J� s�o oito anos flertando com a Prefeitura de Belo Horizonte, um ciclo que o deputado federal Eros Biondini (PROS) pretende encerrar este ano. Aos 45 anos, o parlamentar, veterin�rio de forma��o, garante que n�o abrir� mais m�o de sua candidatura para ser vice ou apoiar outro nome, como fez nas duas �ltimas elei��es. Nascido no Bairro Barroca e criado na Lagoinha, Biondini se divide tamb�m com as atividades religiosas e sociais. Al�m de cantor cat�lico, ele � fundador da comunidade de evangeliza��o Mundo Novo, ligada � Igreja, e se dedica ao trabalho de recupera��o de dependentes qu�micos. “O papa Francisco disse que � uma obriga��o para o crist�o se envolver na pol�tica”, diz. O parlamentar tem em Juscelino Kubitschek (1902-1976), que foi prefeito de BH, fonte de inspira��o, e j� apresenta uma lista de projetos para a cidade, como o monotrilho, o Canto de Minas – espa�o que reunir� um pouco da cultura de cada parte do estado –, al�m de serestas e corais se apresentando diariamente na Pampulha.
Por que o senhor quer ser prefeito de BH?
Eu amo demais esta cidade. Desejo muito ajud�-la, ter a oportunidade de realizar por Belo Horizonte. Vivo aqui meus 45 anos como um cidad�o comum. Al�m disso, adquiri uma grande experi�ncia no Legislativo. Estou no terceiro mandato como deputado e sou um dos que mais investiram em BH. Este ano, R$ 2 milh�es de recursos das minhas emendas foram para hospitais filantr�picos da capital. E tamb�m tive experi�ncia no Executivo como secret�rio de Esporte, Juventude e Pol�tica sobre Drogas, sendo avaliado acima da m�dia pelos diversos grupos.
H� uma dist�ncia entre deixar o Legislativo para assumir o cargo m�ximo do Executivo. Como est� se preparando para isso?
Quando assumi a secretaria de Estado tive uma bagagem muito grande. Ali tive um desafio e consegui super�-lo, porque sa� bem avaliado. Isso me torna preparado e capaz para assumir a prefeitura. Na minha gest�o, implantamos academias ao ar livre em muitos munic�pios mineiros, incentivamos esportes como v�lei, kart, futsal, corridas de rua, torneios internacionais. Encaminhamos milhares de jovens envolvidos com drogas para comunidades terap�uticas.
Qual o principal problema de BH?
N�o tem como falar um problema porque, infelizmente, BH tem v�rios. Temos um tr�nsito ca�tico, um dos piores do Brasil e com uma ind�stria de multas. H� um total descaso e falta de apoio ao comerciante, aquele que gera renda e emprego, uma fiscaliza��o mais punitiva do que educativa. A sa�de est� prec�ria, vemos um recorde de moradores de rua, h� muitos jovens nas cracol�ndias. Mas o que a popula��o sente mais falta � de um prefeito sens�vel e pr�ximo da popula��o, que dialogue com a cidade.
Como o senhor pretende resolver esses problemas?
Pretendo ser um gestor sens�vel. H� cidades do tamanho de BH que n�o t�m esse or�amento. Apesar de ter diminu�do com a crise, se bem aplicado, sem desperd�cios e desvios, � totalmente capaz de suprir as demandas b�sicas para que n�o precise diminuir a merenda, o material da escola, os insumos dos postos de sa�de. J� tenho acertado, caso seja eleito, 500 vagas anuais em comunidades terap�uticas em Minas Gerais que v�o acolher dependentes qu�micos. Vamos criar um Projeto BH Todo dia, ampliar drasticamente o potencial tur�stico de BH. Fazer serestas todos os dias na Casa do Baile e coral infantil na igrejinha da Pampulha, valorizar nossos talentos.
No aspecto do tr�nsito, vai tirar o metr� do papel?
Vou continuar como um belo-horizontino sonhando com o metr�, mas n�o vou colocar no meu plano de governo. � t�o frustrante para n�s repetidamente ouvir os candidatos falando de metr�. Mas vou instalar o monotrilho e o VLT (Ve�culo Leve sobre Trilhos). V�rias linhas j� foram estudadas, de Confins � Savassi, outra pela Amazonas at� Betim, entre o Belvedere e o Barreiro. Ele � vi�vel. Se o prefeito tiver credibilidade e for h�bil em fazer parcerias, logo que tomar posse j� pode fazer o chamamento que v�o correr para c� para fazer o monotrilho.
Em 2008, o senhor foi candidato a vice na chapa de Leonardo Quint�o (PMDB). Em 2012, desistiu da candidatura pr�pria para apoiar Marcio Lacerda (PSB). Agora far� novamente oposi��o ao prefeito?
Sou uma pessoa cr�tica ao prefeito. N�o me arrependi de apoi�-lo, mas me decepcionei com a gest�o dele. Al�m de eu estar no mesmo grupo pol�tico que ele, via que a descontinuidade daquelas propostas que ele ainda n�o tinha cumprido seria mais tr�gica. Naquele momento, era uma elei��o polarizada de um turno s�. A decis�o foi de posicionar a favor de Lacerda ou Patrus (Ananias, do PT).
O senhor tem conversado muito com o deputado estadual Sargento Rodrigues, que tamb�m � pr�-candidato. Quem vai desistir da disputa?
N�s temos agendas comuns no que diz respeito � seguran�a p�blica, principalmente. H� uma pol�tica mais humanizada, maior di�logo com a popula��o. Cada um vai encabe�ar sua pr�pria chapa, mas, � claro, at� o fim tudo � poss�vel. Principalmente numa elei��o de dois turnos.
Numa candidatura independente como a sua, como pretende construir alian�as?
Tenho uma boa conviv�ncia com todos. Saio fora desta polariza��o de quem hoje est� no poder. Minha candidatura � independente, n�o est� ligada a nenhum cacique. O primeiro encontro entre o Lacerda e o Pimentel (governador) foi agora, depois de um ano e meio. Sou deputado federal e nunca fui procurado pelo prefeito em Bras�lia.
Sendo religioso, como pretende abordar assuntos como a identidade de g�nero e a diversidade sexual como prefeito?
Eu participei da comiss�o do Plano Nacional da Educa��o na C�mara. Foi retirado o texto que continha o termo ideologia de g�nero, por achar desnecess�rio e prejudicial para crian�as que ainda est�o na fase de forma��o de sua inoc�ncia e car�ter ensinar-lhes variados tipos de pr�ticas sexuais. Ao prefeito, cabe cumprir as leis que o Legislativo aprova. O prefeito � o prefeito de todos e eu quero ser prefeito de todos. Todas as pessoas t�m que ser olhadas com dignidade. Sonho que BH seja a cidade da paz.