A �ltima semana de trabalho do Congresso antes do recesso de julho ser� turbulenta e decisiva para o presidente interino Michel Temer (PMDB). A elei��o para presidente da C�mara dos Deputados e a defini��o da Comiss�o de Constitui��o de Justi�a (CCJ) sobre o futuro do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB) prometem contaminar a tentativa do Pal�cio do Planalto de acelerar projetos cruciais que ficam trancados at� que medidas provis�rias sejam votadas. O governo enfrenta ainda um clima de racha na base aliada, uma vez que a disputa para a principal cadeira da C�mara est� pulverizada. Na noite de ontem, ap�s encontro entre o presidente interino Waldir Maranh�o (PP) com l�deres e interlocutores, a elei��o foi marcada para a noite de quarta-feira. A decis�o representa um meio-termo entre a ter�a-feira, defendida pelo Centr�o, bloco mais alinhado a Eduardo Cunha, e a quinta-feira, marcada anteriormente por Maranh�o.
Mas o pr�prio PMDB – partido do presidente interino e maior bancada da Casa, com 66 deputados – est� longe de um consenso. � revelia do Planalto, que tem defendido o lan�amento de uma candidatura �nica, seis deputados da legenda manifestaram a inten��o de disputar a cadeira que foi de Cunha: F�bio Ramalho (MG), Baleia Rossi (SP), Marcelo Castro (PI), Carlos Marun (MS), S�rgio Souza (PR) e Osmar Serraglio (PR).
O candidato F�bio Ramalho se reuniu no fim de semana com v�rias lideran�as do estado para conseguir apoio e garante estar muito perto de se consolidar como nome da legenda, com a b�n��o de Temer. “Conversamos com o governador (Fernando Pimentel) e com Adalclever Lopes, presidente da Assembleia de Minas, e vamos conseguir unir a bancada mineira”, afirmou Ramalho, ontem.
Segundo o parlamentar, seu nome teria sido bem-visto pela bancada do PT, segunda maior da C�mara, que estudava um apoio ao deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para evitar a vit�ria de um candidato afilhado de Cunha. “Rodrigo Maia j� teve muitos problemas com a bancada do PT, principalmente em Minas. Inclusive, foi o coordenador da campanha do Cunha. Por isso, meu nome pode reunir mais adeptos entre a oposi��o”, disse Ramalho.
IMPEACHMENT A pauta trancada na C�mara acende o sinal de alerta no Planalto porque, caso alguns projetos n�o sejam votados at� a paralisa��o de julho, as chances de aprova��o diminuem, uma vez que, em agosto, est� prevista a vota��o do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado e, em seguida, come�a a campanha para a elei��o municipal. Na semana passada, o prometido esfor�o concentrado acabou resultando apenas na aprova��o de duas medidas provis�rias e um projeto de lei que interessa aos Jogos Ol�mpicos do Rio.
Ontem, um dos principais articuladores do governo Temer no Congresso, o secret�rio-executivo do Programa de Parcerias e Investimentos, Moreira Franco, usou as redes sociais para tentar acalmar a base aliada do Planalto e dizer que Temer n�o vai interferir na elei��o da Casa. “A orienta��o do presidente Temer � clara: governo n�o se mete na disputa na C�mara, n�o apoia candidato. � minha posi��o! Que ven�a o melhor para a Casa”, escreveu Moreira Franco.
At� agora, cinco deputados j� formalizaram a candidatura � presid�ncia da C�mara – Fausto Pinato (PP-SP), Marcelo Castro (PMDB-PI), Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO), Carlos Manato (SD-ES) e F�bio Ramalho (PMDB-MG). O PV anunciou ontem que tamb�m vai lan�ar um nome para o pleito. Outros tr�s cotados para a vaga s�o os deputados Rog�rio Rosso (PSD-DF), nome pr�ximo de Eduardo Cunha e simp�tico ao Planalto, Rodrigo Maia e Fernando Giacobo (PR-PR). Os tr�s se movimentam intensamente nos bastidores, mas devem se inscrever somente na v�spera da elei��o.
DIA D PARA CUNHA Amanh�, �s 14h30, a Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) tem reuni�o marcada para votar uma manobra de Eduardo Cunha que tenta anular a decis�o do Conselho de �tica, que aprovou a cassa��o do seu mandato. Mesmo ap�s a ren�ncia, ele se mant�m influente entre os parlamentares e, na semana passada, conseguiu que o deputado Paulo Pereira, o Paulinho da For�a (SD), seu antigo aliado, substitu�sse um dos integrantes no colegiado.
Advers�rios de Cunha esperam novas manobras para salvar o parlamentar at� o dia da vota��o, com a possibilidade de a sess�o ser novamente adiada. Caso o parecer do relator Ronaldo Fonseca (PROS-DF), favor�vel ao peemedebista, seja apoiado pela maioria dos membros da CCJ, o Conselho de �tica ter� de colocar novamente em vota��o o relat�rio de Andr� Moura (PSC-SE) que sugere a cassa��o do mandato de Cunha. O parecer de Fonseca, aliado do deputado afastado, recomendou a anula��o da vota��o nominal e determina que ela seja pelo painel, como determina o regimento interno da C�mara.
FHC em casa
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de 85 anos, teve alta do Hospital do Cora��o (HCor), em S�o Paulo, no final da noite de s�bado. Ele passou por uma cirurgia para a implanta��o de um marca-passo, aparelho que corrige batimentos card�acos. FH chegou ao hospital por volta das 7h30 do s�bado, acompanhado de sua mulher, Patr�cia Kundr�t. De acordo com o boletim m�dico, a cirurgia foi realizada com sucesso pela equipe do cirurgi�o cardiovascular Enio Bufollo. O ex-presidente n�o deve receber visitas pelos pr�ximos dois dias nem ter agenda p�blica. Em sua p�gina no Facebook, a equipe de FHC diz que ele “est� em casa, seguindo vida normal” e “agradece as manifesta��es de apoio que tem recebido”. A coloca��o do marca-passo foi decidido pelos m�dicos como medida preventiva, ap�s diagn�stico frequ�ncia card�aca abaixo do normal.