Bras�lia – A Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) recorreu no Superior Tribunal de Justi�a (STJ) contra as decis�es do ministro Nefi Cordeiro, que soltou o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o lobista Adir Assad, que estavam presos preventivamente no Rio de Janeiro por envolvimento em esquemas de corrup��o investigados pelas opera��es Saqueador e Pripyat.
Os subprocuradores-gerais da Rep�blica Jos� Callou e Francisco Sanseverino alegam haver motivos suficientes para manter as duas pris�es preventivas. Eles pedem que o ministro Cordeiro reconsidere suas decis�es sobre o bicheiro e o lobista ou que a 6ª Turma do STJ reavalie a determina��o monocr�tica.
Os procuradores tamb�m sustentam que o ministro concedeu as medidas sem solicitar as informa��es sobre o caso ao Tribunal e sem ouvir o Minist�rio P�blico. Eles defendem que ambos permane�am na cadeia para evitar que continuem praticando crimes. "As decis�es apontam contexto de criminalidade desenvolvida de forma habitual, profissional e sofisticada."
Cachoeira teve a pris�o preventiva decretada em 28 de junho, durante a Opera��o Saqueador, que investiga o desvio de R$ 370 milh�es de obras no Rio de Janeiro. Ele � acusado de, entre 2007 e 2012, realizar diversas opera��es para lavar dinheiro p�blico. Na decis�o do STJ, o ministro Cordeiro aponta "extemporaneidade dos fatos", mas os procuradores argumentam que os efeitos dos crimes cometidos perduram e podem ser percebidos at� hoje.
"A recente dela��o premiada dos prepostos da Andrade Gutierrez no �mbito da Opera��o Lava Jato, ocorrida em mar�o de 2016, confirmou a pr�tica de desvios de verbas p�blicas por meio de contratos fraudulentos celebrados pela empreiteira Delta Constru��es Ltda". Cachoeira era diretor da empresa.
J� Assad foi preso preventivamente em 5 de julho, durante a Opera��o Pripyat, um desdobramento da Lava Jato que apura um esquema de corrup��o envolvendo a empresa Eletronuclear. As investiga��es apontam que empresas de Assad podem ter sido usadas para lavar dinheiro de recursos recebidos pela Andrade Gutierrez e que eram usados para pagar propina.
No recurso, a PGR afirma haver provas de que Assad era o operador do esquema investigado pela Pripyat e tamb�m est� implicado na Saqueador e na Lava Jato.