
O l�der da Rede na C�mara, deputado Alessandro Molon (RJ), prometeu nesta quinta-feira apresentar na pr�xima sess�o plen�ria um requerimento de convoca��o extraordin�ria pedindo a antecipa��o da vota��o da cassa��o do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A estrat�gia da oposi��o � tentar constranger os parlamentares, ao classificar como aliado do peemedebista quem votar contra o requerimento.
Na noite da quarta-feira, 10, o presidente da C�mara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou a vota��o da cassa��o de Cunha para 12 de setembro, uma segunda-feira. O caso ser�, portanto, votado em plen�rio ap�s a conclus�o do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, prevista para o fim de agosto. A data era defendida pelo Pal�cio do Planalto, que teme que o deputado afastado retalie o governo Michel Temer ap�s ser cassado.
"Nosso objetivo �, na primeira sess�o da C�mara, apresentar um requerimento de convoca��o extraordin�ria, para antecipar a vota��o da cassa��o de Eduardo Cunha", afirmou Molon em entrevista na C�mara. A inclus�o do requerimento na pauta de vota��es, por�m, depende de decis�o do pr�prio presidente da C�mara, o que diminui as chances de o pedido de antecipa��o da vota��o de Cunha ser submetido ao plen�rio.
Para Molon, � inaceit�vel que a cassa��o do ex-presidente da Casa seja votada em 12 de setembro. "� uma data que tem tudo para n�o dar certo, seja pela proximidade da elei��o, seja por ser uma segunda-feira", disse. "Parece que a C�mara, no fundo, n�o quer votar a cassa��o de Eduardo Cunha. Parece que a press�o de uma boa parte da base do governo quer a todo custo salvar o mandato de Eduardo Cunha", acrescentou o l�der da Rede.
Na quarta, Maia rebateu as cr�ticas de que a data tenha sido escolhida para ajudar o ex-presidente da C�mara a se salvar da cassa��o. Ele disse ser mais f�cil garantir qu�rum no plen�rio para votar o caso do peemedebista antes das elei��es municipais, previstas para o in�cio de outubro, do que depois. "Duvido que este plen�rio n�o estar� presente para a vota��o", afirmou o atual presidente da Casa na quarta-feira.
Justificativas
A justificativa para escolher a data � que n�o ser� poss�vel votar o caso na pr�xima semana, porque n�o haver� atividades na C�mara, em raz�o do in�cio da campanha eleitoral. Na semana seguinte, ser� a vota��o do impeachment no Senado, o que tamb�m impossibilita a vota��o. Entre 29 de agosto a 2 de setembro, Maia deve assumir o comando do Pa�s interinamente, por causa da viagem do presidente em exerc�cio Michel Temer para a reuni�o do G-20 na China.
Com isso, n�o poderia presidir a vota��o; a fun��o seria transferida para o 1º vice-presidente da C�mara, Waldir Maranh�o (PP-MA). Na primeira semana de setembro, tamb�m n�o seria poss�vel votar a cassa��o, por conta do feriado de 7 de setembro, o que diminuiria o qu�rum. Por essa linha de pensamento, restou, portanto, a semana entre 12 e 16 de setembro. Parlamentares pr�ximos a Maia dizem que ele n�o escolheria o dia 13, por ser o n�mero que identifica o PT nas urnas eleitorais.
Para al�m da exclus�o das datas, pesou na decis�o a unifica��o do discurso da base aliada de Temer em torno do assunto. Por temer que Cunha retalie membros do governo e que isso pudesse atrapalhar o impeachment, o Pal�cio do Planalto atuou para garantir que a antiga oposi��o (PSDB, DEM e PPS) se unisse ao Centr�o (grupo de 12 partidos liderados por PP, PSD e PTB) e passasse a defender a vota��o da cassa��o para depois do impedimento de Dilma.