O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse j� ter falado "algumas vezes" com Michel Temer j� na condi��o de presidente. "� uma conversa natural, temos uma rela��o", afirmou o ex-presidente da C�mara, que ter� sua cassa��o apreciada pelo plen�ria da Casa nesta segunda-feira. Perguntado pelo rep�rter Roberto Cabrini, do programa Conex�o Rep�rter, do SBT, sobre o teor dos di�logos com Temer, Cunha preferiu manter sigilo. "Conversas com presidentes a gente n�o revela, a n�o ser que parta deles."
Foi Cunha quem acatou, como presidente da C�mara, em dezembro do ano passado, a den�ncia que resultaria no impeachment. Ele tamb�m presidiu a sess�o da Casa, em 17 de abril, que autorizou a ida do processo para o Senado e que destitui Dilma provisoriamente. "N�o sinto orgulho, sinto que cumpri minha obriga��o de dar curso � den�ncia. Foi o coletivo da C�mara e do Senado que concluiu pela culpa da presidente."
Duas semanas depois de liderar a sess�o que tirou Dilma do Pal�cio do Planalto, Cunha foi afastado do cargo de deputado pelo Supremo Tribunal Federal por suspeita de participar de esquemas de arrecada��o de propinas em obras investigadas pela Opera��o Lava Jato. No in�cio de julho, ele renunciou ao cargo de presidente da C�mara.
Na entrevista a Cabrini, o parlamentar negou diversas vezes ter recebido propina ou participado de qualquer esquema irregular. "Eu n�o sou corrupto", afirmou. Sobre acusa��es de que estaria envolvido em esquema que viabilizou, em 2006, a constru��o de um navio-sonda, Cunha disse que, � �poca, fazia oposi��o ao ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva. "Nunca vi ningu�m beneficiar a oposi��o."
Os diversos delatores que apontaram o deputado afastado como benefici�rio de propina, segundo ele, s�o "mentirosos", j� que seus depoimentos seriam contradit�rios. "N�o recebi US$ 5 milh�es, nem um, nem zero." Al�m disso, disse Cunha, "palavra n�o � comprovante".
Ele usou o exemplo de outro peemedebista que � alvo de den�ncias para exemplificar a fragilidade dos relatos de colaboradores da Justi�a. "O (presidente do Senado) Renan Calheiros, por exemplo, tem 11 inqu�ritos abertos contra ele. No entanto, n�o houve den�ncia."
Cunha voltou a descartar que far� acordo de dela��o premiada, em caso de cassa��o. "S� faz dela��o quem cometeu crime. Eu n�o cometi crime, n�o tenho o que delatar." Quanto � vota��o de sua cassa��o, disse que n�o pensa na hip�tese. "Confio plenamente nos meus pares que v�o me julgar."
Sobre as contas que possui no exterior, o ex-presidente da C�mara voltou a alegar que s�o recursos provenientes de sua atividade privada, de "30 anos atr�s".