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Estado de Minas

Temer ter� um ano para implantar reformas que pretende

Pol�ticos da base de Michel Temer avaliam que as mudan�as na legisla��o trabalhista e previdenci�ria saem em 2017 ou, pela en�sima vez, v�o continuar na fila das promessas


postado em 04/09/2016 06:00 / atualizado em 04/09/2016 07:40

(foto: Luis Macedo/Camara dos Deputados )
(foto: Luis Macedo/Camara dos Deputados )

Bras�lia - O presidente Michel Temer, que assumiu na �ltima quarta-feira de maneira definitiva para um mandato de dois anos e quatro meses at� 31 de dezembro de 2018, ter� praticamente um ano para fazer as reformas que pretende tirar da gaveta: 2017. Este ano, ainda ter� que sofrer com os rescaldos das elei��es municipais e, a partir de 2018, estar�, oficialmente, aberta a sucess�o presidencial. Se o calend�rio apertado fosse o �nico problema, Temer poderia se considerar um presidente feliz. Mas ele tamb�m ter� de lidar com uma s�rie de atritos na base de apoio, tanto na C�mara quanto no Senado, uma oposi��o renhida do PT e dos movimentos sociais e a disputa interna de v�rios nomes que estar�o de olho na cadeira dele na elei��o de 2018. Ou seja, pode ficar ainda pior. � consenso no mercado que o governo que assume agora ter� de aprovar uma s�rie de reformas estruturantes — que, por sinal, jamais avan�aram concretamente ao longo de nosso curto processo democr�tico. Entre elas, as reformas previdenci�ria, pol�tica e trabalhista.


“At� o fim deste ano aprovaremos, nas duas casas, a PEC (proposta de emenda � Constitui��o) que limita o teto de gastos da Uni�o e iniciaremos a discuss�o da reforma da Previd�ncia, que deve ser votada no ano que vem”, acredita o l�der do PSDB na C�mara, Antonio Imbassahy (BA). O tucano avalia ainda que ser� poss�vel discutir alguns pontos para modernizar a legisla��o trabalhista, permitindo uma livre negocia��o entre empregadores e empregados. “N�o ser� uma reforma, n�o teremos nada que retire direitos dos trabalhadores”, prometeu o tucano. Para um experiente observador pol�tico, quando muito, o governo Temer conseguir� discutir a reforma da Previd�ncia. “A reforma trabalhista ser� como aquele 'bode' colocado na sala. O Planalto encaminha as duas reformas para que apenas a da Previd�ncia passe”, apostou o analista.

Quem sabe, nem essa, admitiu outro aliado de Temer. “A reforma da Previd�ncia � extremamente impopular. Se o pa�s voltar a crescer e a arrecada��o retomar um ritmo de eleva��o que equilibre o caixa p�blico, poderemos adiar esse debate para quem se candidatar nas elei��es de 2018”, disse um peemedebista, incomodado com a possibilidade de o governo Temer querer empunhar bandeiras t�o �speras. As reformas pol�tica e tribut�ria dificilmente ser�o apreciadas.

No Pal�cio do Planalto, a argumenta��o � de que a reforma da Previd�ncia � algo inadi�vel. O chefe da Casa Civil, ministro Eliseu Padilha, lembrou, em recente entrevista, que, na �poca de Get�lio Vargas, a idade m�nima para aposentadoria era 65 anos, com uma expectativa de vida de 37 anos. Atualmente, a expectativa � de 78 anos e a aposentadoria segue aos 65 anos. Al�m disso, as fam�lias est�o tendo, hoje, uma m�dia de 1,8 filhos, o que significa que, a longo prazo, o dinheiro que entrar� no sistema ficar� insuficiente para pagar quem sai dele. “Para que as reformas necess�rias ao pa�s saiam do papel � preciso que o presidente Temer enquadre o PMDB e lembre que eles s�o governo. O PSDB e o DEM est�o dispostos a dar a sua cota de sacrif�cio para que as medidas sejam aprovadas”, alerta o presidente nacional do DEM, senador Jos� Agripino Maia (RN).

Bancadas


A divis�o na base preocupa o Planalto. T�o logo terminou a vota��o do impeachment da presidente Dilma Rousseff, Michel Temer fez quest�o de ligar imediatamente para o presidente do PSDB, senador A�cio Neves (MG), para pedir temperan�a neste momento de crise. O l�der do governo na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), — desgastado por ter, na tribuna, defendido, pessoalmente, o voto contr�rio � manuten��o dos direitos pol�ticos da ex-presidente Dilma Rousseff —, pela segunda vez em uma semana foi aconselhado a recuar da decis�o de abandonar o posto.

T�o logo volte da China, Temer pretende dar maior aten��o ao Congresso. Ele planeja, inclusive, marcar reuni�es com as bancadas dos partidos — n�o apenas com as lideran�as partid�rias — para defender a necessidade de aprova��o das reformas. “Para manter a harmonia e a unidade da base, o presidente Temer ter� de exercer, primordialmente, uma das suas principais habilidades: o di�logo”, refor�ou o l�der do PSD na C�mara, Rog�rio Rosso (DF).

 

Muitos andidatos em 2018

 

Bras�lia - Michel Temer tem dois anos e quatro meses de mandato, mas uma imensid�o de candidatos est�o de olho para ocupar a cadeira dele em 1º de janeiro de 2019. S� no PSDB s�o tr�s nomes. Como as leis da f�sica dizem que dois corpos n�o podem ocupar o mesmo espa�o, os candidatos ter�o que se espalhar por outras legendas: A�cio Neves pelos tucanos; Geraldo Alckmin pelo PSB; e Jos� Serra, que j� flertou pelo PMDB, poderia sair pelo PSD de Gilberto Kassab. “A situa��o do PSDB n�o � f�cil. Se o governo Temer der certo, ele ser� candidato ao Planalto. Se der errado, o espa�o da oposi��o j� estar� ocupado pelo PT. O que os tucanos far�o?”, provocou um peemedebista.

“N�o d� para ficar pensando em benef�cios eleitorais neste momento. Quem quiser pensar apenas em se eleger n�o conseguir� fazer as reformas necess�rias ao pa�s”, defende o presidente nacional do DEM, senador Jos� Agripino Maia (RN). Mas o DEM tamb�m ter� de administrar as suas idiossincrasias internas. O l�der do partido no Senado, Ronaldo Caiado (GO), pretende candidatar-se ao Planalto, a exemplo do que fez em 1989, pelo antigo PSD. Mas alguns demistas acham que a melhor aposta ser� o prefeito de Salvador, ACM Neto (BA), que deve se reeleger com folga e, ao menos por enquanto, planeja candidatar-se ao governo estadual.

No Congresso, Temer tamb�m precisar� ficar atento para evitar surpresas. Em fevereiro, haver� elei��o para as duas Mesas Diretoras. No Senado, a aposta � que Eun�cio Oliveira (PMDB-CE) substitua Renan Calheiros. Na C�mara, a disputa estar� mais aberta, com a base rachada entre um grupo mais ligado ao atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (RJ), e os antigos aliados do ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Se eles quiserem nos isolar, o PMDB fecha conosco. Teremos 220 votos e ningu�m nos segura”, amea�a um l�der do chamado centr�o.


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