer�ncia partindo da conta Heatherley para a conta controlada por Pedro Barusco. Ele afirmou que fez tais pagamentos "como uma 'cortesia', buscando obter a simpatia de Barusco e alguma facilita��o por sua parte em procedimentos da Petrobr�s. Alegou, por exemplo, "que um simples cadastro de fornecedor na Petrobras pode ser um procedimento extremamente demorado, caso n�o haja um 'padrinho'"; "que Barusco era a �nica pessoa que realmente conhecia na Petrobras, j� que havia sa�do da estatal quando o declarante entrou; e que ent�o "passou a centralizar em Barusco todos esses pagamentos que buscam 'ajudar' seus clientes", declarou.