
Na quarta-feira, 29, o juiz federal S�rgio Moro autorizou que a investiga��o sobre o padre Moacir ocorra de forma concomitante �s apura��es sobre o ex-senador Gim Argello. O pagamento de R$ 350 mil, segundo a Procuradoria da Rep�blica, � par�quia foi efetivamente realizado em 19 de maio de 2014, "como demonstram as mensagens posteriores no celular de L�o Pinheiro e as informa��es fiscais da Construtora OAS".
"A autoridade policial solicitou ao Minist�rio P�blico Federal prazo para a continuidade das investiga��es neste procedimento, precipuamente para an�lise completa do material apreendido e para apurar suposto envolvimento nos fatos do investigado padre Moacir Anast�cio", afirmou S�rgio Moro, no despacho.
"O Minist�rio P�blico Federal manifestou-se. Afirmou que requereu a este Ju�zo o desmembramento do inqu�rito para as investiga��es relativas ao padre Moacir Anast�cio de Carvalho, o que foi deferido por meio de decis�o proferida nos autos. Diante das informa��es prestadas pela autoridade policial, no entanto, posicionou-se o Minist�rio P�blico Federal pela viabilidade do prosseguimento das investiga��es nestes pr�prios autos."
Na den�ncia criminal em que acusa Gim Argello e outros oito investigados de arquitetar um esquema de pagamento de ao menos R$ 5,3 milh�es em propinas de empresas para evitar a convoca��o de empreiteiros investigados na Lava-Jato para depor nas CPIs no Senado e no Congresso em 2014, a Procuradoria dedica um trecho do documento � rela��o entre o padre e o ex-senador. Os investigadores apontam que o padre Moacir Anast�cio "� o respons�vel por promover a festa religiosa denominada 'Festa de Pentecostes', em Taguatinga/DF, que arregimenta milh�es de pessoas".
"Na referida festa de Pentecostes, Moacir Anast�cio, notadamente, em �poca das elei��es, como no caso do escrut�nio de 2014, enaltece a figura de candidatos pol�ticos, e, foi nessa ocasi�o, que promoveu a imagem de Gim Argello, alcunhando-o de Senador de Pentecostes. A proximidade de Gim Argello com o Padre Moacir Anast�cio se corrobora pela exist�ncia de pelo menos 58 liga��es telef�nicas, no per�odo de 19 de mar�o de 2014 a 26 de agosto de 2014", destacaram os procuradores na den�ncia.
A acusa��o afirma que Gim Argello "ocultou e dissimulou os recursos il�citos oriundos da OAS para dar apar�ncia l�cita ao repasse da propina, mediante transfer�ncia para a Par�quia S�o Pedro para obter benef�cios na promo��o de sua imagem junto aos fi�is do Padre Moacir Anast�cio". Gim Argello foi preso em abril na 28ª fase da opera��o.
Al�m da OAS, a Par�quia S�o Pedro recebeu "doa��o" da Construtora Andrade Gutierrez no valor de R$ 300 mil em 4 de junho de 2014 "por intermedia��o espont�nea" do ent�o governador do DF Agnelo Queiroz (PT/2011-2015). A igreja destacou que tamb�m "recebeu doa��es" da Construtora Via Engenharia, "todas contabilizadas e � disposi��o das autoridades".
Em depoimento, em 14 de abril deste ano, o ex-assessor parlamentar Val�rio Neves Campos, suspeito de operar pagamento de propinas em forma de doa��o eleitoral para os partidos da coliga��o de Gim Argello em 2014, DEM, PR, PMN e PRTB, prestou depoimento � Pol�cia Federal. Val�rio Campos afirmou que "nunca foi" a qualquer evento religioso do padre e "n�o o conhece pessoalmente".
A reportagem ligou para o celular do padre Moacir Anast�cio e para a Par�quia S�o Pedro, mas n�o teve retorno.