Bras�lia, 26 - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), conversou pela terceira vez com jornalistas, nessa sexta-feira, 26, para se lamentar pela discuss�o que teve com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) durante o julgamento do impeachment. Segundo Renan, ele foi "provocado", por�m a sua rea��o foi "desproporcional". "Eu fui desproporcional e isso n�o � do meu estilo, sou conhecido por me dar bem com todos, pela minha temperan�a", comentou. Enquanto conversava com a imprensa, no intervalo da sess�o no plen�rio, o l�der do PT, Humberto Costa (PE), disse a Renan que nunca o viu "dar tantas entrevistas em um �nico dia".
Renan reiterou que est� "extremamente chateado" pela sua discuss�o com Gleisi, pois acredita que a imagem de neutralidade que tenta manter pode ter sido corrompida. Ele voltou a declarar que n�o sabe se votar� ou n�o no julgamento de Dilma Rousseff, com quem diz manter boa rela��o. Renan n�o quer declarar uma posi��o pois acredita que isso s� iria contribuir para acirrar os �nimos. "Meu maior ativo � conversar com todo mundo, n�o foi desfazer isso." Sobre a sua aproxima��o com Michel Temer, Renan disse que trata todos da mesma forma. "Tenho com ele um bom relacionamento. J� divergimos, mas nas minhas contas convergimos mais do que divergimos."
Apesar dos �nimos exaltados pela manh�, o presidente da Casa afirmou que o clima no Senado � o "melhor poss�vel" e que tudo ser� superado ap�s o julgamento. "Aqui as pessoas se xingam civilizadamente", brincou. Questionado se a vinda do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva ao Senado, na pr�xima segunda-feira, 29, para o interrogat�rio de Dilma, poderia causar tumulto, Renan comentou que nada vai tumultuar mais do que a confus�o em que se envolveu hoje. Bem humorado, Renan disse que "a sorte do Brasil � que s� temos processos de impeachment a cada 20 anos", fazendo uma refer�ncia ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor.
Embora afirme que superou o epis�dio com Gleisi, Renan insinuou que a atitude da senadora foi de ingratid�o. Ele repetiu pelo menos cinco vezes que � alvo de dez a��es populares por causa da sua decis�o de manter as prerrogativas de Dilma como presidente durante o seu afastamento. "Talvez essa seja uma boa oportunidade para a gente agravar a pena da ingratid�o", ironizou o peemedebista. O presidente do Senado voltou a dizer tamb�m que n�o � o protagonista do impeachment, mas que foi "puxado" para o centro do processo.