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Estado de Minas

Pris�o de Eduardo Cunha aumenta medo de dela��o premiada

Pris�o preventiva do ex-deputado Eduardo Cunha causa apreens�o em Bras�lia sobre eventual colabora��o com a Justi�a, que pode dar novo f�lego �s investiga��es da Opera��o Lava-Jato


postado em 20/10/2016 06:00 / atualizado em 20/10/2016 07:34

Eduardo Cunha embarca para Curitiba, após ser preso pela Policia Federal no início da tarde (foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Eduardo Cunha embarca para Curitiba, ap�s ser preso pela Policia Federal no in�cio da tarde (foto: Wilson Dias/Ag�ncia Brasil)

“� a queda da Rep�blica”, disse o presidente da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da C�mara, o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR). “Eu n�o sei quem tem a temer. Algumas pessoas sabem o que fizeram durante esse per�odo. Essas pessoas que fizeram coisa errada, pode ser que estejam com medo. Uma coisa � o Eduardo Cunha fora da cadeia, outra � o Eduardo Cunha na cadeia”, tamb�m comentou o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da For�a Sindical, um dos amigos e aliados do ex-deputado. A pris�o preventiva do ex-presidente da C�mara, por ordem do juiz federal S�rgio Moro, que coordena a Opera��o Lava-Jato, e os rumores imediatos de sua dela��o premiada fizeram a capital federal tremer. Afinal, mesmo esperada, tratava-se da pris�o do ex-todo-poderoso presidente da C�mara, que abriu o caminho para o impeachment de Dilma Rousseff e que chegou a controlar uma “bancada” de mais 200 parlamentares.


A apreens�o ficou evidente na rea��o, ou na falta de rea��o, do plen�rio da C�mara, quando o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) anunciou a pris�o. N�o houve manifesta��es, nem contra nem a favor, enquanto o deputado fazia o an�ncio, como se seus pares ficassem sem ter o que pensar diante do tamanho do estrago de uma eventual dela��o premiada de Cunha. Integrantes do Conselho de �tica defenderam que ele fa�a dela��o. “Se ele tem algo a revelar, acho bom que o fa�a. � preciso tirar de baixo do tapete muita coisa que estava escondida”, afirmou o deputado Marcos Rog�rio (DEM-RO), que foi relator do processo de cassa��o de Cunha.


O impacto da pris�o supera o da do ex-senador Delc�dio do Amaral, em novembro. Quando foi preso, acusado de obstruir as investiga��es da Lava-Jato, ele disse que n�o faria dela��o, mas acabou cedendo e forneceu revela��es comprometedoras que fizeram as investiga��es avan�arem. O temor agora � de que uma eventual dela��o de Cunha d� novo f�lego � Lava-Jato. Cunha foi preso no in�cio da tarde perto do pr�dio onde mora por policiais federais e levado em um jato Embraer 145 para Curitiba, onde chegou por volta das 17h30. Antes de encontrar Cunha em Bras�lia, a Pol�cia Federal tentou prend�-lo em sua casa na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, pela manh�. Em seguida, os agentes foram ao apartamento funcional que ele ainda ocupava na Asa Sul, em Bras�lia. O ex-deputado j� tinha uma mala preparada para uma eventual pris�o e n�o teve nenhuma rea��o � pris�o. Ele estava na companhia de um de seus advogados. Al�m da pris�o, a Justi�a decretou a indisponibilidade de bens de Cunha no valor de R$ 220.677.515,24. A decis�o foi dada pela 6.ª Vara Federal de Curitiba em a��o civil de improbidade administrativa movida pela Procuradoria da Rep�blica na capital paranaense, contra o peemedebista.


A investiga��o contra Cunha sobre contas na Su��a abastecidas por propinas na Petrobras estava sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF). Cassado pela C�mara, o peemedebista perdeu o foro privilegiado. Os autos foram deslocados, ent�o, para a 13ª Vara de Curitiba, base da Lava-Jato. Na segunda-feira, Moro intimou Cunha para apresentar sua defesa pr�via em a��o penal que atribui ao ex-deputado US$ 5 milh�es nas contas secretas que ele mantinha na Su��a, que  seriam oriundos de propina no contrato da Petrobras para explora��o do campo de Benin, na �frica, em 2011. Ao pedir a pris�o preventiva, a for�a-tarefa da Lava-Jato reiterou todos os argumentos j� apresentados pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, perante o STF e acrescentosu que, mesmo ap�s ter seu mandato cassado em setembro, o peemedebista “ainda mant�m influ�ncia nos seus correligion�rios, tendo participado de indica��es de cargos pol�ticos do governo Temer”.


Treze procuradores da Rep�blica que integram a for�a-tarefa subscrevem o requerimento de pris�o. Os investigadores citam, como exemplo, a nomea��o do deputado l�der do PR Maur�cio Quintella, aliado de Cunha, para o Minist�rio dos Transportes no governo Temer. Na �poca em que ocupava o cargo de deputado, Quintella votou contra a cassa��o de Cunha no Conselho de �tica. “N�o h� que se falar que seu afastamento do cargo de deputado federal seja suficiente para inibir as atividades obstrutivas do representando, pois mesmo afastado da C�mara dos Deputados Eduardo Cunha ainda mant�m influ�ncia nos seus correligion�rios, tendo participado de indica��es de cargos pol�ticos do governo Temer”, diz o pedido de pris�o acatado pelo juiz S�rgio Moro.


Ao mandar prender Cunha, S�rgio Moro apontou para o ‘car�ter serial dos crimes’ do peemedebista e advertiu para o risco de fuga do mais novo prisioneiro da Lava-Jato. O juiz usou como fundamentos do decreto de pris�o ‘risco � ordem p�blica e � instru��o do processo’.  No longo despacho de 26 p�ginas em que fundamenta o decreto de pris�o de Cunha, S�rgio Moro destacou “a habilidade do acusado em ocultar e dissimular propinas, com contas secretas no exterior, parte n�o totalmente identificada nem sequestrada, permanece inc�lume”. O magistrado destacou que “n�o foi ainda poss�vel identificar toda a dimens�o das atividades delitivas de Eduardo Cunha, nem a localiza��o do produto dos crimes em toda a sua extens�o”.


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