S�o Paulo, 11 - A den�ncia da Opera��o Irmandade, desdobramento da Lava Jato no Rio, mira o caixa 2 da empreiteira Andrade Gutierrez que teria abastecido esquema de corrup��o instalado na Eletronuclear, no �mbito das obras da Usina de Angra 3. Executivos-delatores ligados � companhia relataram que o fundo de recursos financeiros il�citos 'era �nico e alimentava o pagamento de propina em diversas frentes'.
Na lista de 'frentes' est�o, al�m da Usina de Angra 3, alvo da acusa��o da for�a-tarefa, a Usina de Belo Monte, as obras de est�dios para a Copa do Mundo de 2014, o Complexo Petroqu�mico do Rio de Janeiro (Comperj) e a Ferrovia norte-sul.
O Minist�rio P�blico Federal acusa 11 investigados por crimes de lavagem de dinheiro, organiza��o criminosa e falsidade ideol�gica.
Esta den�ncia faz parte da Opera��o Irmandade, etapa da Lava Jato desencadeada no Rio e que pegou suspeitos de, sob orienta��o da Andrade Gutierrez, operarem esquema de propinas na Eletronuclear - Adir Assad, seu irm�o Samir Assad, Marcello Jos� Abbud, Mauro Jos� Abbud e S�nia Mariza Branco.
"A investiga��o identificou, a partir da colabora��o da Andrade Gutierrez, que os pagamentos de propina realizados em esp�cie para funcion�rios da Eletronuclear eram suportados pelo caixa 2 da empreiteira. Esse esquema de lavagem de dinheiro era sustentado na celebra��o de contratos fict�cios e expedi��o de notas fiscais falsas com v�rias empresas, dentre elas pessoas jur�dicas somente constitu�das no papel, controladas pelos irm�os Adir Assad e Samir Assad", aponta a den�ncia.
O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, recebeu a den�ncia. A acusa��o atribui a Samir Assad 223 crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideol�gica, al�m de organiza��o criminosa. Os irm�os Assad s�o suspeitos de liderarem o n�cleo financeiro operacional respons�vel por empresas de fachada que intermediavam o repasse de vantagens indevidas e geravam "caixa 2" para pagamentos de propina em esp�cie pela construtora Andrade Gutierrez a diretores da Eletronuclear na constru��o de Angra III.
"Integravam esse n�cleo, em posi��o de destaque, Marcello Abbud e Mauro Abbud. Esses quatro acusados (Adir e Samir Assad, Marcello e Mauro Abbud) utilizaram durante anos uma cadeia de empresas de fachada especializada em fornecer recibos falsos e notas fiscais frias para grandes construtoras, sendo que na Opera��o Irmandade, foram usadas pela Andrade Gutierrez as empresas Legend Engenheiros Associados, SP Terraplenagem, JSM Engenharia e Terraplenagem e Alpha Taxi A�reo Ltda", aponta a acusa��o.
De acordo com a Procuradoria da Rep�blica, no Rio, essas empresas abasteceram o caixa 2 da construtora em mais de R$ 176 milh�es, tamb�m usados para pagar propinas nas obras de est�dios para a Copa do Mundo de 2014, do Complexo Petroqu�mico do Rio de Janeiro (Comperj) e da Ferrovia norte-sul.
A den�ncia diz que o esquema 'era e ainda � constitu�do por diversas empresas fict�cias, algumas j� baixadas e outras em franca atividade formal, numa sucess�o de constitui��es societ�rias s� no papel, para a venda de notas fiscais de servi�os nunca realizados, a fim de permitir que grandes empreiteiras formassem uma milion�ria reserva de dinheiro n�o contabilizado para ocultar e dissimular o pagamento de propina a agentes p�blicos e pol�ticos'.