Bras�lia - Proibido pela Justi�a de entrar no plen�rio, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acompanhou nessa quarta-feira, 13, de casa a escolha do seu sucessor no comando da C�mara se transformar num plebiscito sobre seu destino. Nas horas que antecederam a vota��o, os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Rog�rio Rosso (PSD-DF) eram citados nos discursos e conversas como coadjuvantes.
Maia e Rosso nunca esconderam sua rela��o pr�xima ao peemedebista. O candidato do DEM, por�m, quis deslocar sua imagem nos �ltimos meses � do ex-presidente da C�mara, apesar de Maia j� ter se beneficiado da rela��o que mantinha com Cunha.
O deputado do DEM chegou a ser presidente da Comiss�o Especial da reforma pol�tica e, quando o ent�o presidente da C�mara destituiu o deputado Marcelo Castro da relatoria do projeto, nomeou Maia relator de plen�rio. O abalo na rela��o veio com a indica��o de Andr� Moura (PSC-SE) por Cunha para a lideran�a do governo na C�mara.
Rosso, por sua vez, assumiu o posto de herdeiro de Cunha.
Mensagens
Enquanto a vota��o n�o come�ava, Cunha mandava mensagens por WhatsApp e telefonava pedindo votos para Rosso, segundo parlamentares. A cada deputado, ele lembrava os agrados e benesses concedidos durante sua presid�ncia. Ele insistia que o deputado do PSD era o �nico comprometido em salv�-lo da cassa��o. Cunha alardeava que tamb�m tinha conseguido apoio do PRB, de Celso Russomanno.
O pior dos cen�rios para ele, na avalia��o de um deputado de seu grupo, era ver Maia e Marcelo Castro (PMDB-PI) no segundo turno, o que n�o ocorreu.
Do baixo clero e pr�ximo de evang�licos, Rosso recebeu aval do Planalto para sair candidato � presid�ncia da C�mara. O governo, por�m, n�o conseguiu disfar�ar que o melhor seria a derrota de Rosso e, consequentemente, o fim da supremacia de Cunha. Michel Temer e ministros da �rea pol�tica n�o se esfor�aram para assegurar a candidatura de Rosso, mas tomaram cuidado para n�o irritar o padrinho dele.
Cunha ainda tem poder sobre colegiados da C�mara. Ele elegeu os presidentes das comiss�es Mista de Or�amento, Arthur Lira (PP-AL), e Constitui��o e Justi�a, Osmar Serraglio (PMDB-PR), e o l�der do governo na Casa, Andr� Moura (PSC-SE). "O fantasma Eduardo Cunha seguir� sondando isso aqui por muito tempo", disse a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) na tribuna.