(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Temer tem 852 dias para p�r pa�s nos trilhos

Com o afastamento definitivo de Dilma Rousseff do poder, peemedebista toma posse com o desafio de retomar o crescimento econ�mico e conseguir emplacar a reforma da Previd�ncia


postado em 01/09/2016 06:00 / atualizado em 01/09/2016 09:52

Temer em seu pronunciamento em cadeia nacional(foto: Reprodução da TV)
Temer em seu pronunciamento em cadeia nacional (foto: Reprodu��o da TV)
Em mais um dia hist�rico desde o restabelecimento da democracia no pa�s, em 1985, o Brasil assistiu ontem � posse do novo presidente da Rep�blica, Michel Temer, que comandar� a Na��o pelos pr�ximos 852 dias, at� o fim de 2018. “Temos dois anos e quatro meses para colocar o pa�s nos trilhos”, declarou Temer � sua equipe, na primeira reuni�o ministerial, ocorrida logo ap�s assumir o cargo efetivamente.

Em sua fala,  transmitida ao vivo pela TV, deixou claro ter consci�ncia de que seu maior desafio no cargo ser� recuperar a economia, que registrou no trimestre passado a nona queda seguida, de 0,6%, e enfrentar uma alta taxa de desemprego, que atinge 12 milh�es de pessoas. Aos ministros, afirmou que gerar emprego � o primeiro tema a ser levado em conta em suas medidas. � noite, em seu primeiro pronunciamento em cadeia de r�dio e TV, defendeu a necessidade da reforma da Previd�ncia, medida impopular que exigir� esfor�o extra do novo governo no Congresso.

Ao assumir o lugar de Dilma Rousseff, afastada definitivamente do cargo ap�s um processo de impeachment que p�s fim a 13 anos e meio do PT no poder federal, Temer tamb�m ter� de enfrentar um pa�s marcado por profunda crise pol�tica. At� ent�o discreto em rela��o �s acusa��es de que h� golpe, o presidente avisou aos ministros que n�o vai mais levar ofensas para casa. Disse que � preciso contestar a partir de agora o termo golpista. “Golpista � voc�, que est� contra a Constitui��o”, afirmou com firmeza e uma certa irrita��o.

CERIM�NIA CURTA
Como havia antecipado o Planalto, a solenidade que tornou Temer efetivo no cargo foi protocolar, sem pompas e durou pouco mais de 10 minutos. Como de praxe, coube ao presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), dar posse ao novo presidente. Al�m desse protagonismo, Renan teve papel de destaque nos momentos finais do julgamento ao surpreender o plen�rio e votar pelo impeachment e ao dar a deixa para os peemedebistas votarem pela manuten��o dos direitos pol�ticos de Dilma Rousseff.

Al�m de Renan e do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, ao lado de Temer na mesa do Senado estava o presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Como determina a Constitui��o, por ser o primeiro na linha sucess�ria, j� que o cargo de vice-presidente est� vago, Maia assumiu interinamente a Presid�ncia da Rep�blica, ontem � noite, logo ap�s o embarque do peemedebista para a China –  Temer participa da reuni�o de c�pula do G20, grupo que re�ne os pa�ses mais ricos do mundo. Curiosamente, o pa�s teve ontem tr�s presidentes em um s� dia: Dilma, ainda na condi��o de presidente afastada, e Temer e Maia, interinamente.

BATALHA JUR�DICA
A posse de Michel Temer, por�m, n�o p�e fim � batalha jur�dica que permeou os 274 dias do processo de impeachment. Em pronunciamento ap�s o resultado da vota��o no Senado, que a tirou definitivamente do cargo por 61 votos a 20, a j� ex-presidente Dilma Rousseff declarou que vai recorrer em todas as inst�ncias poss�veis contra o que classificou de fraude.

Em discurso no Sal�o de M�rmore do Pal�cio da Alvorada, uma das resid�ncias oficiais da Presid�ncia da Rep�blica que ter� de deixar em at� 30 dias, a petista garantiu que haver� contra o governo Temer oposi��o “firme, incans�vel e en�rgica”. Recebida aos gritos de “Dilma, guerreira, da p�tria brasileira”, ela estava acompanhada do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, de parlamentares de partidos aliados e integrantes de movimentos sociais.

Apesar de decretar a cassa��o de Dilma, o Senado rejeitou, por 42 votos a 36, em vota��o em separado, a inabilita��o da ex-presidente para exercer cargos p�blicos por oito anos. A decis�o, criticada por muitos parlamentares e pelo Planalto, foi apontada como um pr�mio de consola��o para a petista. Isso porque, mesmo tendo sofrido impeachment, ela poder� exercer cargos p�blicos, como de ministra e secret�ria estadual. Dilma tamb�m n�o est� ineleg�vel, ou seja, poder� concorrer �s elei��es novamente, caso queira.

O resultado dessa vota��o em separado pode abrir outra frente jur�dica. O pr�prio Temer pediu a Romero Juc�, um dos senadores mais pr�ximos a ele e presidente do PMDB, que tome a inciativa de recorrer da decis�o no Supremo. O PSDB e o DEM, que haviam prometido recorrer � Corte, decidiram mais tarde rever a posi��o. Anunciaram publicamente que n�o haver� uma a��o de seus partidos na Justi�a.

REPERCUSS�O Logo ap�s a divulga��o do resultado no Senado, v�rias capitais, incluindo Belo Horizonte, registraram fogos de artif�cio, buzina�os e manifesta��es de rua em apoio � decis�o. Houve ainda protestos favor�veis a Dilma e contra Temer. Entidades empresariais pediram, principalmente, para que o novo governo tome medidas para que o crescimento econ�mico no pa�s seja retomado o mais r�pido poss�vel, al�m de agilidade nas reformas previdenci�ria, trabalhista e tribut�ria e o combate � corrup��o.

A imprensa internacional tamb�m garantiu lugar de destaque ao impeachment de Dilma Rousseff. Muitos ve�culos de comunica��o da Europa e dos Estados Unidos ressaltaram em suas p�ginas iniciais que a vota��o hist�rica que tirou Dilma e o PT do poder ocorreu num momento em que o Brasil luta contra a recess�o. Muitos lembraram ainda que incertezas pol�ticas devem persistir no pa�s.

No meio diplom�tico, pa�ses latino-americanos, como Equador, Venezuela e Bol�via, anunciaram a retirada de seus embaixadores do Brasil.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)