
Os candidatos � Prefeitura de Belo Horizonte foram confrontados por estudantes do 2º e 3º anos do Ensino M�dio por quase tr�s horas na manh� desta segunda-feira no Col�gio Batista. Duramente cobrados pelos alunos a apresentar propostas, nove dos 11 candidatos entraram em temas pol�micos como a regulamenta��o do Uber e tiveram de se posicionar sobre assuntos como aborto e homossexualidade. Tamb�m n�o faltaram trocas de acusa��es e farpas entre os advers�rios na busca do voto dos jovens.
O candidato do PSDB Jo�o Leite (PSDB) compareceu somente para se apresentar nos minutos iniciais e deu lugar ao seu vice, vereador Ronaldo Gontijo (PPS). O deputado federal Luis Tib� (PTdoB) confirmou presen�a e n�o foi.
As respostas ficaram para o vice-prefeito D�lio Malheiros (PSD), os deputados federais Eros Biondini (Pros), Marcelo �lvaro Ant�nio (PR), Reginaldo Lopes (PT) e Rodrigo Pacheco (PMDB), das professoras Vanessa Portugal (PSTU) e Maria da Consola��o (Psol), o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), e o empres�rio Alexandre Kalil (PHS).
Falta de propostas
Praticamente todos os candidatos foram cobrados pelos alunos por n�o terem disponibilizado propostas concretas em seus sites. Os alunos direcionaram as perguntas a pontos sens�veis a cada um. Transmitido pela internet, o debate chegou a ocupar o segundo lugar nos assuntos mais comentados do twitter.Questionado sobre o que os alunos chamaram de abandono do Parque Municipal, D�lio disse que o local est� bem cuidado e, no futuro, a inten��o � tirar as grades do local. Sobre a presen�a de moradores de rua, disse que muitos candidatos dizem que v�o tirar os mendigos das ruas e, em vez disso, a PBH cuida deles. Rodrigo Pacheco pregou o combate ao desperd�cio do dinheiro p�blico, que, segundo ele, � grande na prefeitura.
Kalil teve um embate com D�lio Malheiros, a quem cobrou sobre a necessidade da constru��o de um Centro Administrativo da PBH. O vice-prefeito respondeu dizendo que o projeto n�o � priorit�rio e depender� de financiamento privado. Kalil tamb�m criticou a PBH, dizendo que, em suas andan�as, viu “crian�a pisando no esterco” na cidade.
Em outro momento de disputa com D�lio, Kalil disse que as obras que a PBH diz que far� s�o “papo furado” e “ningu�m mais acredita”. “A cidade que o D�lio � vice � pior do que Recife, no Nordeste”, afirmou. D�lio respondeu que todos os compromissos firmaram foram cumpridos e que eles v�o dar andamento �s obras. “N�o podemos demonizar a iniciativa privada”, disse.
Aborto e homossexuais
Integrante da renova��o carism�tica da igreja cat�lica, Eros Biondini foi questionado por sua posi��o em projetos de lei que tratam da criminaliza��o do aborto. O candidato disse ser a favor dos princ�pios crist�os e querer contribuir para que as mulheres tenham dignidade de planejar suas fam�lias. “Se no Brasil n�o tem pena de morte nem para os monstros que estupram, como poder� ter pena de morte para um nen�m de cinco meses que est� na barriga de sua m�e?”, questionou Biondini.
Evang�lico, Marcelo �lvaro foi perguntado sobre o tratamento aos homossexuais e disse que, se eleito, a prefeitura dar� garantias a todos os segmentos, incluindo o LGBT (l�sbicas, gays, bissexuais, travestis e transg�neros). “Temos que garantir que a prefeitura cumpra aquilo que � de obriga��o da prefeitura. Qualquer pessoa merece aten��o e respeito”, afirmou.
Marcelo �lvaro foi cobrado por n�o ter se posicionado, em entrevista ao Estado de Minas, sobre a pol�mica entre Uber e t�xi. Aos alunos disse que � preciso regulamentar o aplicativo, “mas dando melhores condi��es de competitividade aos taxistas”. Outro que foi cobrado por suas posi��es foi Reginaldo Lopes, que, segundo o aluno, n�o tinha propostas em sua p�gina.
Questionado por uma aluna se iria realmente andar pela cidade, o ex-presidente do Atl�tico respondeu: “Filha, passei a tarde com o p� no gelo”, causando risadas. Vanessa Portugal pediu uma auditoria da d�vida p�blica e disse que o transporte � direito de todo cidad�o e deveria ser gratuito.
Sobre a seguran�a, Sargento Rodrigues prometeu que, al�m da Pol�cia Militar, colocar� em a��o os guardas municipais armados. O candidato afirmou que eles devem estar, inclusive, nas portas de col�gio e que, se flanelinhas quiserem extorquir algu�m, ter�o de ir para as cidades vizinhas Betim e Contagem.
Processos e c�pia
Marcelo �lvaro e Rodrigo Pacheco falaram sobre uma poss�vel c�pia de propostas. O primeiro questionou, em tom de ironia, ao segundo se sua ideia de implantar em BH programa de combate � viol�ncia adotado na Col�mbia seria um elogio ao plano de governo dele. Pacheco n�o entrou na pilha e disse que o importante n�o � saber quem � o pai da crian�a, mas o fato de ambos quererem a mesma solu��o.
Kalil e �lvaro Ant�nio foram questionados sobre processos contra eles. O atleticano disse que seus processos s�o anteriores ao Atl�tico, onde passou seis anos e n�o encostou um dedo nos bilh�es de reais que mexeu. E avisou: “quem foi atr�s de mim, vou atr�s deles”. J� o deputado disse que o �nico processo contra ele � de um ex-funcion�rio de campanha que cobrou valores indevidos depois que as contas j� estavam fechadas. “� uma cobran�a indevida de uma pessoa que trabalhou na minha campanha e que vou provar na Justi�a que sou inocente”, disse
Pok�mons
A situa��o nacional tamb�m entrou em pauta. A primeira a entrar no assunto da troca de governo foi Maria da Consola��o (Psol). Ela disse aos estudantes que “a vida � mais do que ca�ar pokemons” e cobrou deles protagonismo. “Temos de ir �s ruas com muito vigor dizer Fora Temer e diretas j�”, afirmou. D�lio disse que Dilma quebrou o pa�s mas, mesmo assim, a prefeitura conseguiu pagar seus funcion�rios.
J� o candidato do PMDB, Rodrigo Pacheco pediu apoio ao governo Temer. Disse que ele pegou uma “terra arrasada” e que, infelizmente, as reformas ter�o impactos na vida de todos. Reginaldo Lopes, do PT, foi s� se pronunciou sobre a queda da ex-presidente Dilma depois dos advers�rios e disse pregar a ruptura com o modelo pol�tico atual. “Se a sociedade n�o fosse hip�crita ira propor ruptura desse modelo e n�o ter perseguido uma mulher valente e honesta”, disse.
Sobre a necessidade de sair mais cedo, a assessoria de Jo�o Leite disse que ele precisou sair mais cedo do debate em virtude de entrevista ao vivo em uma r�dio da capital. "Informamos que a data da entrevista foi marcada anteriormente ao debate no Col�gio Batista, por meio de sorteio entre os candidatos."