Apesar do abatimento com a derrota, a ordem dentro do grupo � aproveitar o recesso legislativo para "recolher os mortos e cuidar dos feridos".
"N�o gosto de comentar nada logo ap�s a derrota. Prefiro esperar acalmarem os �nimos um pouco. Temos um agrupamento importante, mas mudou o comando da Casa e vamos aguardar para ver como isso vai ser", afirmou o l�der do PTB, Jovair Arantes (GO).
Jovair foi um dos coordenadores da campanha de Rog�rio Rosso (PSD-DF), que tamb�m preferiu minimizar a derrota e a participa��o do governo na corrida pelo comando da Casa. "Agora somos parte da mesma base. Com equil�brio e maturidade, vamos apoiar o presidente Michel Temer e procurar ter uma maior coes�o, com menos divis�o", afirmou Rosso, l�der do partido. Ele falou com o presidente em exerc�cio logo ap�s o resultado no plen�rio.
'Efeito Cunha'
Apesar de declarar fidelidade, l�deres do Centr�o consideram que Temer poder� enfrentar uma "tormenta" caso o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) resolva apontar sua artilharia contra integrantes do PMDB e do governo. Mesmo derrotado na Casa, Cunha ainda tem uma base aliada que pode tentar obstruir vota��es, por exemplo.
Na an�lise do Centr�o, o governo, ao entrar em campo para derrotar Rosso na disputa pela presid�ncia da Casa, acabou por "entregar a cabe�a de Cunha". Alguns deputados lembram que o rev�s na campanha de Rosso, considerado um aliado do deputado fluminense, ocorreu menos de 48 horas depois de Cunha, ao se sentir acuado na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ), fazer amea�as contra seus advers�rios. "Hoje foi comigo; amanh� ser� com voc�s", afirmou Cunha no colegiado que julga seu processo de cassa��o. Nesta quinta-feira, 14, ele voltou a repetir esse discurso e acabou derrotado, tendo seu recurso rejeitado pela CCJ.
Outro elemento que pode provocar "estremecimentos" na base � a leitura de parlamentares de que foi feito um "acord�o" entre o grupo que elegeu Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o Planalto para a disputa de fevereiro de 2017. Na ocasi�o, estar� em jogo um mandato de dois anos no comando da Casa.
O l�der do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB), outro coordenador da campanha do Centr�o, considerou como um dos motivos para a derrota o clima criado dentro da Casa contra Cunha, considerado o "arquiteto" do grupo. "Acho que o efeito Cunha foi muito forte, a realidade � essa. Mas a Casa definiu por duas excelentes candidaturas. O importante � que a decis�o foi tomada dentro da base do governo", afirmou Ribeiro.
No balan�o do Centr�o, a participa��o do governo em prol de Maia e a debandada da bancada do PR contribu�ram para a derrota do grupo. Na noite da disputa, o l�der do partido, Aelton Freitas (MG), chegou a procurar Rosso e informou a ele que, dos 43 integrantes da bancada, ele poderia entregar entre sete a dez para o candidato.
"No segundo turno n�o t�nhamos nenhum compromisso com nenhum dos candidatos. Questionei um a um da bancada e, de cada dez, oito estavam com Maia", afirmou Freitas. Segundo ele, o ministro dos Transportes, Maur�cio Quintella Lessa, tamb�m deu o aval pela candidatura do DEM. "Consultamos o nosso ministro. Ele tamb�m disse que tinha prefer�ncia pelo Maia", ressaltou o l�der.
'Sem interfer�ncia'
Procurado, o l�der do governo na C�mara, Andr� Moura (PSC-SE), nega que o governo tenha tido qualquer interfer�ncia na disputa. "O governo n�o entrou. O ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) nos disse para ficarmos distantes", afirmou. Sobre o racha no Centr�o, do qual o PSC tamb�m faz parte, Moura considerou: "N�o tenho que ficar preocupado com o Centr�o, mas com a base como um todo, o que importa � ela estar unida".
Para ele, o andamento do processo de Cunha dentro da Casa tamb�m n�o vai contaminar a governabilidade. "N�o tem essa hist�ria de o governo ter entregado a cabe�a dele de bandeja. A situa��o de Cunha vai ter que ser enfrentada em algum momento e temos que dar continuidade aos nossos trabalhos."