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Estado de Minas

Economista diz que delator mandou para Delc�dio R$ 1,5 milh�o 'em caixas'


postado em 27/07/2016 09:19 / atualizado em 27/07/2016 11:38

S�o Paulo - O economista Ant�nio Alberto Leite Godinho afirmou � Pol�cia Federal que, entre 2006 e 2007, em nome do ent�o senador Delc�dio Amaral (sem partido, ex-PT-MS), recebeu R$ 1,5 milh�o do operador de propinas e delator da Lava-Jato Fernando Falc�o Soares, o Fernando Baiano. Godinho afirmou que foram enviados a ele "em v�rias ocasi�es, pacotes de dinheiro deixados na portaria do pr�dio". Os valores pagaram, segundo o economista, credores da campanha de Delc�dio ao governo do Mato Grosso do Sul, em 2006.

Um interlocutor identificado como "Godinho" havia sido citado pelo ex-diretor da �rea Internacional da Petrobras Nestor Cerver� em mar�o deste ano. Cerver� afirmou, em dela��o premiada, que em 2006 Delc�dio pediu contribui��o financeira para "auxili�-lo na campanha eleitoral". Ele declarou que Baiano repassou US$ 1,5 milh�o "a uma pessoa ligada a Delc�dio do Amaral de nome Godinho, indicada pelo senador".

Em sua dela��o, Delc�dio relatou que disse a Cerver� que Godinho, "amigo de longa data" iria procur�-lo para receber US$ 1 milh�o, a ser entregue por Fernando Baiano. O ex-senador afirmou que o valor recebido n�o foi contabilizado oficialmente por ele e as d�vidas de campanha foram pagas. Delc�dio declarou ainda se arrepender "da campanha eleitoral que disputou em 2006 e que soube, posteriormente, que a origem desses recursos teria advindo de propinas pagas a partir da compra da Refinaria de Pasadena, no valor global de US$ 15 milh�es".

O depoimento de Godinho foi prestado em 25 de maio de 2016. � PF, ele contou que estudou com Delc�dio no Col�gio S�o Luiz, em S�o Paulo. Em 2002, segundo Godinho, ele organizou um encontro da turma de escola para comemorar trinta anos de formatura e se reaproximou de Delc�dio, rec�m-eleito senador.

"Ap�s essa reaproxima��o, o declarante teve a oportunidade de acompanhar Delc�dio do Amaral, em entrevistas e eventos, quando realizados em S�o Paulo, al�m de t�-lo encontrado em diversas ocasi�es, sobretudo de cunho social, envolvendo as fam�lias de ambos", relatou Godinho, que disse ter ocupado cargos na administra��o p�blica, "tais como na Casa Civil do Estado de S�o Paulo, no Minist�rio da Agricultura e na Companhia de Saneamento B�sico do Estado de S�o Paulo (Sabesp)".

"Em algum dos encontros que travou com Delc�dio Amaral, este lhe mostrou uma lista com diversas pessoas e empresas, as quais seriam credores da campanha eleitoral ao Governo do Estado do Mato Grosso do Sul, realizada naquele ano de 2006; que o ent�o senador queixou-se de que estava enfrentando muitas dificuldades para saldar tais d�vidas, alegando que rec�m havia obtido a possibilidade de um apoio financeiro no Rio de Janeiro; perguntando ao declarante (Ant�nio Godinho) se este poderia prestar-lhe ajuda para a operacionaliza��o desses pagamentos; que a tarefa do declarante seria apanhar os valores e realizar o pagamento dos credores das d�vidas de campanha", disse Godinho em depoimento.

De acordo com o economista, Delc�dio ent�o lhe passou um n�mero de telefone para que fosse feito um primeiro contato com Fernando Baiano, "que seria o respons�vel por disponibilizar os valores no Rio". Ant�nio Godinho declarou que ligou para Baiano e foi orientando a comparecer no Rio de Janeiro, "em endere�o do qual n�o recorda".

"Ao chegar no endere�o, o declarante conversou pessoalmente com Fernando Soares, mas n�o obteve nenhum valor, tendo apenas tratado a respeito", disse. "Fernando Soares confirmou que disponibilizaria os valores, cerca de R$ 1,5 milh�o, mas n�o dispunha, naquela oportunidade, de nenhuma parcela dessa monta."

No depoimento, Ant�nio Godinho contou que duas outras idas seguintes ao Rio, tamb�m para cobrar valores de Fernando Baiano, foram "sem sucesso". "Em algum momento das tratativas com Fernando Soares ficou acertado que o dinheiro seria levado at� a resid�ncia do declarante (Ant�nio Godinho), em S�o Paulo, o que de fato ocorreu; que esclarece que foram enviados ao declarante, em v�rias ocasi�es, pacotes de dinheiro deixados na portaria do pr�dio; que tais valores estavam acondicionados em caixas cobertas por papel pardo, contendo o nome do declarante; que foram entre cinco e sete entregas de dinheiro realizadas", aponta o depoimento.

"O ex-senador Delc�dio apenas perguntava ao declarante se estava correndo tudo bem, referindo-se � chegada do dinheiro e aos pagamentos; que o intervalo de tempo entre cada remessa de dinheiro ficava entre quinze e vinte dias, salvo engano; que, no total, o declarante acredita que tenha recebido em torno de R$ 1,5 milh�o", relatou.

Godinho declarou que "por desempenhar essas tarefas", recebeu do ex-senador ressarcimento dos gastos que teve com passagens a�reas e demais despesas relacionadas �s viagens, e uma pequena compensa��o financeira de cerca de R$ 6 mil a R$ 8 mil.

Os valores foram solicitados, disse Godinho, "em face do grande transtorno que teve ao realizar os pagamentos no interesse do ex-senador". Segundo o economista, ao receber os valores de Fernando Baiano, ele passava a pagar os credores de Delc�dio, "seguindo as prioridades que o ex-senador tinha indicado".

O economista afirmou que "nunca teve conhecimento quanto � origem dos valores que Fernando Soares enviou � sua resid�ncia". A PF questionou Godinho se "pelas circunst�ncias como foram enviados os valores (de forma arriscada e sem o uso do sistema financeiro)", ele nunca teria se questionado sobre a licitude do dinheiro.


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