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Estado de Minas

Empresa de Picciani � acusada de vender vacas para caixa 2


postado em 18/10/2016 07:31 / atualizado em 18/10/2016 08:45

Deputado Leonardo Picciani(foto: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados)
Deputado Leonardo Picciani (foto: Luis Macedo/ C�mara dos Deputados)

S�o Paulo - Uma ex-funcion�ria da Carioca Engenharia, empreiteira investigada na Opera��o Lava-Jato, afirmou que comprou "vacas superfaturadas" da empresa Agrobilara Com�rcio e Participa��es Ltda com o objetivo de movimentar dinheiro em esp�cie que seria usado no caixa 2 da construtora. A Agrobilara tem como controladores membros da fam�lia Picciani, incluindo o ministro do Esporte, Leonardo Picciani.

O depoimento de Tania Maria Silva Fontenelle, que trabalhou na Carioca por quase 30 anos e saiu em 2015, foi dado em acordo de leni�ncia da empreiteira com o Minist�rio P�blico Federal homologado em fevereiro deste ano pelo juiz S�rgio Moro. Na quinta-feira passada, 13, o magistrado ampliou o acordo a oito executivos da empreiteira.

Em depoimento prestado em abril na condi��o de colaboradora, a ex-funcion�ria disse que "recebia solicita��es de acionistas e diretores da Carioca Engenharia para providenciar dinheiro em esp�cie e assim procedia". Tania relatou que "para gerar tais recursos, quando eram solicitados, utilizava a contrata��o de outras empresas prestadoras de servi�os, celebrando contratos simulados".

No caso da compra das vacas, a ex-funcion�ria afirmou que os animais foram efetivamente entregues, por�m, parte do valor pago foi devolvida em esp�cie � Carioca Engenharia.

"Simplesmente atendia as solicita��es de obter dinheiro em esp�cie e entregava a quem fazia a solicita��o ou a pessoas da empresa por eles indicadas", disse Tania no depoimento."Obviamente sabia que a destina��o dessas quantias era il�cita, para corrup��o ou para doa��o eleitoral n�o-declarada; que, entretanto, n�o manteve contabilidade ou controle disso, pois estava h� muitos anos na empresa, tinha a confian�a dos acionistas e eram recursos n�o oficiais que normalmente entregava aos solicitantes", descreve termo de depoimento da ex-funcion�ria, que ocupou cargo de diretora financeira. Ela disse que, ap�s deixar a empresa no ano passado, passou a prestar consultoria � Carioca.

Al�m do acordo de leni�ncia, uma esp�cie de dela��o premiada da empresa, os donos da Carioca, Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco J�nior, fecharam acordos de colabora��o na Lava-Jato. Entre as den�ncias apresentadas pelos executivos est� o pagamento de propina ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) relativo a obras do Porto Maravilha, no Rio.

Comiss�o


Como contrapartida pelos neg�cios ilegais, segundo a ex-funcion�ria da Carioca, os envolvidos nas empresas recebiam comiss�es. "Essas empresas recebiam da Carioca Engenharia os pagamentos previstos nos contratos, retinham a parte referente � real presta��o de servi�os, quando havia, ficavam com uma comiss�o entre 25% e 30% e devolviam em esp�cie o restante."

Al�m do ministro, s�o controladores da Agrobilara o seu pai, o peemedebista Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio, e seu irm�o, Rafael Picciani, secret�rio de coordena��o de Governo da Prefeitura do Rio.

Agrobilara nega acusa��o e cobra provas de executiva

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani (PMDB), pai do ministro do Esporte, Leonardo Picciani, afirmou na segunda-feira, 17, em nota que vai processar a matem�tica Tania Fontenelle, ex-funcion�ria da Carioca Engenharia.

"A Agrobilara, por mim presidida, est� � disposi��o das autoridades para comprovar a improced�ncia das afirma��es desta senhora, que ser� por n�s processada e instada a provar que teria havido superfaturamento e/ou devolu��o de recursos em esp�cie da nossa parte, caso as informa��es do jornal a prop�sito de poss�vel acordo de leni�ncia se confirmem", afirmou Jorge Picciani.

"Desconhecemos quem seja essa senhora, que - caso a informa��o dada ao jornal seja ver�dica - est� praticando um crime ao mentir para as autoridades. A fam�lia propriet�ria da Carioca �, como se sabe, antiga e conhecida criadora de gado Nelore. E a Agrobilara, como se sabe igualmente, uma das principais fornecedoras de gen�tica de Nelore P.O. do Brasil."

Pre�os


Jorge Picciani tamb�m nega que a empresa tenha superfaturado qualquer venda de gado. "Todas as vendas feitas seguiram rigorosamente os pre�os praticados no mercado, e eventualmente at� abaixo dele, com notas fiscais emitidas mediante cobran�a banc�ria e impostos devidamente recolhidos. Todas as transa��es podem ser comprovadas, assim como as entregas e transfer�ncias de propriedade, atrav�s do livro de registro da ABCZ (Associa��o Brasileira de Criadores de Zebu)", completa a nota.

De acordo com dados da Receita Federal, a empresa da fam�lia Picciani tem capital social de R$ 40 milh�es.

Al�m de Jorge, a reportagem procurou tamb�m o Minist�rio do Esporte, que informou que Leonardo Picciani est� no Jap�o. A assessoria de imprensa da Prefeitura do Rio afirmou que s� trata de assuntos institucionais da Secretaria de Coordena��o de Governo.


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