Um dos mais aguerridos parlamentares contr�rios � Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que cria o teto para o crescimento do gasto p�blico, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) chamou nesta quinta-feira, 6, o material de defesa da medida distribu�do pelo PMDB de "panfleto de guerra psicol�gica" e "propaganda do medo".
O deputado ga�cho voltou a questionar porque o ajuste fiscal do governo tamb�m n�o prop�e o aumento da tributa��o sobre grandes fortunas e sobre a transmiss�o de heran�as. "Todos n�s queremos o equil�brio fiscal. Mas o debate n�o � ser contra ou a favor ao equil�brio fiscal, mas sim sobre quem pagar� essa conta", disse o petista. "A PEC almeja apenas cortar o investimento. Esse � o chamado 'samba de uma nota s�', ou o 'samba de uma ideologia s�'", completou.
Fontana ainda aproveitou para citar a baixa popularidade do governo do presidente Michel Temer, elencando dados de recentes pesquisas. "Quero desafiar o ileg�timo Temer a assumir a candidatura dele � Presid�ncia da Rep�blica. Quero desafiar o PSDB e o DEM a apoiarem Temer em 2018. O (senador pelo PSDB-MG) A�cio Neves pode ser o vice dele", ironizou.
Rem�dio 'duro e amargo'
O primeiro vice-presidente da Comiss�o Especial da C�mara que votar� nesta quinta o parecer da PEC 241, Silvio Torres (PSDB/SP), defendeu a cria��o do teto para o crescimento dos gastos p�blicos. Ele admitiu que a PEC � um rem�dio "duro e amargo", mas considerou que a medida � necess�ria.
"Todo mundo sabe que existem sacrif�cios, ningu�m � bobo. O rem�dio � duro e amargo, mas � necess�rio. N�o d� mais para tentar usar rem�dios de curandeiros, como no passado", afirmou. "O caos j� existe. N�o h� como piorar a situa��o se tomarmos essas medidas, pelo contr�rio", completou.
Torres respondeu ainda ao deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), que disse que apoiaria a PEC se a proposta come�asse por reduzir os sal�rios e as verbas dos parlamentares. "N�o vai ser o corte de sal�rios e mordomias que vai resolver os problemas do Pa�s. Podemos dar o exemplo, mas o problema do Pa�s � muito maior", rebateu.
Na avalia��o do parlamentar, a economia brasileira hoje est� t�o doente como estava na d�cada de 80 e in�cio da d�cada de 90. "A PEC 241 trata do d�ficit p�blico brasileiro e os n�meros s�o ineg�veis, n�o adianta querer manipul�-los. O n�meros s�o indesment�veis", enfatizou, citando os d�ficits fiscais de 2015 e 2016. "� preciso controlar as despesas que h� muito tempo crescem acima das receitas", acrescentou.