Bras�lia – Passadas as conven��es municipais, os partidos iniciam a disputa eleitoral mais tensa, curta e sem recursos da hist�ria recente da democracia brasileira. Pressionados pelas investiga��es da Lava-Jato, com novas regras eleitorais e sem financiamento privado para bancar os custos, as legendas disputam mais de 5,5 mil prefeituras em um momento de total descr�dito pol�tico e pouco mais de um m�s ap�s o encerramento do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. “Quem der um progn�stico m�nimo ou conseguir estabelecer qualquer meta de vit�ria nas elei��es de outubro estar� chutando”, afirmou o secret�rio-geral do PSDB, deputado S�lvio Torres (SP).
Mesmo com o PT fora do poder federal, o PSDB v� possibilidades remotas de avan�ar nos postos petistas no Nordeste, exce��o feitas em algumas capitais, como Recife, hoje administrada pelo PSB. “Mas em algumas cidades importantes de Pernambuco, como Jaboat�o dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho, temos nomes bastante competitivos”, disse Torres. Ele n�o acredita que a crise pol�tica nacional seja fator preponderante nas disputas municipais. “Claro que este assunto ser� pautado nas capitais. Mas, na maior parte das cidades, � o cotidiano do eleitor que vai pesar na escolha do candidato”, completou.
NO COMANDO Disputando as elei��es municipais no comando interino do governo federal, pela primeira vez desde 1988, o PMDB sabe que ser� vidra�a das cr�ticas da popula��o em um momento de retra��o econ�mica e crise pol�tica. “N�o vamos ficar dizendo, nas campanhas, que a culpa do atual momento pol�tico � do PT. Teremos sim, de mostrar � popula��o que o PMDB � capaz de promover mudan�as que retomem o crescimento e garantam a volta do emprego”, explicou o tesoureiro nacional do PMDB, senador Eun�cio Oliveira (CE). Com 1.041 prefeituras, o PMDB � a legenda que mais comanda cidades no pa�s. “Por isso, n�o adianta falarem que somos um partido descolado do social. Estamos distribu�dos em todo o Brasil”, completou Eun�cio.
Ressuscitado no cen�rio nacional ap�s a elei��o de Rodrigo Maia (RJ) para a presid�ncia da C�mara, o DEM apega-se no presente para retomar o brilho do passado. O principal nome do partido nas elei��es municipais � o prefeito de Salvador, ACM Neto, que deve se reeleger com folga no primeiro turno. “Queremos aproveitar o bom momento vivido pelo partido e marcar, nas elei��es municipais, a retomada do nosso crescimento”, disse o presidente nacional do DEM, senador Jos� Agripino Maia (RN). “Estamos indo para a reelei��o em Vila Velha (ES), em Aracaju (SE) e em Feira de Santana (BA)”, completou Agripino.
O PSB tamb�m aguarda as disputas de outubro como um momento de reafirma��o nacional. O partido j� tinha sido o que mais cresceu em n�meros de prefeituras nas disputas municipais de 2012. Mas um acidente de avi�o em agosto de 2014 matou Eduardo Campos, presidente nacional da legenda e ex-governador de Pernambuco. “Muitos diziam que encolher�amos. Mas estamos lan�ando candidatos em 14 ou 15 capitais e em 56 das 90 cidades que t�m segundo turno para prefeito”, comemorou Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB. Ele lembra que o partido lan�ou 1,6 mil candidatos a prefeito e pretende eleger, ao menos, um ter�o deles. Os socialistas administram 428 prefeituras, atualmente.
O PT sofre com a imagem arrastada pela Opera��o Lava-Jato. Tanto que, em cidades importantes, como o Rio e Salvador, nem sequer ter� cabe�as de chapa. Na capital fluminense, ap�s o rompimento com o PMDB, o partido apoiar� Jandira Feghali. A parceria se repete em Salvador, com a cabe�a de chapa ocupada pelo PCdoB, em uma alian�a costurada por Jaques Wagner, ex-governador da Bahia e ex-chefe da Casa Civil de Dilma. “Teremos candidatos em 19 capitais e queremos manter nossas prefeituras na capital paulista e no chamado cintur�o vermelho do PT (S�o Bernardo, Santo Andr�, Osasco e Guarulhos)”, afirmou o secret�rio de organiza��o do PT, Florisvaldo Souza.
Os planos da Rede Na primeira elei��o que disputar�, a Rede Sustentabilidade conta com o apoio de Marina Silva como principal cabo eleitoral da legenda, mas sabe que ter� de dividi-la com a agenda pessoal. “Ela � uma s� e tem seus pr�prios compromisso. Esta semana (que passou), por exemplo, ela estava na Indon�sia”, afirmou o coordenador de organiza��o da Rede, Pedro Ivo.
O arco de alian�as da Rede � vasto, passa pelo PSOL, pelo PSB e at� pelo PMDB, como em Curitiba, onde apoiar� Requi�o Filho. “N�s buscamos nomes que estivessem afinados com nossa agenda de sustentabilidade”, declarou Pedro. “No caso da regi�o Norte, por exemplo, onde teremos candidatos em praticamente todas as capitais, buscamos nos coligar com pol�ticos que tenham projetos de desenvolvimento para as cidades”, prosseguiu.