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Estado de Minas

Ao TSE, delator da Andrade Gutierrez diz que pagou mais de R$ 5 milh�es a Lob�o

Segundo Fl�vio Barra, que dep�s na investiga��o contra a chapa Dilma/Temer, propina foi repassada nas obras de Angra 3 e Belo Monte


postado em 08/10/2016 12:37 / atualizado em 08/10/2016 13:59

S�o Paulo, 08 - O empreiteiro Fl�vio Barra, ligado � Andrade Gutierrez, declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que repassou propina de R$ 5,6 milh�es ao senador Edison Lob�o (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia do governo Dilma, sobre as obras da Usina de Angra 3 e da Usina de Belo Monte. O executivo prestou depoimento em setembro na investiga��o judicial eleitoral aberta contra a chapa presidencial encabe�ada por Dilma Rousseff (PT) e por seu vice Michel Temer (PMDB). Barra declarou que entre R$ 4 milh�es e R$ 5 milh�es em propina foram repassados ao peemedebista por Angra 3 e R$ 600 mil por Belo Monte.

Ex-presidente da Andrade Gutierrez Energia e delator da Opera��o Lava Jato, Barra declarou que deixou R$ 600 mil em esp�cie na casa de um filho do senador peemedebista, que identificou como M�rcio Lob�o. Frente o corregedor-geral Eleitoral Herman Benjamin - tamb�m ministro do Superior Tribunal de Justi�a - e o juiz auxiliar Bruno Cesar Lorencini, o empreiteiro declarou que a propina em Belo Monte era de 0,5% para o PT e 0,5% para o PMDB - porcentual sobre o valor do contrato.


O delator da Lava Jato foi questionado pelo juiz auxiliar se houve 'pagamento por fora' em Belo Monte. "N�o, n�o. Houve um �nico pagamento, eu menciono isso nos meus depoimentos, que na �poca n�o era um ano eleitoral, n�s n�o pod�amos fazer, enfim, um valor de R$ 600 mil, se n�o me engano, que foi entregue ao ministro Lob�o. Mas foi a exce��o. N�o existiam outros pagamentos. Eram sempre nos per�odos eleitorais, destinados aos partidos", afirmou.

O juiz auxiliar Bruno Cesar Lorencini quis saber de Fl�vio Barra como os R$ 600 mil foram repassados para o PMDB. Ele declarou ter repassado o valor 'em esp�cie', mas que 'n�o tinha disponibilidade pra entreg�-lo em Bras�lia'. "Ent�o, n�s combinamos, ent�o n�s fizemos essa entrega na casa do filho do ministro Lob�o, no Rio de Janeiro", declarou Barra. "M�rcio. M�rcio Lob�o."

De acordo com o delator da Lava Jato, tamb�m houve divis�o de porcentual de propina sobre os contratos de Angra 3: para o PMDB 2%,, para o PT 1% e, em torno de 1,5%, distribu�do entre executivos da Eletronuclear. Barra relatou que 'existiam dois interlocutores principais', Edison Lob�o pelo PMDB e o ex-tesoureiro Jo�o Vaccari pelo PT, 'mas que manteve contato ainda com o senador Romero Juc� (PMDB-RR)'. "Com rela��o ao PT, eu nunca mencionei esse contrato com o senhor Jo�o Vaccari, apesar de ter contato com ele, porque j� vinha sido mantida uma rela��o com a �rea institucional da empresa. Ent�o, a gente manteve essa interlocu��o at� para n�o prejudicar, n�o envolver mais gente. Da mesma forma, existia uma parte desse compromisso com o PMDB, em rela��o ao senador Romero Juc�, que tamb�m foi mantida a interlocu��o atrav�s da �rea institucional, at� porque eu, na condi��o de um t�cnico ou comercial da empresa, atuando especificamente em energia…", registrou o delator.

"Se n�s dividirmos em tr�s componentes, ministro Edison Lob�o, senador Romero Juc� e PT, seriam tr�s parcelas de 1%. Eu me responsabilizei especificamente pelo ministro Lob�o, nesse per�odo, devo ter feito alguma coisa em torno de 4 milh�es s� para o ministro Lob�o - de 4 a 4,5 a 5 milh�es."

O ministro Herman Benjamin questionou Barra sobre os 2% do PMDB. "Os interlocutores eram, como eu disse, o ministro Edison Lob�o e o senador Romero Juc�. O senador Romero Juc�, at� por ser da �rea pol�tica, era tratado, ou tinha como interlocutores o pessoal dessa �rea institucional da empresa. O ministro Edison Lob�o, por ser o comandante de uma Pasta executiva, que dizia respeito � minha �rea, me foi apresentado tempos antes, se n�o me engano em 2009. E eu tinha uma rela��o e mantive essa rela��o e, quando o assunto Angra veio para mim, eu me reportava a ele com rela��o ao andamento desse compromisso", revelou.

O empreiteiro citou ao TSE um escrit�rio de advocacia do Maranh�o. "N�o s� eram feitas parcelas, nesse caso, com o ministro Lob�o, parcelas em termos de doa��o eleitoral, como tamb�m adotou-se contratos fict�cios, principalmente com um escrit�rio de advogados do Maranh�o chamado Coutinho e Coutinho Advogados e Associados e tamb�m alguns valores em esp�cie, at� tamb�m o ano de 2014, quando n�s interrompemos o pagamento desses valores."

A reportagem ligou para o n�mero de telefone da Coutinho e Coutinho Advogados que consta do site da Ordem dos Advogados do Brasil do Maranh�o (OAB-MA). Ningu�m atendeu.

O criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakai, disse, em resposta, que Fl�vio Barra realmente frequentava a casa do filho do senador Lob�o, "porque eram amigos". "Mas agora surpreendeu, n�o se sabe em que condi��es nessa dela��o, ao fazer essas afirmativas." Diz que Lob�o nega "peremptoriamente" ter recebido "qualquer coisa dele". "Ele est� se aproveitando de uma rela��o pessoal que tinha para poder criar uma hist�ria na dela��o que de certa forma o proteja. Ele nega peremptoriamente."

J� o senador Romero Juc�, diz n�o ter mantido "nenhum entendimento sobre obras em Belo Monte nem com o senhor Flavio Barra nem com qualquer outra pessoa".


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