
Palocci est� preso desde a �ltima segunda-feira, ap�s o juiz S�rgio Moro decretar a pris�o tempor�ria - por cinco dias e prorrog�veis pelo mesmo per�odo-, e, conforme seu advogado de defesa, Jos� Roberto Batochio, a a��o que prendeu seu cliente "� mais uma opera��o secreta, no melhor estilo da ditadura militar". Al�m de alegar que Palocci n�o recebeu qualquer vantagem il�cita, o advogado disse tamb�m que a pris�o foi "desnecess�ria e autorit�ria" j� que seu cliente tem endere�o conhecido e poderia ter sido intimado para depor.
Estrat�gia
O depoimento de Palocci ser� �s 14h. "Palocci vai responder tudo, vai esclarecer tudo", reafirma Batochio. "Ele est� muito indignado com essa falsa acusa��o", disse o advogado do ex-ministro.
O criminalista n�o quis adiantar sua estrat�gia se, eventualmente, a pris�o tempor�ria do ex-ministro virar preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. "Astrologia n�o � comigo, � s� com as acusa��es. Ali�s, acusa��es na base do 'quem sabe', do 'talvez', n�o s�o compat�veis com o Estado democr�tico de direito."
Batochio afirma que a disposi��o de Palocci em responder os questionamentos da PF n�o � apenas uma orienta��o de defesa. "Ele quer responder, ele quer falar, desmontar as falsas acusa��es que lhe imputam."
Bloqueado
No mesmo dia em foi preso, a Justi�a de Curitiba mandou bloquear R$ 814 mil de tr�s contas banc�rias de Palocci e mais R$ 30 milh�es de sua empresa de consultoria. Os valores foram confirmados pelo Banco Central. O juiz S�rgio Moro, da Justi�a Federal de Curitiba, havia determinado o confisco de at� R$ 128 milh�es, cifra que o magistrado suspeita ter sido arrecadada por Palocci para os cofres do PT, entre 2006 e 2013.
Corrup��o
Segundo a PF, esta fase da Lava-Jato apura ind�cios de uma rela��o criminosa entre Palocci e o comando da Odebrecht. A suspeita � que o ministro tenha atuado como intermedi�rio entre seu grupo pol�tico e a empreiteira.
Entre os fatos apontados est�o as negocia��es para aprova��o da MP 460/2009, que trouxe benef�cios fiscais para a Odebrecht. A lei aumentou o cr�dito junto ao BNDES para pa�s africano com a qual a empresa tinha rela��es comerciais. A MP tamb�m interferiu no procedimento licitat�rio da Petrobras para a compra de 21 navios sonda.
S�o apuradas as pr�ticas, dentre outros crimes, de corrup��o, associa��o criminosa e lavagem de dinheiro.
"H� ind�cios de que o ex-ministro atuou de forma direta a propiciar vantagens econ�micas ao grupo empresarial nas mais diversas �reas de contrata��o com o Poder P�blico, tendo sido ele pr�prio e personagens de seu grupo pol�tico beneficiados com vultosos valores il�citos", informa a nota.
Ainda de acordo com informa��es da PF, outro n�cleo da investiga��o apura pagamentos efetuados pelo chamado “setor de opera��es estruturadas” do Grupo Odebrecht para diversos benefici�rios que est�o sendo alvo de medidas de busca e condu��o coercitiva.
Ministro caiu duas vezes
Palocci foi ministro da Casa Civil no governo da ex-presidente Dilma Rousseff e deixou o cargo sob acusa��es, em 2011, de ter ampliado seu patrim�nio em 20 vezes. Ele ficou pouco mais de seis meses no cargo, depois de ser um dos coordenadores da campanha da petista. Em comunicado � �poca, ele alegou que o alto pre�o de suas consultorias se devia ao fato de ter sido ministro da Fazenda.
Antes, no governo Lula, Palocci foi ministro da Fazenda. Em 2006, tamb�m renunciou do cargo ao ser alvo de den�ncias de corrup��o, durante o esc�ndalo do mensal�o. Na ocasi�o, ele caiu logo depois de o presidente da Caixa Econ�mica Federal dizer que tinha entregado, ilegalmente, ao ministro o extrato da conta de um caseiro que dizia ter frequentado a mans�o de Palocci. (Com Ag�ncia Estado)