
N�o � preciso a exatid�o dos n�meros para que os belo-horizontinos constatem o aumento da popula��o de rua na capital. Para isso, basta caminhar pelas regi�es de maior com�rcio, como Centro, Savassi e �rea hospitalar para sentir a dura realidade da capital. Com base em estudos realizados pela Prefeitura de Belo Horizonte em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ainda em 2014, os moradores de rua chegavam a 1,8 mil pessoas. No entanto, estimativas apontam que eles, na realidade, chega a 5 mil, enquanto no Brasil esse n�mero atingiu a casa de 2 milh�es de pessoas, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).
N�o resta d�vida de que a exposi��o na rua causa sentimentos opostos como piedade, solidariedade, mas tamb�m raiva e discrimina��o. Dados de um estudo da PUC Minas demonstram que somente na regi�o da Savassi, a grande maioria dos que vivem na rua n�o s�o da capital: 60% deles deixaram suas cidades em busca de algo melhor. Al�m disso, 75% deles atuam no mercado informal, sendo que, desses, 40% lavam ou vigiam carros. Isso significa dizer que � ali que eles ganham o p�o de cada dia. O Estado de Minas ouviu os candidatos a prefeito de Belo Horizonte para conhecer as propostas de cada um para solucionar o problema da popula��o de rua.
Alexandre Kalil (PHS)
“A popula��o de rua � um dos principais gargalos da cidade. � um assunto muito delicado e n�o vai ser f�cil resolver – 46% dessa popula��o � viciada em droga, o que � uma quest�o tamb�m de sa�de p�blica. Ent�o, acho que o que precisa ser feito � uma abordagem cuidadosa. Essas pessoas est�o precisando de carinho. Elas, como tudo nessa cidade, est�o abandonadas. Com a Secretaria de A��o Social e um planejamento bem-feito, acredito que podemos come�ar a resolver esse problema.”
D�lio Malheiros (PSD)
“O morador em situa��o de rua merece ser tratado com dignidade. Para isso, vou trabalhar para restabelecer o v�nculo familiar dessas pessoas ou acolh�-las em local adequado e seguro, melhorar as condi��es dos abrigos e rep�blicas e fornecer alimenta��o nos fins de semana. O acolhimento vai respeitar a diversidade de g�nero, configura��es familiares, sempre observando as normas em rela��o � capacidade dos equipamentos. Implantaremos os Centros de Popula��o de Rua. Viabilizaremos a contrata��o dos moradores em situa��o de rua nos servi�os oferecidos pela prefeitura. Vamos criar a Coordenadoria de Promo��o da Popula��o em Situa��o de Rua e garantir, nas unidades habitacionais produzidas, percentuais de atendimento para fam�lias com trajet�ria de rua.”
Eros Biodini (PROS)
“Para combater o aumento da popula��o de rua em Belo Horizonte � preciso atacar, basicamente, dois pontos. O primeiro deles � ampliar a oferta de emprego e ainda o d�ficit de moradia na capital. Al�m disso, se torna imprescind�vel o desenvolvimento de um programa de recupera��o dos moradores de rua que s�o dependentes qu�micos, especialmente os de crack, Segundo levantamento feito pela minha equipe, existem hoje na capital cerca de 4 mil cidad�os nas ruas de Belo Horizonte. Pelo menos, 2,5 mil s�o dependentes de crack e a maioria jovens. Assim precisamos oferecer qualifica��o para o mercado de trabalho e reestrutura��o familiar. Vamos ainda convidar os irm�os Vicentinos para auxiliar na reestrutura��o dos abrigos para que haja um acolhimento amoroso, com resgate dos valores, como j� ocorre no Abrigo S�o Paulo, gerenciado por eles.”
Jo�o Leite (PSDB)
“Segundo dados do Cadastro �nico do Minist�rio do Desenvolvimento Social, 5,2 mil pessoas vivem nas ruas de Belo Horizonte atualmente. Essa situa��o � insustent�vel. Vamos humanizar os abrigos e ampliar o funcionamento do Centro POP, Centro de Refer�ncia Especializado para Popula��o em Situa��o de Rua, para os sete dias da semana, em dois turnos. Tamb�m vamos criar equipes m�veis do BH Cidadania para abordar essas pessoas, trat�-las com respeito e humanidade. Outra iniciativa � o ‘Volta por Cima’, programa focado na oferta de oportunidades de recome�o profissional para essas pessoas. No caso dos dependentes qu�micos que vivem nas ruas, vamos implementar o ‘BH sem Drogas’, pol�tica antidrogas, para oferecer tratamento em parceria tamb�m com as comunidades terap�uticas.”
Luis Tib� (PTdoB)
“Problema crescente na cidade, hoje BH possui uma pol�tica ineficiente. Gasta mais de R$ 25 milh�es por ano, quase R$ 13 mil por morador, e n�o consegue dar um direcionamento digno a esse problema. Em nosso governo, ouvirei essa popula��o. Vamos saber o que os levou a estar nas ruas. Se foi a depend�ncia qu�mica, brigas em fam�lia, falta de emprego ou dificuldades financeiras e, assim, depois que um agente social fizer esse reconhecimento, vamos encaminhar as solu��es. Propomos humanizar a abordagem de rua, ampliando as atividades realizadas, com respeito � pessoa e orienta��o, e realizar uma grande parceria com institui��es n�o governamentais e iniciativa privada para dar mais efici�ncia as nossas a��es de acolhimento.”
