
A indica��o de Grace Mendon�a para o posto atende tr�s requisitos importantes para o governo federal, neste momento de consolida��o da gest�o Temer. O primeiro � o fato de ela ser servidora de carreira, o que tende a diminuir as resist�ncias junto � categoria, que reclamou muito quando a ex-presidente Dilma Rousseff nomeou o ex-ministro da Justi�a Jos� Eduardo Cardozo para o posto.
O segundo ponto a favor de Grace � que ela tem um �timo tr�nsito junto aos ministros do Supremo, sobretudo com a nova presidente da Corte que assumir� segunda-feira, C�rmen L�cia. Curiosamente, quando F�bio Os�rio foi nomeado para o posto, logo ap�s Temer ter assumido, interinamente, a Presid�ncia da Rep�blica, ele tentou demitir Grace. Ela s� permaneceu no cargo por influ�ncia da nova presidente do STF. Evidentemente, a escolha � um gesto pol�tico do Planalto de boa vontade com o Judici�rio.
Por fim, Temer desmonta uma das principais queixas � sua administra��o: a aus�ncia de mulheres no primeiro escal�o. Para rebater esse discurso, o presidente sempre tem dito que indicou Maria Silvia Bastos Marques para a presid�ncia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), uma �rea que tem um or�amento maior do que muitos minist�rios. Mas a executiva fica no Rio de Janeiro e reporta-se diretamente ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Temer tamb�m escolheu Fl�via Piovesan para a Secretaria de Direitos Humanos, vinculada ao Minist�rio da Justi�a.
F�bio Medina Os�rio chegou ao governo Temer por indica��o do chefe da Casa Civil, ministro Eliseu Padilha. E foi ap�s um embate duro com Padilha que ele foi exonerado do cargo. O desgaste do ex-advogado-geral da Uni�o com o Planalto � antigo e remonta praticamente ao in�cio da gest�o. Mas a paci�ncia com ele acabou diante da insist�ncia do ex-AGU em ter acesso aos inqu�ritos da Lava-Jato junto ao STF.
A justificativa de Medina Os�rio � que o interesse residia no desejo de cobrar d�vidas da Uni�o provocadas pelos desvios praticados pelos investigados no esc�ndalo da Petrobras. O Planalto n�o deseja se vincular diretamente a esse assunto, por achar que o Executivo Federal tem outras preocupa��es maiores neste momento do que interferir em processos que correm no STF e na primeira inst�ncia, em Curitiba.
OUTROS PROBLEMAS Mas F�bio Medina tamb�m j� tinha tido outros atritos com o n�cleo palaciano. Temer e Padilha, por exemplo, reprovaram a atua��o dele durante o processo de transi��o na Empresa Brasil de Comunica��o (EBC). O governo editou uma medida provis�ria alterando a estrutura da empresa p�blica, ao mesmo tempo em que trocava o diretor-presidente, nomeando Laerte R�moli para o lugar de Ricardo Melo, que havia sido empossado uma semana antes do afastamento de Dilma Rousseff.
Melo recorreu ao STF e conseguiu se manter no posto gra�as a uma liminar concedida pelo ministro do STF Dias Toffoli. Na semana passada, Temer publicou outra medida provis�ria alterando o estatuto da EBC. Na noite de quinta-feira, Toffoli suspendeu a pr�pria liminar, alegando que as mudan�as feitas na TV p�blica inviabilizariam a perman�ncia de Melo no posto.
O governo, contudo, deixou claro que a sa�da de F�bio Medina Os�rio foi uma decis�o pontual e n�o deve promover novas mudan�as, ao menos por enquanto, no primeiro escal�o. Dois ministros que estavam amea�ados no posto – Dyogo Oliveira, do Planejamento, e Ricardo Barros, da Sa�de, ser�o mantidos. Al�m disso, o governo desistiu de recriar o Minist�rio do Desenvolvimento Agr�rio (MDA) para atender a uma press�o do Solidariedade.