S�o Paulo - O chefe do Setor de Opera��es Estruturadas da Odebrecht, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, respondia diretamente ao presidente afastado do grupo, Marcelo Bahia Odebrecht, afirmou Marcos Paula de Souza Sabi�, gerente de Recursos Humanos da empresa, em depoimento ao juiz S�rgio Moro, da Opera��o Lava-Jato. O departamento � apontado pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF) como a "Diretoria de Propinas" da empreiteira.
Sabi� n�o � r�u na Lava-Jato e dep�s nesta quarta-feira, 20, como testemunha de defesa de Angela Palmeira Ferreira, funcion�ria da Odebrecht que fazia parte do setor de propinas e foi presa temporariamente na 23.ª fase da Lava-Jato, a Acaraj�.
Questionado por Moro sobre o que era o setor, ele disse se tratar de uma "estrutura como todas as demais estruturas da organiza��o, n�o tinha nada que eventualmente fosse diferente de uma outra estrutura".
Moro perguntou a quem era subordinado Silva Filho. "Ele tinha sua delega��o e, dentro da macroestrutura, ficava ligado ao diretor-presidente da organiza��o", disse a testemunha. "Seria o senhor Marcelo Odebrecht?", questionou o juiz federal. "Isso", respondeu Sabi�, que trabalha h� 18 anos na empresa.
Na a��o penal da Opera��o Xepa, o MPF delimitou a den�ncia aos repasses do setor de propinas para Jo�o Santana e sua mulher e s�cia, M�nica Moura, presos desde fevereiro deste ano. O casal de marqueteiros das campanhas de Luiz In�cio Lula da Silva e de Dilma Rousseff teria recebido US$ 6,4 milh�es no exterior de contas atribu�das � Odebrecht e R$ 23,5 milh�es no Brasil.
Investiga��o
Al�m dos funcion�rios do setor de propinas da empreiteira, que tinham um software pr�prio para fazer a contabilidade dos pagamentos il�citos e o Drousys em que eles se comunicavam por apelidos, o MPF afirmou na den�ncia que dois doleiros teriam atuado para o departamento da propina, por meio de opera��es d�lar-cabo. Nelas, eles recebiam repasses da Odebrecht no exterior e dispunham a quantia em dinheiro vivo no Brasil.
Ao todo foram 45 pagamentos aos marqueteiros no Brasil, de 24 de outubro 2014, ainda durante o per�odo eleitoral daquele ano em que Dilma se reelegeu, at� o dia 22 de maio 2015. "O que mostra um acinte em rela��o � Justi�a", afirmou o coordenador da Lava-Jato, procurador Deltan Dallagnol, quando a den�ncia foi entregue � Justi�a Federal.
Procurada pela reportagem, a defesa do presidente afastado da Odebrecht n�o respondeu at� a conclus�o desta reportagem.