
No dia 20, a Secretaria de Comunica��o realiza a primeira audi�ncia p�blica para apresentar o edital de licita��o de publicidade, com or�amento previsto de cerca de R$ 150 milh�es por ano. Atualmente, o governo realiza suas campanhas por meio das ag�ncias Leo Burnett Tailor Made, Propeg e Nova/SB, contratadas ainda em 2012 pelo governo Dilma Rousseff.
Ao assumir o poder, em maio, Temer teve de resolver uma crise provocada por aliados que disputavam o comando da Secretaria de Comunica��o. Ele decidiu que o antigo assessor, o jornalista M�rcio de Freitas, ocuparia o �rg�o. De l� para c�, Freitas estabilizou a �rea.
Uma reviravolta na comunica��o, por�m, vai al�m da secretaria, avaliam interlocutores do governo. Isso porque, segundo eles, a maioria dos erros seguiu uma estrat�gia do n�cleo pol�tico do Pal�cio do Planalto, que aposta em “bal�es de ensaios” - testes p�blicos para avaliar a rea��o a medidas duras.
No m�s passado, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou a proposta de um sistema de Previd�ncia �nico, de civis e militares. A caserna reagiu e o governo, ent�o, acabou abandonando a ideia.
Anteontem, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, defendeu o aumento da jornada de trabalho de 8 para 12 horas. No mesmo dia, Temer telefonou cobrando explica��es. O ministro disse, em nova entrevista, que havia sido mal interpretado, mas manteve a ess�ncia do que declarou.
Redes
Preocupado com a repercuss�o negativa, o governo lan�ou campanha nas redes sociais para negar a perda de direitos trabalhistas. “Minist�rio do Trabalho garante que a atualiza��o da legisla��o trabalhista manter� todos os direitos dos trabalhadores brasileiros. Portanto, #FGTS, 13.º sal�rio, fatiamento das f�rias e jornada semanal seguir�o em vigor. A medida n�o prev� o aumento da jornada de trabalho”, diz mensagem no perfil de Temer no Facebook. Um v�deo tamb�m foi publicado.
Nogueira j� tinha sido piv� de outro desgaste. Ele anunciou, em agosto, que o Planalto enviaria ao Congresso nova proposta de trabalho terceirizado. O projeto era mais restrito que um outro j� aprovado pela C�mara. A rea��o negativa, no caso, partiu do empresariado.
‘Media training’
No Planalto se discutem at� quest�es b�sicas de comunica��o, como “media training” para ministros que est�o na vida p�blica h� anos, um curso r�pido para falar a jornalistas. � o caso de Ricardo Barros, da Sa�de, que, entre outras frases de efeito negativo, declarou que homens trabalham mais que as mulheres e, por isso, n�o procuram com tanta frequ�ncia servi�os de sa�de.
Nos bastidores, auxiliares de Temer citam at� um epis�dio envolvendo o presidente, que, no dia 3, na China, se deixou fotografar numa loja de sapatos, onde comprou um par por R$ 388. Com a ind�stria brasileira em guerra contra os fabricantes chineses, Temer foi criticado. A Associa��o Brasileira da Ind�stria de Cal�ados (Abical�ados) mandou um par de sapatos de gra�a para o presidente.
Na sequ�ncia, Temer minimizou protestos contra o governo. No dia seguinte � declara��o, estavam previstos atos pelo Pa�s. A rea��o contr�ria que mais o incomodou aconteceu no Maracan�. Durante a abertura da Paralimp�ada, ele foi vaiado pelo p�blico. A interlocutores, Temer lembrou que tinha liberado R$ 130 milh�es para garantir a realiza��o do evento, um dinheiro que n�o estava previsto.