Marcelo �lvaro Ant�nio (PR)
“A gest�o municipal n�o pode se omitir sobre o problema como temos visto atualmente. Pretendemos realizar um trabalho din�mico com a popula��o de rua e buscar solu��es permanentes, trabalhando para acolher essas pessoas com equipes multidisciplinares envolvendo assistentes sociais e psic�logos. Apenas levar os moradores de rua para abrigos n�o vai resolver a quest�o, ainda que tenhamos que requalific�-los. Entendemos que � fundamental compreender o motivo dessas pessoas morarem na rua e buscaremos a refer�ncia familiar delas. Al�m disso, muitos moradores de rua t�m um v�nculo grande com a quest�o do uso de drogas. Para acolh�-las nesse sentido, com dignidade, � importante que a prefeitura firme conv�nios com cl�nicas de recupera��o de dependentes qu�micos existentes na cidade, sejam elas gerenciadas por entidades cat�licas, evang�licas ou ONGs. Temos que fortalecer essa rede de amparo na cidade e por meio desses conv�nios e parcerias firmadas, vamos dar mais dignidade a essas pessoas.”
Maria da Consola��o (PSOL)
“Para enfrentar o problema � preciso garantir abrigos mais acolhedores, que permitam que os moradores de rua possam levar os seus pertences. Outro ponto � a necessidade de desenvolver uma pol�tica habitacional eficiente e uma forma � o uso de im�veis da especula��o imobili�ria para ocupa��o das fam�lias. Levantamento aponta que existem hoje em Belo Horizonte, 700 mil im�veis abandonados e cerca de 150 mil fam�lias sem moradia. � imposs�vel se candidatar a uma vaga de emprego sem endere�o fixo. Al�m disso, vamos ampliar os consult�rios de rua para atender �queles que t�m depend�ncia qu�mica, e ainda ampliar os Centros de Refer�ncia em Sa�de Mental, �lcool e Outras Drogas (Cersam-AD). O objetivo � assist�ncia integral com sa�de, moradia, trabalho e renda.”
Reginaldo Lopes (PT)
“Vou adotar uma nova pol�tica de abordagem de popula��o em situa��o de rua, que n�o passe por colocar pedras, pregos ou impedir a doa��o de cobertor, que, al�m de ineficiente, � desumana. Vou instalar a pol�tica de resid�ncias transit�rias custeadas e acompanhadas por profissionais das diversas �reas, na perspectiva de refazer os projetos de vidas e retomada dos v�nculos familiares e profissionais da popula��o em situa��o de rua. Al�m disso, vou garantir alimenta��o com refeit�rios onde n�o h� restaurante popular e a��es que gerem renda. Sou candidato de continuidade das boas pol�ticas de Patrus Ananias e C�lio de Castro. Em especial, na administra��o C�lio de Castro, a abordagem das pessoas em situa��o de rua era acolhedora e, ao mesmo tempo, definitiva.”
Rodrigo Pacheco (PMDB)
“Minha proposta � fazer o diagn�stico do problema de maneira muito t�cnica, identificando todos os moradores. Depois, identificar as causas pelas quais eles est�o na rua e buscar solu��es numa pol�tica integral. Se o problema for depend�ncia qu�mica, tratar o dependente qu�mico, se o problema for sa�de mental tratar o problema. Se for falta de emprego, estabelecer junto � iniciativa privada uma pol�tica de inclus�o dessas pessoas no mercado de trabalho. Dar condi��es para que os abrigos tenham dignidade para receber essas pessoas temporariamente, at� que elas tenham suas pr�prias resid�ncias. N�s vamos priorizar essa pol�tica para o bem da dignidade das pessoas que merecem respeito por parte da prefeitura.”
Sargento Rodrigues (PDT)
“Com a crise econ�mica e o abandono da seguran�a e do espa�o p�blico por parte do poder municipal, estamos percebendo, a cada dia, o aumento da popula��o em situa��o de rua. Nesse contexto, � necess�rio diferenciar os diversos grupos. Existem dependentes qu�micos que est�o nas ruas por causa das drogas e, para essas pessoas, propomos potencializar as a��es de preven��o e combate ao uso de drogas por meio da implanta��o de novos Centros de Refer�ncia em Sa�de Mental, �lcool e Outras Drogas (Cersam-AD), da amplia��o das equipes de consult�rio de rua, voltadas para o atendimento dessa popula��o e da amplia��o das vagas em resid�ncias terap�uticas especiais. Existem tamb�m as pessoas que est�o nessa situa��o por outros motivos, que passam desde a quest�o familiar at� a econ�mica e, para elas, propomos a cria��o de banheiros p�blicos, a constru��o de mais dois abrigos, al�m de um novo restaurante popular na Regi�o Leste. � preciso que essas pessoas sejam inclu�das nas discuss�es sobre as regras de funcionamento dos abrigos e que elas sejam entendidas pelo poder p�blico como cidad�os de direitos.”
Vanessa Portugal (PSTU)
“Primeiro, investimento em pol�tica de habita��o que passa por destinar parte do or�amento para regulariza��o das ocupa��es urbanas. Destina��o dos im�veis abandonados para moradia e urbaniza��o das �reas n�o urbanizadas. Vamos criar um banco de dados dos desempregados e implementar pol�tica de gera��o de empregos, isen��o das tarifas p�blicas municipais para desempregados, inclusive a isen��o da tarifa de �nibus. Vamos ampliar as pluralidades das equipes de assist�ncia e sa�de para acompanhamento dos moradores de rua. Al�m da melhoria dos abrigos, respeitando a privacidade dos moradores.”